sexta-feira, 27 de maio de 2011

Grandes Duelos ( VI ) Brabham x Rindt - Mônaco 1970



Para quem assistiu pela TV ao vivo ou estava lá, as últimas voltas do G.P. de Mônaco de 1970 são considerados um dos momentos mais espetaculares do esporte. Muitos que acompanharam aquelas voltas relatam que viram a maior exibição de um piloto a bordo de um carro de F1 em todos os tempos. O austríaco Jochen Rindt tinha se qualificado apenas em 8º lugar no grid de largada com seu velho Lotus 49C e parecia irremediavelmente fora da disputa pela liderança quando na 27ª volta de um total de 80, era ainda apenas o sexto colocado. Mas Rindt foi rapidamente subindo de posição tanto por quebras dos adversários como por ultrapassagens, até que na volta de número 60, era o 2º atrás apenas de Jack Brabham, faltando 20 voltas para o final.

Jochen Rindt no pódium com a família Real e uma
muito jovem Princesa Stephanie. Para muitos
a maior exibição de um piloto na história da F1
A diferença entre os dois era de 15 segundos, uma eternidade para um circuito de rua como Mônaco, mas mesmo assim Rindt foi a caça do australiano e dez voltas depois a diferença caiu para 12 segundos. Se em 10 voltas Rindt conseguiu descontar apenas 3 segundos, parecia impossível o austríaco tirar 12 segundos nas 10 últimas voltas, mas foi o que ele fez. Pilotando de uma forma inacreditável, saindo de lado em todas as curvas, Rindt conseguiu colar em Brabham na última volta. Mesmo assim parecia que o australiano ia ganhar a prova, até que aconteceu o último ato de uma batalha épica. Preocupado com a aproximação de Rindt, Brabham vê a sua frente o De Tomaso de Piers Courage e resolve fazer bem por dentro a curva do Gasômetro, a última antes da bandeirada. Mas Brabham trava os pneus, sai reto e bate na proteção de feno ao mesmo tempo em que Rindt o ultrapassa e ganha a corrida no instante final.

Rindt após a corrida confessaria que jamais havia pilotado tão rápido como aquele dia e esperava nunca mais ter que fazê-lo. O austríaco depois teria em suas mãos o sensacional Lotus 72 e venceria quatro corridas consecutivas até morrer nos treinos para o G.P. da Itália, apenas 4 meses depois da vitória de Mônaco, o que não o impediu de ser campeão póstumo tal a vantagem de pontos que tinha sobre Jacky Ickx, da Ferrari, que era  o segundo colocado.



Neste outro vídeo podemos ver o pódium desse G.P. de Mônaco e a bagunça generalizada que aconteceu. Primeiro percebe-se que Rindt chama sua mulher, Nina, para ficar ao  seu lado. Pela reação do austríaco dá para notar que os policiais franceses não permitem e o próprio Rindt vai buscá-la empurrando todo mundo. Depois a própria polícia faz um cordão de isolamento, "isolando" justamente Nina e Rindt que rí da situação. É preciso que Colin Chapman interfira e avise que o vencedor ficou para trás... Para piorar a situação um furioso Chapman quase parte para as vias de fato com um policial e acaba sem querer atingindo as costas de Rindt que leva um tranco e não entende nada. Para terminar foi tocado o hino britânico ( para a Lotus ) primeiro que o austríaco, e Rindt é chamado de volta para o pódium no qual aparece a princesa Stephanie, ainda uma inofensiva criança.

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