sábado, 30 de abril de 2011

30/04/1994 - Há 17 anos atrás morria Roland Ratzenberger

Ratzenberger em Imola poucos instantes antes do
acidente fatal. Primeira morte na F-1 desde
Elio de Angelis em maio de 1986.

Sábado, 30 de abril de 1994, treinos para o G.P. de San Marino, em Imola. A F-1 ainda se recuperava do susto provocado pelo acidente com o brasileiro Rubens Barrichello ocorrida na sexta feira quando o austríaco Roland Ratzenberger saiu reto na "Villeneuve" e bateu a mais de 300 km/h no muro. Quando o carro parou, o piloto da Symtek estava imóvel. Era evidente que a situação era gravíssima. Na cabeça de todos que acompanharam ao vivo a cena dos paramédicos desesperados tentando fazer massagem cardíaca no piloto ficou claro que aquele não era um acidente qualquer. Quando o chefe da equipe da Symtek pediu para que os boxes da equipe fossem fechados ninguém mais tinha dúvida : Ratzenberger estava morto.

A perda do aerofólio traseiro fez o carro sair reto e bater
 no muro a mais de 300 km/h. A reação da equipe
Symtek após o acidente se revelou sintomática :
Ratzenberger estava morto.

O austríaco havia acabado de estrear na F-1 naquela temporada e só tinha uma corrida no currículo. Aos 34 anos entrava na categoria principal do automobilismo quando muitos já pensavam em se retirar. Sua principal conquista na carreira foi ter vencido o Festival de Formula Ford em Brands Hatch em 1986. Correu muito anos no Japão e sua especialidade eram as corridas de Endurance. Sua morte surpreendeu o mundo da F1 que não via um piloto morrer na pista desde Elio de Angelis, em Paul Ricard, em 1986. Mas o que ninguém poderia imaginar é o que viria no domingo...

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Al Pacino canastrão em "Bobby Deerfield", filme de 1976



Cinema e corridas é uma combinação que nunca deu muito certo. Até hoje apenas dois grandes filmes foram feitos sobre o assunto : "Grand Prix", de John Frankenheimer de 1966 e "Le Mans" de 1970 que tinha Steve McQueen como o astro principal. O resto é, no mínimo, sofrível. Um desses casos é o filme "Bobby Deerfield" de 1976, que tinha no elenco ninguém menos do que Al Pacino fazendo o personagem que dava o nome ao filme. O filme é tão ruim, que nem Pacino se salva. Podemos dizer que como piloto de F1 ele foi um tremendo canastrão. Com certeza o único caso de "canastrice" em toda sua carreira.

O filme é dividido em duas partes : uma história de amor e a vida de
um piloto de corridas. Difícil dizer qual é a pior...

No resumo do video acima aparecem algumas curiosidades.  Em primeiro lugar, o personagem de Pacino utilizava o capacete, o macacão e o  Brabham Alfa Romeo do brasileiro José Carlos Pace, que inclusive servia de dublê em algumas cenas. O brasileiro, contudo, morreria em um acidente aéreo em março de 1977, seis meses antes do filme ser lançado. Interessante também a propaganda que se fez da cerveja Brahma, que patrocinava Pace, e aparecia aos borbotões ( essa palavra ainda existe ? ) no filme todo. Só não deu para entender se a Brahma pagou por isso, porque esse filme mal passou por aqui ( se é que passou ) e não se vendia cerveja Brahma naquela época no exterior. O filme ainda tem boas imagens dos carros e pilotos da época, inclusive de Tom Pryce que morreria poucos meses depois em um acidente no G.P da África do Sul de 1977. Para finalizar, a maioria das cenas de corridas do filme se passam durante o G.P. da Espanha de 1976, em Jarama.

PS : Tentem não rir na cena do acidente de Pace, digo, Pacino...

quinta-feira, 28 de abril de 2011

The 50's ( III ) Enzo, Musso, Castellotti e Collins


Dizia-se que Enzo Ferrari ( de chapéu ) tinha um gênio tão difícil que ele só não brigou com os seus pilotos que morreram nas pistas por absoluta falta de tempo...  Se isso for verdade não houve conflito com os três ases acima. Um por um foram perdendo suas vidas em acidentes e sempre a bordo de uma Ferrari. O primeiro foi Eugênio Castellotti ( o que está com um escudo da Itália no peito ) num teste privado em Modena, em 1957. Depois seria Luigi Musso ( ao lado de Enzo ) no G.P. da França de 1958 em Reims, e um mês mais tarde, Peter Collins ( dir. ) no G.P. da Alemanha, em Nürburgring. O Comendador exigia uma dedicação quase cega de seus pilotos e o risco tinha que fazer sempre parte do negócio. Por ocasião da morte de Castellotti corre a lenda que Enzo ao receber a má noticia por telefone teria dito : "Castellotti ? No, no........e la macchina ?"  

Grandes Duelos ( II ) Andretti x Reutemann - Zandvoort 1980



Simplesmente uma das maiores pistas de todos os tempos. Para Nigel Roebuck, o mais conceituado jornalista inglês de automobilismo, a pista holandesa tinha "o melhor traçado já visto na F-1". Zandvoort foi durante 30 anos palco do G.P. da Holanda de F-1 e nela  se travou grandes disputas ao longo de todos esses anos. O trecho mais espetacular da pista era a curva anterior a entrada dos boxes, rapidíssima, seguida por uma reta e uma curva de 180º graus um pouco inclinada, a Tarzan. Foi este o palco do duelo entre Carlos Reutemann, da Williams, e Mario Andretti, da Lotus, numa disputa pelo 4º lugar no G.P. da Holanda de 1980. Os dois eram veteraníssimos, o argentino estava com 38 anos e o ítalo-americano com 40, e vinham de um péssimo relacionamento na Lotus no ano anterior. Isso talvez explique a disputa feroz travada pelos dois. Faltando duas voltas para o final, quando estava atrás de Reutemann, em 5º lugar, Andretti foi obrigado a abandonar. Não importa. Seus duelos com o argentino nas dunas de Zandvoort já estavam registrados na história.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Posters ( VII ) G.P. da Espanha de 1975


Para fecharmos a questão "Montjuich 1975" o poster do GP espanhol daquele ano que possui uma curiosidade. Toda a publicidade da corrida foi feita em cima do nome de Emerson Fittipaldi. O brasileiro havia vencido a última corrida de F1 em Montjuich em 1973, era o então Campeão do Mundo e corria pela McLaren, equipe que  era patrocinada pela Marlboro e pela Texaco, justamente os principais patrocinadores desse GP. Apesar de tudo isso, Emerson não pensou duas vezes e se recusou a correr devido a insegurança na pista. Para não ser punido, o "Rato" durante a qualificação de sábado, andou muito devagar para não obter propositadamente o tempo mínimo exigido para largar. Durante a volta, era xingado pelo público e pelos bandeirinhas. Curiosamente, apesar da solidariedade de outros colegas, o piloto que aparecia em destaque no poster oficial da corrida, acabou sendo o único que, de fato, não largou. Mas no final, era ele que tinha razão...

The 70's ( V ) Rolf Stommelen


Um piloto marcado para a tragédia. Em 27 de abril de 1975, como dissemos no post anterior, Rolf Stommelen sofreu um acidente gravíssimo no G.P. da Espanha quando liderava a corrida. Recuperado das fraturas nos braços e nas pernas, ainda conseguiu voltar a F-1 no final da temporada de 75. Na foto vemos o piloto alemão com seu Lola Ford - o mesmo carro do acidente em Montjuich - no G.P. da Itália, em Monza. Anos mais tarde, em 1983, durante uma corrida de Endurance em Riverside nos EUA, Stommelen encontraria a morte depois de sofrer um acidente com seu Porsche 935. A data ? 24 de abril, três dias antes da tragédia de Montjuich completar 8 anos.

Foto : Rainer Schlegelmilch

27/04/1975 - 36 anos da Tragédia de Montjuich

G.P. da Espanha de 1975, uma prova tumultuada desde o início.
Na largada, Mario Andretti bateu em Niki Lauda que atingiu
Clay Regazzoni. Na foto vemos Lauda com a suspensão
destruída, mas o pior aconteceria na 25ª volta.

No dia 27  de abril de 1975 foi disputado o último G.P. da Espanha realizado no maravilhoso Parque de Montjuich, em Barcelona, que era simplesmente o circuito de rua com o traçado mais rápido já visto até hoje. Embora espetacular, a pista era perigossíssima.  Em 1975, a prova foi tumultuada desde os treinos. Os guard-rails estavam muito mal fixados e houve uma reunião da GPDA onde os pilotos exigiram que os mesmos fossem consertados. Os organizadores pouco fizeram e ameaçaram reter todos os carros em Barcelona. Emerson Fittipaldi se recusou a correr e deixou a capital catalã no sábado, véspera da prova. No domingo a corrida foi curta e trágica, onze pilotos abandonaram a prova por acidentes e na 25ª volta aconteceria o pior. A Lola de Rolf Stommelen perdeu o aerofólio traseiro ( ver video abaixo ) quando liderava a prova na subida após os boxes. O carro bateu no guard-rail, voou para o outro lado da pista e passou por cima das cercas de proteção matando 5 pessoas e ferindo gravemente o piloto alemão. A corrida foi interrompida e Montjuich seria riscada para sempre do calendário da F1.



Único video que mostra exatamente o momento que o aerofólio se desprende da Lola de Rolf Stommelen. Reparem que Jose Carlos Pace estava colado no alemão pronto para assumir a liderança da corrida, mas o brasileiro acabaria também se envolvendo no acidente.



Video com um pequeno resumo do que aconteceu em Montjuich em 1975. Logo no início pode-se perceber que os próprios pilotos e mecânicos trabalham na fixação dos guard-rails.

terça-feira, 26 de abril de 2011

The 50's ( II ) Nürburgring 1958


G.P. da Alemanha de 1958 :  Wolfgang Von Trips, da Ferrari, entra na magnífica curva Karussell em Nürburgring. O alemão chegaria em 4º lugar numa corrida marcada pela morte de seu companheiro de equipe, o inglês Peter Collins. Von Trips tinha tudo para ser o 1º campeão do mundo alemão da F-1 pois era o líder do campeonato de 1961 quando sofreu um acidente fatal no G.P. da Itália, em Monza. Num choque com Jim Clark, seu carro foi lançado para fora da pista e atingiu o público, matando também 13 espectadores na maior tragédia da história da F1 até hoje. 

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Grandes Duelos ( I ) Prost x Jones - Hockenheim 1981



A partir de hoje, GPW irá postar os maiores duelos já vistos em corridas de F1. Para começar o G.P. da Alemanha de 1981, onde os protagonistas foram o australiano Alan Jones, da Williams Ford, e o francês Alain Prost, da Renault, que disputavam a liderança. Jones era o então campeão do mundo e Prost estava apenas em sua 2ª temporada na F1. Interessante perceber que embora o chassi da Williams fosse superior, o motor Renault empurrava uma barbaridade, dificultando a tarefa de Jones que só conseguiu ultrapassar Prost numa manobra brilhante, na qual Rene Arnoux, também da Renault mas com uma volta atrás, acabou tendo participação decisiva. Curiosamente nem Jones e nem Prost venceriam a prova. Ambos teriam que diminuir o ritmo por problemas mecânicos : Prost acabaria em 2º e Jones em 11º. O vencedor seria Nelson Piquet. Reparem que ainda existia a curva East, a mais rápida de Hockenheim, onde Patrick Depailler morreu em 1980 e que seria substituida por uma chincana construída em 1982. 

25/04/2001 - Há 10 anos atrás morria Michele Alboreto

Michele Alboreto no G.P. da San Marino de 1982, onde obteve  
seu 1º pódium na F-1. Com seu Tyrrell Ford chegou
em 3º lugar, atrás das Ferrari de Didier
Pironi e de Gilles Villeneuve.

Hoje faz 10 anos que o automobilismo perdia Michele Alboreto. O milanês disputou 194 GPs de F1 entre 1981 e 1994, vencendo 5 vezes. Considerado pela imprensa italiana como a maior esperança de seu país ter novamente um campeão na F1 desde Giuseppe Farina e Alberto Ascari nos anos 50, Alboreto acabaria sucumbindo diante de uma geração fortíssima que dominaria a década de 80, composta de pilotos do calibre de Nélson Piquet, Alain Prost e Ayrton Senna.   Revelado na Tyrrell em 1982, o italiano seria contratado pela Ferrari em 1984, ficando 5 temporadas em Maranello, onde o seu melhor resultado foi um vice campeonato em 1985.

Alboreto embora fosse tido pela imprensa italiana como
um futuro campeão na F-1 nunca esteve na verdade
entre os maiores pilotos de sua geração.

Três anos mais tarde, em 1988, seria demitido depois que passou a ser superado constantemente por Gerhard Berger que tinha sido contratado pela equipe italiana em 1987. A partir daí a "esperança" italiana faria apenas figuração na F-1 e se retiraria da categoria em 1994, depois de passar pela Lola, Arrows, Footwoork e Minardi. Mesmo sendo um bom piloto, as circunstâncias da temporada de 1982, a mais  tumultuada da história da F1, cheia de acidentes e desclassificações , favoreceram Alboreto que deu a impressão de ser um fora-de-série. Impressão que as temporadas de 1987 e 1988, quando foi completamente suplantado  por Berger ( que estava muito longe de ser um Piquet, um Prost ou um Senna ), trataram de desmentir.

Vencedor das 24 horas de Le Mans em 1997, Alboreto
esperava repetir o feito em 2001. Mas um estouro de pneu
destruiu seu sonho e sua vida no circuito alemão de Lausitzring.

Desiludido com a F-1 foi correr no Mundial de Marcas. Em 1997 venceu as 24 horas de Le Mans e no início de 2001, as 12 horas de Sebring.  Poucos meses mais tarde, no dia 25 de abril, ao testar seu Audi R8 no circuito alemão de Lausitzring, visando uma nova vitória em Le Mans, sofreu um acidente que lhe custou a vida. Seu Audi teve um estouro de pneu  quando estava a mais de 300 km/h e levantou vôo, caindo de rodas para cima esmagando o santo antônio do carro. Com múltiplas fraturas na cabeça e no pescoço, não resistiu. Tinha 44 anos.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

The 50's ( I ) G.P. da França de 1959


Já que falamos do circuito de estrada de Reims no post passado, uma linda foto do G.P. da França de 1959. Tony Brooks (Ferrari) lidera, seguido por Jack Brabham (Cooper), Phill Hill (Ferrari), Masten Gregory (Cooper), Stirling Moss (BRM), Bruce McLaren (Cooper) e os demais. Interessante perceber como o Cooper - o primeiro carro de F-1 com motor traseiro - era pequeno diante da Ferrari. Brooks venceria a corrida, seguido por Hill e Brabham. O australiano, no final do ano, conquistaria seu 1º título na F-1.

Posters ( VI ) G.P. da França de 1960


Poster do G.P. da França de 1960 ainda chamado de A.C.F. ( Automobile Club de France ) . Corrida disputada no circuito de estrada de Reims, de 8,32 Kms, e que seria vencida por Jack Brabham, da Cooper Climax. Reims seria sede de 11 Gps da França, o último em 1966. Hoje, absurdamente, não temos mais corrida na França de F-1.

terça-feira, 19 de abril de 2011

The 60's ( VI ) Nürburgring 1969


G.P. da Alemanha de 1969 : Bruce McLaren "voa" com seu McLaren M7C na subida de Flugplatz, em Nürburgring, a maior de todas as pistas. O neozelandês chegaria em 3º lugar, atrás de Jacky Ickx ( Brabham ) e Jackie Stewart ( Matra ). Nos treinos dessa corrida, o alemão Gerhard Mitter morreria em um acidente com seu BMW.

Foto : Rainer Schlegelmilch

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Red Bull erra e Hamilton obtêm grande vitória na China

Lewis Hamilton venceu em Xangai uma das melhores corridas
dos últimos anos. Piloto inglês teve atuação sensacional
mas não teria vencido sem os erros da Red Bull

Uma corrida espetacular, cheia de alternativas, com seis líderes diferentes e definições nas últimas voltas. O G.P. da China, em Xangai, não foi somente a melhor corrida dessa temporada, foi uma das melhores dos últimos anos. Lewis Hamilton, que por pouco não largou devido a um vazamento de óleo em seu McLaren, obteve uma vitória sensacional quebrando a sequência de 4 vitórias consecutivas de Sebastian Vettel. A vitória da equipe inglesa, no entanto, não teria acontecido se não fosse um erro estratégico da Red Bull que tirou a possibilidade de uma nova vitória de Vettel.

A cúpula da equipe austríaca optou que seus dois pilotos teriam duas estratégias diferentes em relação aos pneus. Mark Webber, que largou atrás em 18º, faria três trocas, já Vettel, duas. Estava celada a derrota do alemão. A McLaren não teve dúvida e optou pela ousadia, seus dois pilotos fariam três trocas. Essa decisão dos pneus decidiu o G.P. da China.  Todas as outras variantes ficaram em segundo plano em Xangai : Kers, aerofólios, chassis e até, de certa forma, pilotos. 

Vitória de Hamilton pôs fim a sequência de vitórias de Vettel.
Dado aos acontecimento da corrida, o 2º lugar
acabou sendo um bom resultado para o alemão.

A corrida

A McLaren obteve uma grande vitória, da equipe e de seu piloto, Lewis Hamilton. É aquela típica vitória que pode representar uma virada no campeonato que parecia caminhar tranquilamente para Sebastian Vettel e a Red Bull. Poucos minutos antes da largada um vazamento de óleo quase fez o inglês ficar fora da corrida. Os mecânicos trabalharam com incrível rapidez e conseguiram que Lewis saísse faltando 30 segundos para que os boxes fossem fechados. Poucos podiam acreditar que aquele carro, que quase ficou fora da corrida, uma hora e meia mais tarde seria o primeiro a cruzar a linha de chegada.



A largada já mostraria que esta corrida seria diferente das demais deste ano. Vettel, o pole, não conseguiu acionar o Kers e foi "atropelado" pelos dois McLaren, com Button na frente. O alemão ficou sem saber pra onde ir e quase foi ultrapassado também por Nico Rosberg ( ver video acima da largada com análise do ex-piloto de F-1, Martin Brundle, da BBC ) enquanto que Massa pela 3ª vez  em 3 corridas no ano, passava Alonso na partida. Vettel reclamou depois que a FIA errou ao decidir que o pole deveria largar do lado esquerdo da pista, o mais sujo, já que o direito é o ponto de tangência. De fato, quem largou do lado "par" levou vantagem, como Massa em relação à Alonso, mas pelo menos no que se refere a Vettel,  o funcionamento do Kers da McLaren se revelou muito mais decisivo.

Na largada, Vettel não conseguiu utilizar o Kers e foi
ultrapassado por Button e Hamilton. Já Rosberg tenta
passá-lo por fora, mas não obteria êxito..

No início da 2ª volta as posições eram Button em 1º, seguido por Hamilton, Vettel, Rosberg, Massa, Alonso, Di Resta, Sutil, Schumacher e os demais. Até a primeira parada para trocas de pneus as posições se mantiveram assim, mas mudariam rapidamente. O 1º a parar foi Rosberg, que optou por três trocas, na 12ª volta, o que o fez cair para 9ª, mas depois ele colheria os frutos. Vettel um pouco antes de parar nos boxes ultrapassou Hamilton e colou em Button, que entrou nos boxes seguido pelo alemão. Aconteceu então o lance mais inusitado da corrida ( ver video abaixo ). O inglês se confundiu e entrou no pit da Red Bull e só percebeu o erro por causa da sinalização desesperada dos mecânicos austríacos, porque Vettel vinha logo atrás. Button então foi para o pit certo, mas o erro foi suficiente para que o alemão saisse na frente dele.



Massa antes de trocar os pneus ainda ultrapassou Hamilton e quando as posições se estabilizaram a corrida tinha mudado completamente. O líder era um surpreendente Rosberg, graças a sua parada antecipada, depois vinham Vettel, Button, Massa, Hamilton, Schumacher, Alonso e mais atrás em 11º, Webber que começava a aparecer na corrida. As posições se mantiveram assim durante dez voltas, foi quando aconteceu o momento decisivo da prova : Rosberg, Button, Hamilton, Schumacher e Webber pararam para uma 2ª troca de pneus. Vettel, Massa, Alonso e quase todos os outros pilotos, não. Eles ficaram mais 10 voltas perdendo 1 segundo por volta até que resolveram parar. Mas agora a situação era outra.

Nico Rosberg foi um dos melhores. Liderou 14 voltas
e parecia que ia pelo menos subir ao pódium.
Mas um problema no consumo de combustível
o obrigou a recuar. Chegou em 5º

Rosberg voltava a liderança. depois de perdê-la para Vettel na sua parada, depois o seguiam Button, Hamilton, Vettel, Massa, Schumacher, Webber ( já em 7º ), Petrov e Alonso. Hamilton começou então a se destacar e passou Button subindo para 2º, mas ele não  teve nem tempo de desfrutá-la, pois já era a hora de uma nova parada nos boxes. Rosberg, Button, Hamilton, Schumacher e Webber foram buscar o 3º jogo de pneus e a partir daí começaria o momento derradeiro e mais emocionante da prova. Vettel e Massa estavam na frente com apenas duas trocas de pneus, Rosberg era o 3º, mas tinha problemas no consumo de combustível, depois vinham Hamilton, Button,  Alonso, Webber e Schumacher. Estamos na 40ª volta e só faltam 16 para o final.

Vettel, Massa e Alonso, com os pneus deteriorados, inexplicavelmente, não pararam para uma nova troca e ficaram completamente vendidos. Foi a hora que Hamilton e Webber deram o bote. O inglês passou Rosberg, que já se arrastava, Massa e Vettel com absurda facilidade tomando a ponta a 5 voltas do final. O australiano foi mais impressionante ainda, passou Alonso, Massa, Rosberg e Button, sendo que esses três nas últimas 6 voltas. Webber era o mais rápido no final e chegou a apenas dois segundos de Vettel e sete de Hamilton. Se a corrida durasse cinco voltas menos, Vettel teria sido o vencedor. Se durasse mais cinco voltas, o vencedor seria Webber.  Foi um final de corrida eletrizante de tirar o fôlego.

No pódium os pilotos comemoram um final de prova eletrizante.
Se a corrida tivesse menos cinco voltas, Vettel teria
vencido, mais cinco e o vencedor seria Webber.

O interessante é que Hamilton vinha tendo uma atuação discreta até o meio da prova. Chegou a ser ultrapassado - na pista - por Vettel e Massa, e num determinado momento quando corria em 5º lugar  parecia completamente alijado da prova. Quando percebeu que seus  pneus estavam em melhor estado que os de Button,  passou o companheiro de equipe e partiu pra cima dos líderes. Pode-se dizer que Rosberg, Massa e Vettel não tinham condições de segurar Hamilton, o que é verdade, mas a determinação do inglês foi fundamental ao buscar uma vitória que parecia totalmente improvável.

O que aumenta ainda mais o mérito de Hamilton foi que Button, com a mesma McLaren e com a mesma estratégia de pneus, não conseguiu ser tão brilhante. Primeiro ele propiciou o momento bizarro da prova ao parar no pit da Red Bull, depois ele não conseguiu manter o ritmo veloz de Hamilton e nem economizar os pneus, o que é aliás uma de suas maiores qualidades. Não era o seu dia e no final ainda perdeu a 3º colocação para Webber.

Em um determinado momento da prova, Hamilton
parecia fora da disputa pela vitória. Mas quando
os pneus dos adversários começaram a se
deteriorar, ele deu o bote e ganhou a corrida.

Os pilotos da Red Bull tiveram atuações completamente diferentes por causa do número de trocas de pneus. Se analizarmos, Vettel até que fez muito para chegar em 2º. Largou mal pelo não uso do Kers, ficou sem se comunicar com a equipe devido a um problema no rádio durante a prova toda e mesmo com tudo isso só não venceu devido a péssima escolha da equipe de só parar nos boxes duas vezes. Mesmo assim chegou em 2º, a 5 segundos de Hamilton. O erro da Red Bull ficou evidente quando você percebe que Vettel, que foi o pole, cruzou a linha de chegada com apenas 2 segundos de vantagem sobre Webber, que largou em 18º. Que diferença uma troca a mais fez...

Já o australiano, junto com Hamilton, foi o melhor piloto da prova e assim como o inglês, só chamou realmente a atenção nos momentos finais da prova. Como dissemos antes, tinha o melhor rendimento entre todos os pilotos e se a corrida durasse mais algumas voltas poderia ser até o vencedor. Webber, contudo, parece perceber que seus dias na equipe estão contados. Sentindo-se preterido por  Vettel não se fez de rogado e deixou claro na coletiva de imprensa que achou ótimo que o vencedor foi Hamilton e não Vettel. Depois tentou corrigir, mas era tarde...

Sentido-se preterido por Vettel na Red Bull, Webber fez um
corridão. Largou em 18º, saiu passando todo mundo,
fez a melhor volta e chegou em 3º. No final, estava a 7
segundos do vencedor.

Em 4º chegou Button de quem já falamos e depois viria Rosberg que teve talvez sua melhor atuação na F-1. Surpreendeu a todos  ao ser o 1º a parar nos boxes e depois liderou durante 14 voltas com muita classe e calma. Nesse momento muitos chegaram a imaginar que o alemão fosse conseguir sua 1ª vitória na F-1, mas um problema no consumo de combustível obrigou o piloto a diminuir o ritmo e perder a possibilidade talvez não de lutar pela vitória, mas certamente de lutar por um lugar no pódium.  A Mercedes confirmou o que tinha mostrado nos treinos : já superou a Ferrari. Aliás, a coisa está feia em Maranello...

Atrás de Rosberg, chegaram Massa e Alonso com o brasileiro na frente. Felipe estava irritadíssimo com a equipe por ela ter optado por apenas 2 trocas, já Alonso dizia que isso não fez a menor diferença, porque o que faltou mesmo foi pura falta de velocidade. Mas Massa pelo menos teve uma grande atuação, inferior apenas a Hamilton, Webber e Rosberg. Chegou a ser líder, esteve boa parte da corrida entre os primeiros e só no final foi traído pelo desgaste de pneus. Já o espanhol nem isso. Largou mal novamente, teve atuação discreta e só chamou atenção numa disputa com Schumacher. Está devendo, como a Ferrari...

Felipe Massa  chegou a liderar a prova,
mas depois sucumbiu, como tantos outros, 
devido a má escolha na estratégia dos pneus.

Completaram a zona dos pontos  Schumacher ( 8º ) , Petrov ( 9º ) e Kobayashi ( 10º ). O alemão diz que corre ainda por diversão, pode até ser, mas  a cada dia fica mais evidente que Rosberg está muitos degraus a frente de seu compatriota e é dificíl acreditar que isso será um dia revertido. Já o russo fez o que pode numa Renault decepcionante depois de 2 pódiums consecutivos e Kobayashi, com a garra de sempre, fechou a zona de pontos, mesmo já estando praticamente sem nenhum pneu.

Pneus : a nova atração

Os pneus passam a ter uma importância que talvez nuncam tenham tido na história da F-1, nem mesmo na chamada  "guerra dos pneus", quando dois fabricantes disputavam a hegemonia na categoria. Naquela época, tivemos disputas entre Firestone e Goodyear no início dos anos 70, Michelin e Goodyear no final dos anos 70 e início dos 80,  Michelin e Bridgestone entre 2001 e 2006. Havia, no entanto, uma diferença fundamental. Nessas "guerras" um fabricante prevalecia sobre o outro em determinada pista, ou mesmo, numa temporada inteira, como foi o caso da Michelin sobre a Bridgestone em 2005. Mas era uma competição esportiva, cada um tentava ser melhor do que o outro. Hoje, não. A Pirelli é a única fabricante e recebeu uma "recomendação" da FIA da fazer pneus de compostos muito diferentes e, o mais importante, muito pouco resistentes.

Jenson Button : "Hoje é mais importante
ter uma boa estratégia de pneus
do que um bom carro"
O que vimos em Xangai é que a estratégia da quantidades de trocas de pneus sobrepujou a importância de ter um bom chassis, ou seja, a melhor estratégia de pneus da McLaren derrotou o melhor chassi da Red Bull. Isso ficou tão evidente que se Vettel tivesse usado a mesma tática de Webber teria vencido facilmente a prova. Jenson Button não deixa de ter razão quando disse depois da corrida que "hoje é mais importante ter uma boa estratégia de pneus do que um bom carro" e completa "a diferença de rendimento provocada por um pneu novo ou velho é tão grande que fica impossível resistir aos ataques dos adversários quando eles buscam a ultrapassagem. Você tenta recuperar a posição, mas não tem a aderência, o poder de freada ou a tração. É muito complicado".

Exageros à parte, os pneus ganharam hoje uma importância descabida  na F1. Por melhor que seja o chassi, o motor, o piloto, nada adiantará se houver uma falha na estratégia de pneus, que muitas vezes é pura loteria. O que vimos em Xangai foi uma corrida espetacular, onde os pneus foram os personagens principais.  A "recomendação" da FIA de pedir para a Pirelli fabricar pneus pouco resistentes é do ponto de vista esportivo prá lá de discutível. Já quanto ao espetáculo, acertaram na mosca.

sábado, 16 de abril de 2011

Terceira pole do ano para Vettel em Xangai

Nas últimas 14 corridas de F-1, Sebastian Vettel
obteve 10 Pole position. Em Xangai, a diferença para
o 2º colocado foi  de impressionantes 7 décimos.

Depois de ter sido superado no Q2 pelas McLaren, Sebastian Vettel deu uma volta voadora logo no início do Q3 para colocar as coisas em seus devidos lugares e garantir de vez a pole position. O alemão virou em 1'33"706, sete décimos de segundo na frente do 2º colocado, Jenson Button. O Q3 mal tinha começado, mas naquele momento todos sabiam quem seria o Pole position.  Pela terceira vez em três corridas nesta temporada, o alemão não terá ninguém na sua frente em um grid de largada na F1.

Vettel obteve sua 18º pole position, o que já o coloca como o 12º maior de todos os tempos. Mais impressionante ainda é que ele conquistou 10 poles  nas últimas 14 corridas, em uma época que é bem mais difícil conseguir poles consecutivas. Antigamente o piloto tinha dois treinos - o de sexta e sábado - para confirmar a pole e a probabilidade de algo dar errado era bem menor. Hoje o treino é subdividido em três partes disputados no mesmo dia, o que torna o imponderável muito mais fácil de acontecer. Um erro do piloto ou falha mecânica liquida qualquer chance de um piloto obter a pole, o que faz a performance de Vettel e Red Bull serem ainda mais notáveis.

Nico Rosberg deu a Mercedes a sua melhor colocação
no grid de largada este ano : um quarto lugar.

Se a pole do alemão não foi surpresa, tivemos algumas em Xangai. Pela primeira vez no ano, Button vai largar na frente de seu companheiro de equipe, Hamilton.  A dupla da McLaren colocou todas as suas fichas que o Kers pode dar a equipe de Wöking sua 1ª vitória do ano. A questão é saber até que ponto isso será uma vantagem e mais ainda, até que ponto os pneus vão aguentar. O projetista Adrian Newey, da Red Bull, acha o equipamento fundamental para a largada, mas questiona seu uso intermitente para o resto da corrida devido ao desgaste excessivo de pneus que o Kers provoca. Basicamente a corrida se resumirá a isso : se o Kers não prejudicar os pneus, a McLaren pode vir a ameaçar Vettel, senão o alemão não terá mais uma vez adversários.

A maior surpresa dos treinos - ou melhor, a segunda maior, a primeira falaremos mais tarde - foi o 4º lugar de Nico Rosberg que deu a Mercedes sua melhor colocação do ano. O circuito de Xangai, por ter a maior reta da F1, favorece o motor germânico, o mais potente da atualidade. É um pena que Nico nunca tenha estado numa equipe de ponta na F1 para ser melhor avaliado. Já faz tempo que ele vem andando muito bem, basta dizer que Schumacher, com a outra Mercedes, não passou do 14º lugar

A Ferrari melhorou a performance e ficou em quinto com
Alonso e sexto com Massa ( foto ),  mas os italianos
nem comemoraram.  A Mercedes que vinha tendo
desempenho bem pior, agora já está na frente...

Atrás de Rosberg largam as duas Ferrari com Alonso de novo na frente. O espanhol foi muito feliz numa declaração ao afirmar que não adianta melhorar a performance quando uma equipe que vinha bem atrás ( a Mercedes ) agora está na frente da Ferrari. "Já conhecemos a Red Bull e a McLaren, mas aqui nós vimos uma evolução da Mercedes, então a situação é ainda mais difícil agora.” e finaliza  "Quinto e sexto lugares representam o máximo que podemos aspirar no momento”. De fato...

Depois da Ferrari no grid vem o que podemos chamar de "efeito Petrov". O russo parou o carro no meio da pista, com problemas hidráulicos, faltando pouco minutos para o final do Q2 quando ele era o quarto colocado. Bandeira vermelha e o caos foi formado. Vários pilotos que ainda não tinham feito tempo sairam em fila indiana para buscar juntos uma vaga no Q3. Não podia dar mesmo certo, no final só um conseguiu baixar o tempo : Nico Rosberg. Já Kobayashi ( 13º ), Schumacher ( 14º) e Heidfeld (16º)  ficaram de fora, enquanto que Alguersuari, Di Resta e Buemi se aproveitaram da confusão e passaram para o Q3 onde vão largar em 7ª, 8ª e 9ª, respectivamente. Para a Toro Rosso um treino dos sonhos, já para a Williams...

Prejudicado pelo "efeito Petrov", Nick Heidfeld, o seu companheiro
de equipe, vai largar apenas em 16º. Desta vez
será difícil para a Renault subir no pódium...

Hoje a equipe de Tio Frank só não foi pior que as três nanicas : Lotus "Fake", Virgin e Hispania, o que convenhamos não é vantagem nenhuma... Barrichello vai sair em 15º e Maldonado em 17º. Ah, já ia esquecendo, a maior surpresa do treino vai largar atrás do venezuelano. Surpresa pra lá de negativa, diga-se de passagem.

Pois é, estamos falando de Mr. Mark Webber que vive, definitivamente, um inferno astral. Se Vettel foi o pole, o australiano não passou do Q1, e vai largar em 18º lugar, devido a um problema de adaptação do seu Red Bull com os pneus duros, o que ninguém da equipe conseguiu entender. De qualquer forma,  não houve muito tempo para lamentações, já que as atenções maiores estavam mesmo para quem vai largar lá na frente do grid...

quarta-feira, 13 de abril de 2011

E tudo começou tão bem...

As Ligier de Jacques Laffite e Patrick Depailler largam
na frente no G.P. do Brasil de 1979. Laffite venceu
as duas primeiras provas do ano mas mesmo
 assim não disputaria o título.

Ao vencer as duas primeiras corridas do Mundial de 2011, Sebastian Vettel já é colocado como franco favorito para ser o campeão mundial de F-1 deste ano. De fato, começar o ano com duas vitórias seguidas já é uma grande vantagem, mas não significa necessariamente que o título já está garantido. Desde que o Campeonato de F-1 começou em 1950, essa é a 18ª vez que um piloto vence os dois primeiros GPs da temporada. Nas 17 vezes anteriores, em 13 o piloto terminou campeão. Só que em 4 oportunidades, por diversas razões, isso não aconteceu como veremos a seguir.

Abaixo segue a lista dos pilotos que venceram as duas primeiras corridas do ano. Em dourado os que terminaram campeões e em branco os que não triunfaram e a posição que eles terminariam naquele mundial

1953 - Alberto Ascari*
1954 - Juan Manuel Fangio*
1957 - Juan Manuel Fangio
1969 - Jackie Stewart
1973 - Emerson Fittipaldi ( 2º )
1976 - Niki Lauda ( 2º )
1979 - Jacques Laffite ( 4º )
1982 - Alain Prost ( 4º )
1991 - Ayrton Senna
1992 - Nigel Mansell
1994 - Michael Schumacher
1996 - Damon Hill
1998 - Mika Hakkinen
2000 - Michael Schumacher
2001 - Michael Schumacher
2004 - Michael Schumacher
2009 - Jenson Button

* embora oficialmente a FIA considere as 500 Milhas de Indianápolis de 1950 à 1960 como parte do calendário da F1, GPW acha isso insignificante por entender que a corrida americana nada tinha a ver com a F-1. Os carros e pilotos eram completamente diferentes, as datas das corridas eram por vezes conflitantes, e a FIA só assim considerava para dar a categoria um aspecto mais mundial, já que as corridas na época eram quase todas na Europa com exceção do G.P. da Argentina. Se considerarmos as 500 milhas, risquem 1953 e 1954 da lista acima, já que a prova americana foi a 2ª corrida do calendário da F-1 destas temporadas.

As exceções

Curioso perceber que nas 4 vezes em que um piloto venceu as duas primeiras provas e não foi campeão aconteceu em um curto período de 10 anos, entre 1973 e 1982. Isso se deve principalmente ao fato que a F-1 vivia o seu auge de competividade quando era muito raro uma equipe e um piloto dominar totalmente um ano do princípio ao fim. Vamos a um breve relato de como esses 4 campeonatos foram perdidos.

1973

Emerson Fittipaldi venceu na Argentina e no Brasil e
parecia caminhar facilmente para o bicampeonato.
Mas uma disputa interna dentro da Lotus
favoreceu Jackie Stewart, da Tyrrell.

Durante a década de 70 e início dos anos 80, tradicionalmente a temporada de F-1 começava na América do Sul com os GPs da Argentina e do Brasil. Em 1973, Emerson Fittipaldi, da Lotus, venceu ambos com autoridade e parecia fadado ao título, mesmo porque, até então, ninguém que tivesse vencido as duas primeiras corridas de um Mundial tinha perdido o título no final. Jackie Stewart, seu maior ríval, da Tyrrell, venceu a 3ª etapa na África do Sul e Emerson se colocaria ainda mais  favorito ao vencer a etapa seguinte, na Espanha. Três vitórias em quatro corridas, excelente. Mas pararia por aí. Enquanto que a Tyrrell se concentrava para fazer Jackie Stewart campeão, com seu companheiro de equipe, François Cevert, servindo de escudeiro. Na Lotus, Colin Chapman, o chefe de equipe, deixou que seus pilotos Emerson e o sueco Ronnie Peterson competissem entre si, tirando pontos um do outro. No final do ano, a Lotus venceria 7 vezes e a Tyrrell 5, só que as vitórias da Lotus ficariam divididas - 3 de Emerson e 4 de Peterson - enquanto que na Tyrrell as 5 vitórias ficariam com Stewart que seria o campeão. Emerson terminaria como vice e, magoado com Chapman por não ter sido considerado 1º piloto, trocaria em 1974 a Lotus pela McLaren.

1976

Niki Lauda começou a temporada de 1976 de forma avassaladora.
Em 9 corridas venceu 5 vezes. Todos pensavam que ele bateria o
recorde de 7 vitórias de Jim Clark. Até que chegou Nürburgring...

Das quatro temporadas relatadas aqui foi a única em que um acidente foi decisivo para a perda do título. Campeão em 1975, o austríaco Niki Lauda da Ferrari era o favorito absoluto para 1976. Começou o ano vencendo os GPs do Brasil e da África do Sul, e depois ainda venceria os GPs da Bélgica, de Mônaco e da Inglaterra. Com 5 vitórias em 9 provas, tudo indicava que o recorde de 7 vitórias num ano de Jim Clark, obtido em 1963, finalmente seria batido. Mas o destino tinha outros planos. No dia 1º de agosto, Lauda sofreu um terrível acidente no G.P. da Alemanha, em Nürburgring, ficando preso dentro do carro em chamas. O piloto italiano Arturo Merzario conseguiu retirá-lo da Ferrari, mas o austríaco sofreu seríssimas queimaduras no rosto e seus pulmões inalaram muita fumaça. Lauda ficaria em coma durante vários dias, chegando até a receber a extrema-unção. Mas ele não só sobreviveu, como voltou a correr pouco mais de um mês depois do acidente, no G.P. da Itália, em 12 de setembro, em um dos atos mais corajosos já vistos no esporte. O austríaco contudo não conseguiu evitar que o inglês James Hunt, da McLaren, lhe tirasse o título na última corrida do  ano no Japão, disputada sobre forte chuva em que abandonou por entender que a pista não oferecia condições de segurança. Em 1977, Lauda seria campeão novamente, deixando a certeza para todos que só não foi tri em 75-76-77 devido ao acidente de Nürburgring.

1979

O francês Jacques Laffite, da Ligier, foi a sensação do ínício
da temporada de 1979 vencendo os GPs da Argentina
( foto ) e do Brasil. Mas foi só. Depois sucumbiu
junto com a equipe terminando o Mundial em 4º lugar.

Até hoje ninguém soube explicar exatamente o que aconteceu no início da temporada de 1979. As Ligier de Jacques Laffite e Patrick Depailler  tiveram um domínio tão absoluto nos GPs da Argentina e do Brasil, as primeiras corridas daquele mundial, que deixou todo mundo pasmo. Laffite venceu ambas as corridas, sendo que em Interlagos aconteceu a dobradinha com Depailler em 2º, dando a Ligier uma das vitórias mais arrebatadoras já vistas em GPs do Brasil.  Eles simplesmente passearam na pista. Foi uma supremacia tão grande que chegou-se a pensar que a Ligier teria um domínio ainda maior do que a Lotus tivera em 1978, quando Colin Chapman criara o carro-asa. Pura ilusão. Laffite não conseguiria mas nenhuma vitória em 1979 e a Ligier só mais uma, com Depailler, no G.P. da Espanha. Talvez uma explicação para essa reviravolta é que muitas equipes, entre as quais Ferrari, Williams e Renault, ainda não haviam estreado seus carros novos e a Ligier ainda não tinha na verdade uma rival a altura. O que pode ter contribuído também para a queda de produção dos franceses foi o acidente de asa delta sofrido por Depailler no início de junho. Considerado um excelente acertador de carro, ele ficou de fora de toda a 2ª parte do Mundial. Coincidência ou não, a Ligier passou a ter um péssimo rendimento e Laffitte acabou o ano em um decepcionante 4º lugar.

1982

Em 1982, Alain Prost venceu a corrida de abertura e
depois chegaria em 3º no Brasil. Mas com  Piquet
e Rosberg desclassificados, herdou o 1ª posto.
Seria sua última vitória no ano...

Foi uma das temporadas mais confusas da história. Em 16 GPs tivemos 11 vencedores diferentes, recorde que dificilmente será batido, dois acidentes fatais ( Gilles Villeneuve e Riccardo Paletti ), vários pilotos feridos - incluíndo o então líder do campeonato e favoritíssimo ao título, Didier Pironi, que ficaria inutilizado para o esporte - e mais uma série de desclassificações. Uma delas favoreceu Alain Prost no G.P. do Brasil. O francês tinha ganho a prova de abertura, na África do Sul e depois tinha chegado em 3º no Rio, onde Nélson Piquet, da Brabham, venceu espetacularmente. Um mês depois, o brasileiro seria desclassificado, assim como Keke Rosberg, da Williams, que chegou em 2º. O motivo foi um artifício criado pelo engenheiro da Brabham, Gordan Murray, que se aproveitou de uma falha no regulamento. Este dizia que, depois  da corrida, o carro de F-1 teria que ter um peso mínimo, incluíndo o preenchimento total dos recipientes de combustível, óleo e água. Murray criou então um sistema de refrigeração de freios com água, que era eliminada durante a corrida, o que deixava o carro mais leve que os concorrentes. Depois da prova era só encher novamente. O sistema foi copiado por todas as equipes inglesas, mas no final só a Brabham e a Williams, as principais, foram desclassificadas, o que evidenciou uma decisão política da FIA de Jean Marie Ballestre para favorecer Renault e Ferrari. Prost então herdaria essa vitória, mas teria depois um péssimo ano cheio de acidentes e quebras, sem nenhuma vitória e com uma forte rivalidade com o outro piloto da Renault, Rene Arnoux, o que contribuiu para que ele não passasse de um 4º lugar no final do Mundial.

2011 ( ? )

O que acontecerá em 2011 ? Bom, só o tempo irá dizer, mas se Sebastian Vettel vencer na China a história estará 100% ao lado do alemão. Ninguém que ganhou as três primeiras corridas do ano, perdeu o título no final...

terça-feira, 12 de abril de 2011

The 80's ( II ) G.P. da Argentina 1981


Hoje faz 30 anos que Nélson Piquet "estragou" o aniversário do argentino Carlos Reutemann. Explica-se : no dia 12 de abril de 1981, "Lole" completava 39 anos. Coincidentemente era o dia do G.P. da Argentina, prova que o então piloto da Williams nunca tinha vencido em 10 anos de F-1. Já pensando em se aposentar, teria sua última chance de vencer em casa. Mas Piquet não perdoou. Com seu Brabham Ford, ele fez a pole position, liderou a corrida de ponta a ponta e venceu a prova deixando Reutemann em 2º. Pela cara que fez no pódium, "Lole" parece não ter gostado muito do presente de "grego" que recebeu do brasileiro que ria de toda a situação. Que maldade Nélson...

The 70's ( IV ) G.P. da Espanha 1971



Foto do G.P. da Espanha de 1971, no maravilhoso circuito de Montjuich Park, em Barcelona. Jacky Ickx, da Ferrari, lidera seguido pela outra Ferrari de Clay Regazzoni, da Tyrrell de Jackie Stewart ( que seria o vencedor da prova ), e mais Amon, Rodriguez, Beltoise, Andretti, Gethin, Hulme, Siffert, Cevert e Peterson.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Vettel vence na Malásia e dispara no Mundial

Com a vitória no G.P. da Malásia, Sebastian Vettel obteve sua
4ª vitória consecutiva na F-1. Além das duas deste ano, ele
venceu as duas últimas do Mundial de 2010.

A segunta etapa do mundial de F-1 de 2011 foi completamente diferente do G.P. da Austrália que abriu a temporada duas semanas atrás. Ao contrário de Merlbourne, em Sepang tivemos várias  disputas, ultrapassagens, onde principalmente os pneus foram decisivos. O que não foi diferente foi o vencedor. Sebastian Vettel, da Red Bull Renault, ganhou com absoluta autoridade, só perdendo a liderança nas trocas de pneus. O alemão já disparou na tabela do Mundial com 24 pontos de vantagem sobre o 2º colocado, Jenson Button. Vettel só perde a ponta na próxima corrida na China, se não pontuar e se o inglês ainda assim for o vencedor da prova.

Vettel obteve sua 12ª vitória
na F-1 em apenas 64 GPs.
A prova malaia desmistificou uma impressão que já estava virando uma certeza. Que as soluções implantadas pela FIA, para que as ultrapassagens voltassem a fazer parte da F-1, tinham sido um fiasco. Na Austrália nada funcionou : Kers, asas móveis e pneus. Mas em Sepang, o pacote de modificações da  FIA encontrou os ingredientes ideais para que a engrenagem finalmente funcionasse : temperatura alta que literalmente fritou os pneus Pirelli e retas grandes os suficientes para que os dispositivos do Kers e das asas móveis mostrassem sua utilidade nas tão almejadas ultrapassagens. A questão que fica é saber se esses ingredientes vão acontecer com mais frequência ou se o que aconteceu em Sepang foi uma exceção e não a regra. Já na China, semana que vem, poderemos ter uma resposta. Em Shangai existe a maior reta do calendário da F-1, só que em compensação costuma fazer frio nessa época do ano. O "pacote", então, desta vez não vai estar completo. Veremos.

Jenson Button fez uma excelente corrida e chegou em 2º lugar
 poupando carro e pneus sem deixar de ser rápido.
Já o seu companheiro de equipe, Lewis Hamilton...

 Outra questão a ser discutida é a validade dessas modificações. Numa análise rápida, a corrida foi boa, as ultrapassagens ocorreram e o alvo foi atingido. No entanto, algo pareceu superficial. Em primeiro lugar, é muito curioso, pra não dizer engraçado, a FIA pedir para a Pirelli fazer pneus de baixa durabilidade, ou seja, em outras palavras, "ruins". O que se viu em Sepang foram os pilotos entrando nos boxes para trocá-los após 10, 15 voltas, numa bagunça total. O que mais se via era piloto falando pelo rádio : "pneu acabou, vou entrar" e isso aconteceu a corrida toda. No entanto, mal ou bem, o piloto tem participação nisso, pois ele é o responsável em economizar pneus e isso, por exemplo, foi decisivo para que Button chegasse em 2º, com méritos, e Hamilton, com o mesmo McLaren, se arrastasse no final e chegasse em 8º com os pneus aos frangalhos. A solução dos pneus "ruins" funcionou, mas que é estranha uma marca de pneus se submeter a isso, ah isso é...

A FIA pediu para a Pirelli construir
pneus com baixa durabilidade,
ou seja, em outras palavras,
ruins. Alguém já viu isso?
Mas superficial ainda são os dispositivos Kers e asas móveis. Se nos pneus os pilotos podem ser decisivos, já nesses outros eles são meros passageiros. Em ambos, os pilotos estão totalmente vendidos e, por melhor que sejam, não conseguem segurar  um carro que vem pelo menos 15km/h mais rápido atrás. A ultrapassagem se torna tão fácil que não deixa ao piloto da frente a menor possibilidade de defesa. A favor do "pacote" pode-se dizer que é muito melhor isso do que nada. Ninguém aguentava mais aquela procissão de carros em fila indiana, onde ninguém passa ninguém. Já faz muito tempo que a F-1 virou receita contra a insônia e o desespero bateu nas portas da FIA. Ninguém pede para um fabricante de pneus fazer um pneu "ruim" à toa...



A corrida

Na largada, Vettel manteve a 1ª posição com tranquilidade, já atrás a situação era outra. Webber não conseguiu acionar o Kers e caiu de 3º para 10º sendo ultrapassado logo na arrancada pelos dois Ferrari, com Alonso vindo pela esquerda e Massa pela  direita ( ver video acima com análise do ex-piloto de F-1, Martin Brundle, da BBC ). O espanhol, como na Austrália, se posicionou mal e ficou preso atrás de Heidfeld e Petrov que deram as largadas mais espetaculares entre todos. Os Renault-Lotus simplesmente sairam atropelando todo mundo. Vindo por fora, o russo pulou de 8º para 5º e o alemão ainda fez melhor, foi de 6º para 2ª, na largada que pode vir a ser ( mesmo se tratando da 2ª prova do ano ) a melhor de toda a temporada. No final da 1ª volta, Vettel liderava seguido por Heidfeld, Hamilton, Button, Petrov, Massa, Alonso, Schumacher, Webber, Kobayashi e os demais.

A partír daí tivemos várias disputas interessantes entre Kobayashi e Schumacher, Button e Alonso, Massa e Webber, Alonso e Hamilton, Webber e Kobayashi. O japonês, alíás, deu um show à parte e conseguiu ultrapassar "Titio" Schumacher três vezes durante a corrida. No final das contas, o único piloto que manteve-se longe das disputas, foi Sebastian Vettel que conseguiu manter um ritmo muito bom a corrida toda sem forçar muito os pneus, o que é uma das principais virtudes dos grandes campeões da história, posição que o alemão a cada dia se aproxima mais.

Na largada, Vettel manteve a ponta seguido por um inacreditável
Nick Heidfeld que pulou de 6º para 2º. Mais atrás, Massa
começa a passar Alonso por fora na curva.

Quem também fez uma grande corrida foi Jenson Button que chegou em 2º. Alertamos aqui no post anterior que o inglês deveria levar vantagem sobre o seu sempre mais badalado companheiro de equipe, Lewis Hamilton, em uma pista que exige demais dos pneus. Button é dos pilotos mais técnicos da F-1 atual e sabe poupar o carro e pneus como ninguém sem deixar de ser rápido. Seu único ponto fraco são os treinos onde ele é sempre superado por Lewis. Se tivesse largado mais na frente, talvez pudesse ter ameaçado Vettel. No final foi o único que chegou perto do alemão.

Outro destaque foi Heidfeld que subiu no pódium ao chegar em 3º. Além da largada sensacional, o alemão teve boas disputas com as Ferrari e teve bastante trabalho para segurar Webber no final, que tinha um conjunto de pneus bem mais inteiro. Já o australiano teve uma corrida irregular. Como foi dito, caiu para 10ª na largada porque o Kers "apagou" ficando sem o dispositivo a corrida toda, depois foi subindo de posição e chegou em 4º, mas isso se deveu principalmente a diversos problemas que aconteceram com os pilotos que vinham na frente como foi o caso de Felipe Massa.

Vettel completa a 1ª volta sendo seguido por Heidfeld,
Hamilton, Button, Petrov, Massa, Alonso, Schumacher,
Webber, Kobayashi e os demais.

O brasileiro fez provavelmente sua melhor corrida desde que Alonso foi para a Ferrari. Massa novamente passou o espanhol na largada e estava em 5º atrás de Button quando parou para trocar pneus na 14ª volta. A troca se revelou um desastre e Felipe caiu para 10º. No final ainda chegaria em 5º com a certeza que se não fosse o problemas na troca teria disputado o 3º lugar com Heidfeld. A Ferrari curiosamente tem um desempenho bem melhor nas corridas do que nos treinos o que ninguém em Maranello soube explicar. Alonso acabou atrás de Massa e chegou em 6º numa corrida confusa. O espanhol largou mal e caiu para 7º, depois veio se recuperando bem e estava em 4º, atrás de Hamilton, quando os pneus do inglês começaram a se deteriorar. Teria ultrapassado facilmente se não fosse um defeito na asa móvel que deixou de funcionar. O espanhol teve então que arriscar e acabou acontecendo o acidente mais polêmico da corrida ( ver video )



Alonso queria passar de qualquer maneira e Hamilton defendia duramente a posição. Na saída de uma curva o inglês jogou o carro um pouco para a direita para impedir que o espanhol tentasse a ultrapassagem na curva seguinte. Nesse instante Alonso apontou o bico da Ferrari naquela direção e não conseguiu evitar o choque. Com a asa dianteira destruída, o espanhol teve que parar nos boxes e perdeu qualquer possibilidade de subir ao pódium. No final da corrida, os delegados da FIA decidiram punir em 20 segundos os dois pilotos. Alonso mesmo assim manteve o 6º posto enquanto que Hamilton caiu para 8º. Uma medida exagerada da FIA, que não deveria ter punido nenhum dos dois, menos ainda Alonso que afinal só bateu porque Hamilton desviou a trajetória repentinamente.

Atrás do espanhol chegou Kamui Kobayashi que foi junto com Vettel, Button e Heidfeld, o melhor piloto da prova. O japonês passou  meio mundo na corrida de todas as formas possíveis e foi o único que fez "apenas" 2 trocas de pneus. Suas batalhas com Schumacher e Webber foram certamente dos melhores momentos da prova. A Sauber é a maior surpresa desse início de campeonato.

Nick Heidfeld fez uma grande corrida e chegou em 3º lugar
dando a Renault-Lotus seu segundo pódium consecutivo.

Já  Lewis Hamilton fez uma corrida desastrosa. Temos comentado aqui que o inglês poderia ter problemas com esse novo regulamento que obriga os pilotos a poupar os pneus. Na  Austrália, por causa do frio, isso não aconteceu, mas na Malásia...

Hamilton embora seja muito rápido, sempre exige muito dos pneus, uma deficiência já notada em outras temporadas. Numa pista com pouco desgaste de pneus, isso talvez não faça muito diferença, mas em Sepang foi fatal. Hamilton várias vezes durante a corrida travou as rodas, freando além do limite. Os pneus foram se acabando sempre antes do previsto, o que obrigou a equipe a fazer 4 paradas e até insistir nos pneus duros, com a esperança deles resistirem mais a tocada forte do inglês. Foi em vão. No final, Hamilton acabou em 8º, quase 1 minuto atrás de Button que tinha a mesma McLaren.

No pódium, Vettel, Button e Heidfeld comemoram. Os três,
juntos com Kamui Kobayashi, foram os grandes destaques
da prova.

Em 9º chegou Schumacher numa corrida atribulada em que embora tenha chegado à frente de seu companheiro de equipe, Nico Rosberg,  acabou levando 3 ultrapassagens de Kobayashi. Por fim ainda na zona de pontos, em 10º,  chegou novamente o escocês Paul di Resta em mais uma boa corrida.

Ainda a destacar o péssimo rendimento da equipe Williams que chegou a acreditar, nos testes de inverno, estar entre as 5 melhores. Barrichello estava em 15º quando levou um toque de Adrian Sutil furando um pneu traseiro. Voltaria em último  e depois abandonaria  com a transmissão quebrada. Já Vitaly Petrov voltou ao "normal". Deu várias saídas de pistas até que numa delas não tirou o pé, continuou acelerando até que o carro pegou uma saliência na grama e literalmente "decolou", quebrando a barra da direção na "aterrisagem". Um acidente estranho em uma corrida estranha...

Vettel foi o único piloto que brilhou nas duas corridas.
Todos os outros tiveram altos e baixos.

Estranho também foram as atuações cheias de altos e baixos de alguns pilotos nessas duas primeiras corridas. Vitaly Petrov, Sergio Perez e Lewis Hamilton  brilharam na Austrália e se apagaram na Malásia. Já Jenson Button, Nick Heidfeld e Kamui Kobayashi fizeram o contrário. O único que brilhou nas duas corridas e manteve-se impertubável foi Sebastian Vettel. Pelo menos por enquanto, o alemão está dando as cartas.