sexta-feira, 21 de outubro de 2011

As mortes na Indy desde 1996

Dan Wheldon ( 2011 )


Paul Dana ( 2006 )
 

Tony Renna ( 2003 )


Greg Moore ( 1999 )


Gonzalo Rodriguez ( 1999 )


Jeff Krosnoff ( 1996 )

Scott Brayton ( 1996 )


segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Tragédia em Las Vegas era questão de tempo

Após bater no muro e nas telas de proteção o carro de
Wheldon explode em chamas. O choque direto
no cockpit matou o piloto imediatamente.
 

Quem acompanha a F-Indy estava aguardando há muitos anos ocorrer um acidente violentíssimo envolvendo uma dezena de carros num circuito oval e que ainda só não tinha acontecido por uma questão de pura sorte  Todos temiam que o fato mais cedo ou mais tarde se concretizasse e a "bruxa" finalmente resolveu aparecer da pior forma possível ontem nas 300 Milhas de Las Vegas que acabou resultando no maior acidente dos 100 anos de história da Indy, envolvendo 15 carros e que culminou com a morte do atual campeão das 500 Milhas de Indianápolis, Dan Wheldon.

A Indy é uma espécie de antítese da Fórmula 1 atual. Enquanto na categoria máxima se prega exageradamente o "risco-zero" ( filosofia de segurança de Max Mosley que visa eliminar a qualquer custo a possibilidade de um acidente grave ) na categoria norte-americana existe um tipo de vale-tudo. Essa filosofia da F1 teve início com a morte de Ayrton Senna em 1994 e que se intensificou com o passar dos anos. Hoje os carros são seguríssimos e os circuitos foram "mutilados" em prol da segurança. As grandes pistas foram sendo modificadas ou foram simplesmente alijadas do calendário da F1. Ficou tudo mais seguro, mas as curvas desafiadoras desapareceram e a emoção também...


O acidente envolveu 15 carros e pelo menos 5 deles
explodiram em chamas. Em 100 anos de história
da categoria, nunca se viu nada igual.

Já na Indy a segurança é vista com outros olhos, mesmo porque o maior diferencial da categoria americana são as pistas ovais e em traçados como esses não pode haver área de escape, brita, então qualquer escapada do piloto torna o choque com o muro inevitável. O perigo na Indy faz parte sempre do negócio, o piloto que tem medo que vá buscar outra categoria...

O "risco zero" da F1 e o "vale tudo" da Indy tem um preço. O da F1 já foi dito, mas em relação a Indy... Desde o acidente fatal de Senna em 1994, nenhum piloto morreu na F1. Mas na categoria americana foram sete os que encontraram a morte nas pistas : Scott Brayton e Jeff Krosnoff em 1996, Gonzalo Rodriguez e Greg Moore em 1999, Tony Renna em 2003, Paul Danna em 2006 e agora Dan Wheldon. Quer dizer, desde 1996, praticamente uma morte a cada dois anos, um número elevado mas de certa forma "compreensível" por ser o automobilismo, afinal, um esporte de risco. Como se diz nos bastidores não é possível você ter tudo sobre controle em um circuito oval andando numa média de 350 km/h cercado por outros carros. O coquetel se revelou explosivo ontem e deu no que deu.

O momento do choque de Wheldon em Viso. O piloto inglês
poderia ter saído inteiro, mas o destino quis que o cockpit
  fosse atingido em cheio quando o carro bateu no muro.

Mas o fato do automobilismo ser um esporte de risco não implica em irresponsabilidade e isso acabou gerando a tragédia de Las Vegas. A pista americana é extraordinariamente curta ( pouco mais de 2 Kms ) e bastante estreita, não comportando jamais uma corrida com 34 carros. Para se ter uma idéia em Indianápolis correm 33 carros em um traçado de quatro Kms numa pista muito mais larga e essa discrepância gerou preocupação nos pilotos ainda nos treinos. Além disso soma-se outro fator : na Indy corre praticamente quem quer, 2/3 do grid é formado por pilotos fracos ou com pouca experiência. O que aconteceu então era mesmo questão de tempo. Um choque no meio do pelotão entre Wade Cunningham e James Hinchcliffe deu início aos caos. Pelos menos cinco carros foram "catapultados" ao passaram por cima dos outros e voaram, explodindo no muro. Desde o início ficou claro que o caso de Wheldon era o mais grave. O piloto inglês bateu em Ernesto Viso, decolou e o carro virou atingindo o muro e a tela de proteção num ângulo que destruiu o cockpit do carro e que muito provavelmente matou Wheldon de imediato.


Wheldon comemora a sua segunda vitória nas 500 Milhas de
Indianápolis a apenas quatro meses atrás. Ao triunfar em
2005, Wheldon se tornou o 1º piloto britânico a vencer
as 500 Milhas desde Graham Hill em 1966.

A morte de Wheldon lembra o acidente que matou Ronnie Peterson no G.P. da Itália de F1 de 1978 em Monza. Alí logo depois da largada um choque envolveu 10 carros e o piloto sueco levou a pior. Ao ser atingido por trás por James Hunt, que foi fechado pelo então novato Riccardo Patrese, Ronnie perdeu o controle do carro que bateu em cheio no guard-rail e explodiu em chamas imediatamente. O Lotus voltou para a pista e foi atropelado pelos outros. Ronnie com múltiplas fraturas nas pernas acabou morrendo de embolia no dia seguinte.

Assim como Peterson, Wheldon simplesmente estava no lugar errado na hora errada. Quis o destino que no meio de vários pilotos inexpressivos envolvidos no acidente a fatalidade atingisse exatamente o mais talentoso deles, o campeão da Indy em 2005 e bicampeão das 500 milhas de Indianápolis. Era a vez de Wheldon. Como na maioria dos acidentes fatais no automobilismo, poderia ter sido qualquer um...

A última entrevista de Wheldon

O acidente fatal de Dan Wheldon



domingo, 16 de outubro de 2011

Dan Wheldon morre em acidente em Las Vegas

Dan Wheldon ( 1978 - 2011 )

O piloto inglês Dan Wheldon de 33 anos morreu hoje depois de um terrível acidente que envolveu 15 carros na Las Vegas 300, prova de encerramento da temporada de 2011 da Indy Cars Series. O acidente já é considerado o mais sério da história da Indy e a prova foi suspensa com apenas 12 voltas disputadas. Imediatamente ficou evidente que as feridas de Wheldon eram gravíssimas, já que o seu carro ao bater em Ernesto Viso decolou, atingindo o muro num ângulo totalmente desfavorável que esmagou o cockpit do carro, provocando múltiplas fraturas em sua cabeça. Menos de uma hora depois do acidente, Wheldon foi declarado morto, repetindo-se a história do canadense Greg Moore, que em 1999 também faleceu na última prova da temporada daquele ano da Indy em Fontana.

Campeão da Fórmula Indy em 2005 e 16 vezes vencedor na categoria, Wheldon venceu também duas vezes as 500 Milhas de Indianápolis, a primeira em 2005 e a segunda em junho último ao triunfar espetacularmente no instante final quando o então líder JR Hildebrand bateu na última curva. Wheldon se tornou o primeiro piloto vencedor das 500 Milhas a morrer nas pistas desde que o americano Mark Donohue, que venceu em 1972, perdeu a vida em um acidente durante o Warm up do G.P. da Áustria de F-1 de 1975.

Dan Wheldon já tinha colocado o seu nome na história por ter vencido a mítica 500 Milhas de Indianápolis e ter se tornado o primeiro inglês a fazê-lo desde Graham Hill em 1966. Agora, infelizmente, seu nome também entra na lista dos pilotos que  tragicamente morreram  nas pistas.

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Análise - acidente Hamilton e Kobayashi em Spa




Um acidente na 12ª volta com Kamui Kobayashi eliminou Lewis Hamilton do G.P. da Bélgica. O inglês acabara de ultrapassar o japonês um pouco antes da Eau Rouge quando os dois carros entraram na reta Kemmel. Surpreendentemente o McLaren perdeu velocidade e Kobayashi se aproximou do inglês na entrada de Les Combes colocando seu Sauber do lado esquerdo da pista. Hamilton fez uma pequena mudança de trajetória e se jogou para a esquerda se chocando com a roda dianteira direita do japonês, perdendo o controle do carro e batendo fortemente no guard-rail.

Análise : Hamilton percebeu a aproximação de Kobayashi, tanto que posicionou o carro para o meio da pista para impedir que o Sauber pegasse o seu vácuo. Mas ao jogar depois o carro para a esquerda não notou que o japonês já estava lá. Como bem disse Kobayashi após a corrida, em nenhum momento ele mudou a trajetória, foi Hamilton que o fez. O próprio inglês afirmou que apenas lembra de perder o controle do McLaren e bater no guard-rail, deixando evidente que não viu realmente Kobayashi. O japonês embora culpasse Hamilton pelo ocorrido, não quis criar nenhuma polêmica : "é um incidente de corrida" disse. Está certo.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Grandes Duelos ( IX ) Piquet x Senna - Budapeste 1986



Hoje o tricampeão Nelson Piquet completa 59 anos e para homenageá-lo nada melhor que postar o que foi muito provavelmente a maior ultrapassagem na F1 de todos os tempos. Piquet, da Williams Honda, e Ayrton Senna, da Lotus Renault, duelavam pela vitória no G.P. da Hungria de 1986. Piquet já havia tentado ultrapassar Senna pela parte de dentro da curva que fica após a reta dos boxes, mas o piloto da Lotus havia jogado o carro para a direita e obrigado Piquet a retardar o máximo a freada e sair reto, o que fez Senna retomar a posição. Nas voltas seguintes, Senna manteve o carro no meio da reta, mostrando que se Piquet tentasse de novo por alí ele repetiria a manobra. Vendo que passar por dentro seria impossível, Piquet resolveu desafiar a lógica : tentar passar Senna por fora. Nélson fingiu que ia por dentro e quando Senna jogou o carro para a direita foi surpreendido por uma manobra inacreditável de Piquet que jogou o carro para a esquerda e o passou completamente de lado como se estivesse em um carro de rallie. Uma manobra que completou 25 anos no último dia 10 de agosto e que jamais tinha sido vista na F1 até então. E nem depois...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Análise da punição para Lewis Hamilton



Lewis Hamilton foi punido com um drive-throught por ter voltado para a pista depois de ter rodado na saída da chincana. Nessa entrevista o inglês procurou se defender, pediu desculpas para os outros pilotos, afirmando que não os viu. Se pensarmos o que Hamilton falou após o G.P. de Mônaco, quando ele bateu em Massa e Maldonado e depois os culpou, ocorreu um avanço, já que dessa vez ele não responsabilizou ninguém e até, quem diria, pediu desculpas. Mas, é difícil de acreditar que a manobra não tenha sido proposital . Quando o inglês viu que tinha rodado, tentou manter a posição provocando um cavalo de pau mesmo que isso prejudicasse os adversários. Uma reação natural de Hamilton. Coisas de instinto...

Veja a largada do G.P. da Hungria