sábado, 29 de setembro de 2007

"Kamikaze" Hamilton larga na pole em Fuji



Numa volta "kamikaze", o inglês Lewis Hamilton é o pole position para o G.P. do Japão. Seu companheiro de equipe , Fernando Alonso, divide a 1ª fila com o inglês. As Ferrari, com Raikkonen em 3º, estão na segunda fila.


* Foi uma volta sensacional de Hamilton, que até aquele momento estava apenas em 3º lugar. Próximo a reta de chegada, ele mudou a trajetória, pegou o vácuo do carro que estava à frente, cortou para à esquerda, passou raspando por este carro , e cruzou a linha de chegada, conseguindo assim sua 5ª pole position da temporada.


* Para Alonso, foi uma derrota dupla : ser batido pelo inglês no último instante e ver que sua equipe não fez a menor questão de esconder sua preferência por Hamilton.


* Para as Ferrari a única esperança é acontecer um desastre amanhã com as McLaren. Caso contrário, dá adeus ao título.


* Button fez um milagre conseguindo colocar uma Honda em 6º, já Barrichello ...


* A Honda bateu a Toyota na terra desta. Trulli foi apenas o 13º, já Ralf, o 15º, após o acidente com Yamamoto. Um desastre.


* Vettel foi outro que andou fazendo milagres na pista nipônica. Colocar uma Toro Rosso ( só a Globo chama de STR ) em 8º merece todos os elogios.


* Rosberg, se não fosse a punição, largaria em 6º. Caiu para 16º. E Wurz o que ele faz ainda na Williams ? Ele só ficou à frente das Super Aguri e das Spyker.


* Se chover a corrida promete ser boa e o favorito deve ser Alonso. Hamilton teve seu pior momento do ano na chuva de Nürburging. O inglês não parece tão a vontade como o espanhol numa pista molhada. Mas a julgar pelo desempenho dele de hoje, esse prognóstico pode ir por água abaixo ( com trocadilho, por favor ).


* Já no seco será de quem largar melhor. É bom ninguém perder a largada.


* Felipe deve dar adeus ao título dentro de poucas horas...

Fuji : As modificações na pista

A pista em que foram disputados os GPs. do Japão de 1976 e 1977. Impressiona a longa tomada da curva anterior a reta dos boxes. No entanto, esse tipo de curva era bastante comum nessa época. Lembra da curva do Sol, em Interlagos ?




Já a pista atual é muito mais travada, seguindo a tendência de diminuir a velocidade a qualquer custo. Mais uma pista mutilada...

Treino do G.P. da Japão ( íntegra )

Para quem não pode assistir ao treino desse sábado de madrugada , entre nesse site que ele mostra o treino na íntegra. Só não sei de que país é essa transmissão. Alguém fala sueco ou finlandês ?

http://www.ustream.tv/1k0Sq,eiQMEntfHEtUmX8w.usv

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Lembranças de Fuji

Foram apenas duas provas, mas por razões diferentes, elas entraram na história da F-1.

Fuji 1976 : Niki Lauda desiste da corrida na 1ª volta, em protesto contra as más condições da pista devido a chuva, dando adeus também ao título que iria parar nas mãos de James Hunt


Fuji 1977 : A Ferrari de Gilles Villeneuve bate na Tyrrell de Ronnie Peterson, levanta vôo e mata dois espectadores. O canadense escapou ileso.

domingo, 23 de setembro de 2007

Morrer como antigamente
















Quando o tricampeão mundial de F-1, Jackie Stewart, começou uma campanha a favor de maior segurança nas pistas, no final dos anos 60, um proprietário de circuito, preocupado com os gastos que isso iria causar, usou uma frase emblemática "Os pilotos de F1 já não morrem mais como antigamente". Por mais absurda que seja essa colocação, ela refletia um pensamento muito comum na época, a de que os pilotos deveriam entender que o automobilismo era um esporte de alto risco, em que a morte deveria ser encarada normalmente.

De fato o risco era enorme. Durante as décadas de 60 e 70, 42 pilotos de F1 morreram nas pistas em diversas categorias, sendo a metade na própria F1. Os pilotos eram vistos como gladiadores. A morte, inevitável.

Lembrei de tudo isso por ocasião do G.P. da Bélgica último, mais precisamente quando Alonso passou Hamilton na Eau Rouge. Foi uma manobra genial, sem dúvida, mas ela seria possível um tempo atrás ? Antigamente, um erro numa ultrapassagem custava ao piloto , muitas vezes, a própria vida. Em 1985, por exemplo, numa corrida de esporte protótipo, o promissor Stefan Bellof morreu na mesma Eau Rouge, numa manobra parecida com a de Alonso, quando tentava passar Jacky Ickx.

O que teria acontecido se Alonso e Hamilton tivessem se chocado ? Depois da pancada que Robert Kubica deu em Montreal, e saiu ileso, é difícil acreditar que a F1 ainda mata. Claro, o risco ainda está lá, mas o que importa é que estamos há 13 anos sem um acidente fatal, desde o fatídico 1º de maio de 1994, de triste lembrança. Alonso, para os padrões da F1 atual, fez uma ultrapassagem muito arriscada, mas ainda dentro de uma margem de segurança.

Segurança que era precária na maioria das pistas antigas e no qual um dos maiores exemplos é justamente Spa Francorchamps. A pista flamenga tinha, até 1970, 14 kms de extensão, o dobro do circuito atual. Na verdade, circuito era modo de dizer. Eram aproveitados trechos de estradas cercadas de casas e precipícios, ligando as cidades de Spa, Francorchamps, Malmedy e Stavelot.

Para se ter uma idéia do que era essa pista, nada melhor do que assistir ao filme Grand Prix de John Frankenheimer, de 1966, que é o melhor documento em video mostrando o que era a F1 dessa época. Vendo o filme, você chega a conclusão que a segurança não era precária não, ela simplesmente não existia.

A corrida de 1960, em Spa é o maior exemplo disso. A equipe Lotus levou 5 carros para seus pilotos : Jim Clark, Stirling Moss, Alan Stacey , Innes Ireland e Mike Taylor. Nos treinos, Moss perdeu uma roda, seu carro foi atirado contra um barranco e ele quebrou as duas pernas. Taylor também bateu forte e o carro ficou inutilizado. Alinharam, portanto, 3 Lotus para a corrida.

Logo no início, Ireland sofreu um acidente, mas saiu ileso. Restavam Clark e Stacey, até que na 24º volta veio a tragédia. Um pássaro atingiu em cheio, a 220 km/h, a cabeça de Stacey, que morreu na hora. Até então, o capacete era aberto no rosto, com uma máscara para proteger os olhos. Não foi o único acidente fatal do dia. Um pouco antes, Chris Bristow, da Cooper, havia perdido a vida numa disputa de posição com Willy Mairesse. Só Clark conseguiu levar uma Lotus ao final da prova. Outros tempos.

A preocupação de Stewart com segurança começou depois de um acidente em Spa, em 1966, em que ele ficou preso dentro de seu BRM destruído, enquanto o combustível vasava. A corrida continuou, o que era comum, enquanto alguns fiscais e até pilotos buscavam tirar o escocês do carro. Depois de mais de meia hora, ele foi retirado. Uma simples faísca e tudo terminaria para Stewart, não havia um único extintor nas proximidades. Definitivamente, os tempos eram outros, os pilotos também.

Hoje, um piloto pode errar à vontade, porque sabe que existem áreas de escape e caixas de brita em exagero. O risco praticamente sumiu. A manobra de Alonso é celebrada com justiça, porque foge da regra e assustou muita gente. Nada comparado com o passado, contudo. Os pilotos eram heróis. Eu me lembro que tinha lá meus 13 anos, quando fui ao Hotel onde estavam hospedados os pilotos de F1, por ocasião do G.P. do Brasil de 1982, no Rio. Meu ídolo era Gilles Villeneuve.

Quando o vi, parecia adivinhar que ele não duraria muito. A F1 na época era tão perigosa, que um piloto como Villeneuve, que arriscava demais e não ligava a mínima para segurança, não poderia viver muito tempo. Não viveu. Pouco mais de um mês depois, morreria na pista de Zolder, na Bélgica. Guardo até hoje seu autógrafo como se fosse um troféu.

Zolder foi justamente a pista que veio a substituir a antiga Spa quando esta foi alijada do calendário da F1 por falta de segurança. Curiosamente, após a morte de Villeneuve, ocorreu o inverso. Zolder foi considerada maldita e Spa voltou ao calendário reformada. Sobre a antiga Spa a melhor definição é do próprio Jackie Stewart "O piloto que afirma que dá 100% em uma volta em Spa, mente. Isso é impossível" E era mesmo.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Alonso - McLaren : o fim ?

A equipe prateada pode não ter o espanhol em 2008 . A ruptura parece inevitável.

A FIA divulgou uma transcrição da reunião do Conselho Mundial no último dia 13, na qual Ron Dennis revela que não conversa com Fernando Alonso desde a manhã do G.P. da Hungria, em 5 de agosto. O motivo ? Uma chantagem que o piloto espanhol fez a Dennis caso o seu pedido de ser o 1º piloto da Mclaren não fosse atendido. A ameaça seria revelar à FIA o conteúdo de e-mails que comprometeriam a McLaren no escândalo da espionagem. Dennis ficou furioso, rejeitou a "oferta" e fez a ameaça chegar aos ouvidos do presidente da FIA, Max Mosley, que o acalmou. Desde então eles não se falam. Alonso agora está tomando pancada de todos os lados e o rompimento com a McLaren parece inevitável. Afinal, quem tem razão ?

* Alonso talvez seja o maior exemplo da "prima donna" que é a maioria dos pilotos da F1 atual. Por ser não só o maior piloto do mundo, como o atual bicampeão, ele acaba chamando mais atenção. A discussão com Felipe Massa após o G.P. da Europa mostra bem isso : em vez de comemorar a vitória, ele quis mostrar pro mundo pela TV, apontando para o seu carro, que Felipe havia se comportado mal, ao ter a petulância de ter atingido seu McLaren ao defender a 1ª posição. Foi ridículo. Afinal numa corrida de carros o choque numa ultrapassagem é mais do que normal. Foi pura frescura, só isso.

* Mas isso não é primazia de Alonso. Barrichello, por exemplo, sempre foi o rei do "choro" e com uma grande desvantagem : sem um pingo do talento do asturiano. Suas reclamações eternas de que era prejudicado pela Ferrari chegavam a ser cômicas. Até hoje ele parece acreditar que era melhor que Michael Schumacher. O pior é que ele tinha eco em boa parte da imprensa brasileira, que lhe dava razão, sabe-se lá com que interesses. Mas foi tudo em vão. "Eterno perdedor" , "chorão" são palavras que estão definitivamente vinculadas a sua imagem para o público brasileiro. Não a como mudar.

* Outro que vai pelo mesmo caminho é Lewis Hamilton. Grandíssimo piloto, mas também muito mimado. Ele aproveita o fato de que a imprensa do seu país é maioria ( e muito influente ) e busca tirar vantagem nisso. Reclamar, por exemplo, da manobra de Alonso na La Source em Spa, foi tentar fugir do mais importante : da ultrapassagem que levou do espanhol na Eau Rouge. A imprensa inglesa só falava da deslealdade de Alonso, reservando poucas linhas para o que era realmente mais importante, que o "seu" garoto tinha sido nocauteado pelo espanhol numa manobra histórica. Isso para não falar do episódio da Hungria, quando o choro de Hamilton levou
à FIA a punir Alonso.

* A vários outros casos de pilotos atuais que são "prima donna", nem adianta perder muito tempo com isso. Dá saudades dos pilotos antigos que tinham outras prioridades, como sobreviver, por exemplo. Até os início dos anos 80, o risco de um acidente fatal era tão grande, que ninguém se preocupava com questões menores. São os males da segurança absoluta que a F1 atingiu, o risco zero.

* Voltemos ao "caso" McLaren. A situação de Alonso agora na equipe é insustentável. Como pode um piloto não conversar mais com o chefe de equipe ? Nem Prost no último ano na McLaren, em 1989, chegou a esse ponto. O rompimento é inevitável.

* Alonso saiu queimado. Mas será que existe defesa para o asturiano ? Talvez só uma. Alonso entrou na equipe como o melhor piloto do mundo, e trouxe a McLaren um know-how de um piloto que tinha acabado de conquistar um bicampeonato pela Renault. A McLaren não ganha um título desde 1999, e ele se vê no direito de ter privilégios. Convenhamos que Alonso tem muito mais a oferecer a Hamilton do que o contrário. Além disso, o espanhol tem que aguentar a pressão insuportável da mídia inglesa que quer fazer de Lewis o novo campeão. A punição que Alonso recebeu na Hungria foi a gota dágua. Ele se sentiu roubado e ameaçou Ron Dennis. Foi feio sim, mas ele está praticamente sozinho.

* Só agora a imprensa espanhola começa a ser mais simpática a seu piloto. A uma Guerra Inglaterra x Espanha nos bastidores.

* Depois dessas revelações, como pôde a McLaren sair praticamente impune de tudo isso ? Ficou mais do que evidente que o próprio Ron Dennis sabia da espionagem. Foi servida a maior pizza da história da F1. E inglesa...argh !!!

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

A batalha de Spa


Alonso e Hamilton um pouco antes da subida da Eau Rouge. O que o Nico Rosberg está fazendo alí atrás ?

A guerra ainda não declarada entre Lewis Hamilton e Fernando Alonso explodiu nesse domingo em Spa Francorchamps. Após eles quase se chocarem, em dois momentos diferentes depois da largada ( na La Source e na Eau Rouge ), os pilotos acabaram trocando acusações mútuas logo depois do fim da prova.

Lewis Hamilton : " Não acho que foi uma manobra justa ( na La Source ) , ele foi muito duro na defesa da posição. Eu estava por fora , mas estava mais à frente e havia espaço para nós dois. É estranho alguém que sempre reclama de manobras injustas agir dessa forma. Tentei passar , mas ele me empurrou pra fora. Foi sorte ter área de escape."

Fernando Alonso : " Felipe travou as rodas e eu tive que abrir um pouco para não bater nele. Lewis acabou por usar uma área fora da pista para me passar. Era essencial que eu completasse a primeira volta na frente dele. Na verdade a ultrapassagem na Eau Rouge foi mais espetacular visto da TV do que de dentro do cockpit."

Análise : Alonso, de fato, espalhou na saída da La Source. Mas essa é uma manobra natural, o que o espanhol poderia fazer ? Inclusive ele não foi o único a fazê-lo nesta largada. O piloto que está por dentro da curva leva sempre essa vantagem na saída, de abrir a tomada conforme achar melhor. Mas o espanhol também não pode reclamar que Hamilton o passou por fora da zebra, já que Alonso, é lógico, não deu espaço para o inglês. É aquela história, cada um tem a sua opinião e do jeito que estão as coisas, eles nunca vão se entender. Hamilton parecia mais revoltado, o que é compreensível, já que ele levou uma ultrapassagem sensacional de Alonso na Eau Rouge. Já Alonso parecia curtir o momento de uma manobra que vai entrar pra história.


Hamilton saiu melhor na La Source, mas Alonso deu o troco na Eau Rouge. E que troco !!! Foi a manobra mais bonita da F1 nos últimos anos.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Alonso x Hamilton : duelo na Eau Rouge


Hamilton leva pequena vantagem na reta antes da subida da Eau Rouge. Alonso, à esquerda, arrisca tudo e não alivia o pé.


O espanhol enfia por dentro da curva e passa o inglês que, surpreso, não teve como evitar a ultrapassagem.


Alonso chega ao topo da curva na frente. Manobra extraordinária, porém muito arriscada do ás espanhol. Se Hamilton fechasse a porta, a batida poderia ter sérias consequências.

domingo, 16 de setembro de 2007

Raikkonen é tri na Bélgica, mas Alonso rouba a cena


A dobradinha foi vermelha, mas a atração foi o homem de branco alí do lado

Kimi Raikkonen confirmou o favoritismo e ganhou sua terceira corrida consecutiva em Spa,com Felipe Massa em 2° fazendo a dobradinha da Ferrari e dando a equipe de Maranello o Campeonato de Construtores. Mas quem acabou roubando a cena foi Fernando Alonso, que fez a mais espetacular ultrapassagem dos últimos tempos da F1, sob seu arqui-rival Lewis Hamilton na Eau Rouge, a curva mais desafiadora do mundo. Alonso diminuiu para dois pontos sua diferença para o inglês que tem 13 de vantagem sobre o vencedor Raikkonen. Massa está praticamente fora com 20 pontos atrás do Líder.

* A convincente dobradinha da Ferrari em Spa, com Raikkonen e Massa, amenizou um pouco as decepções da equipe de Maranello, em Monza e Paris, nos últimos dias. Mas o Mundial de Pilotos continua difícil, muito.

* A Mclaren desta vez não foi páreo para a Ferrari, mas pela vantagem que os pilotos tem no mundial, chegar em 3º ( Alonso ) e 4º ( Hamilton ) tá dentro do script.

* Apesar da "Hamilton mania", Alonso mostrou porque é o melhor piloto do mundo. Sua ultrapassagem na Eau Rouge, e logo sobre o inglês, vai entrar na história como um dos momentos mais belos da F1 em todos os tempos.

* Stefan Bellof, piloto alemão de enorme coragem, tentou passar Jacky Ickx na mesma curva, em uma corrida de protótipo em 1985. Arriscou tudo, e morreu. Ele pintava como o mais forte adversário de Ayrton Senna no futuro, ambos eram da mesma geração. Mas a morte chegou antes.

* 4 vitórias para Raikkonen e Alonso, 3 para Massa e Hamilton. Que campeonato hein? Mas corrida que é bom...

* Aliás, ou a FIA faz algo, ou a F1 vai virar receita pra dormir.

* A ultrapassagem de Alonso valeu o ingresso. Mas só para quem estava na Eau Rouge.

* Faltou a chuva...

COMO FICA O CAMPEONATO

* Alonso, se vencer em Fuji, vai ser o novo líder mesmo que Hamilton chegue em 2°. Eles empatam em pontos, mas o espanhol passa a ter duas vitórias a mais.

* Raikkonen, 13 pontos atrás, vai ter que torcer para os pilotos da Mclaren se enroscarem pelo menos uma vez. Ontem tanto na La Source como na Eau Rouge , faltou pouco.

* Massa está fora. Tirar 20 pontos em 30 é impossível. E ainda tem Alonso e Raikkonen na frente.

* O brasileiro agora deve receber ordens para ajudar Raikkonen. É a única chance da Ferrari. Se eles fizerem dobradinha nas provas que restam, o campeonato vai embolar. Difícil é a Mclaren não ganhar mais e a Ferrari não quebrar nunca.

Colin McRae morre num acidente de helicóptero



O escocês Colin McRae, 39 anos, campeão mundial de Rally de 1995 e um dos maiores pilotos de todos os tempos, morreu hoje em um acidente de helicóptero próximo a sua casa em Lanarkshire. No acidente morreram também seu filho, Johnny, de 5 anos e mais duas pessoas. McRae, que pilotava o helicóptero, venceu 25 etapas do Mundial de Rally sendo o quarto maior vencedor da história da categoria.

sábado, 15 de setembro de 2007

Raikkonen é o pole



A Ferrari parece querer se vingar da tragédia de Monza ( e de Paris...) e larga amanhã na 1ª fila para o G.P. da Bélgica. Com uma diferença de apenas 17 milésimos, Kimi Raikkonen superou Felipe Massa e larga na pole position. Fernando Alonso larga em 3ª ao lado do seu companheiro de equipe e arqui-rival, Lewis Hamilton.

* Foi a primeira dobradinha da Ferrari na largada desde o fim da Era Schumacher.

* O melhor depois do "G4" foi Robert Kubica da BMW, mas o polonês trocou o motor e perdeu 10 posições. O 5º passa então a ser o surpreendente Nico Rosberg.

* Sexta corrida seguida que Kovalainen supera Fisichella. O finlandês parece cada vez mais seguro, já a batata do italiano tá assando...

* ...assim como a de Wurz na Williams

* Alonso deu uma rodada de 360º e mesmo com os pneus sujos chegou perto dos Ferrari. Foi impressionante. É a única ameaça para o favoritismo vermelho de amanhã.

* Já Hamilton ficou 9 décimos atrás do asturiano. Uma eternidade.

* 17 milésimos foi a menor diferença do pole ( Raikkonen ) para o 2° ( Massa ) em mais de 1 ano de F1. Aquela travada de rodas na "nova" Bus Stop foi fatal pro brasileiro.

* Falando em Bus Stop, mais um crime da FIA mutilando uma curva épica...

* Spa, apesar da FIA, continua sendo um baita circuito. E pensar que a F-1 tinha pelo menos uns 10 desse nível até os anos 80...

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Grand Prix ( 1966 ) Spa



Essas cenas do filme Grand Prix, de John Frankenheimer, são o melhor documento de vídeo que existe da antiga pista de Spa. Até hoje é chocante acreditar que pilotos corriam em pistas como essa, que eram verdadeiras estradas, cercadas de casas e precipícios, ligando as cidades de Spa, Francorchamps, Malmedy e Stavelot. Jackie Stewart definia a pista flamenga de forma perfeita "O piloto que afirma que dá 100% em uma volta em Spa, mente. Isso é impossível"

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Perigoso Precedente


Max Mosley, presidente da FIA, chega à sede da entidade em Paris : Conselho Mundial abriu precedente perigoso

Coluna : Volta Final( Otto Jenkel )

Então a McLaren foi multada em US$100 milhões e perdeu todos os pontos do Mundial de Construtores. Acabou sendo condenada, portanto. Será que foi mesmo ? Alguém se lembra de um Campeão de Construtores ? O que interessa, e sempre interessou na F-1, é o Mundial de Pilotos. Tanto que só em 1958 começou a existir um título para as equipes, embora a F-1 exista desde 1950. Seria uma espécie de prêmio de consolação para quem não ganhou o Mundial que realmente interessa. O deste ano, pelo andar da carruagem, está entre Lewis Hamilton e Fernando Alonso. É isso que vai constar nos livros. O piloto campeão de 2007 a bordo de um McLaren Mercedes. Então vamos mudar o script : a McLaren foi , na verdade, inocentada nessa quinta feira em Paris.

Quando o site da revista inglesa Autosport anunciou, antes do comunicado oficial, que a equipe de Woking havia sofrido a pena máxima, ou seja, foi excluída não só da temporada de 2007 como também de 2008, a surpresa foi geral. Todos imaginavam que o veredicto final seria mesmo o que foi confirmado mais tarde. Ninguém entendeu nada. A revista acabou retirando a afirmação 5 minutos após o anunciado. Uma tremenda pisada de bola ou não ? Corre o boato, que a primeira informação era essa, e que houve uma correria nos bastidores para tentar preservar a imagem da F1 e que uma pena mais branda, seria a melhor saída. Será ?

Vamos a um rápido resumo dos fatos. Nigel Stepney, gerente técnico da Ferrari, forneceu para Mike Coughlan, engenheiro-chefe da McLaren, um dossier contendo mais de 700 páginas com documentos secretos da Ferrari. Coughlan foi denunciado pelo dono da copiadora onde foi feita a cópia e pego pela Polícia com esses documentos em casa.

Na primeira audiência do Conselho Mundial da FIA, em 26 de julho, a McLaren foi considerada culpada, mas não foi punida, sob a alegação que não era possível determinar se ela se beneficiou desse dossier. A Ferrari protestou e foi então marcada uma audiência na Corte de Apelações da FIA onde seriam ouvidas as duas partes. Nem foi preciso. Com o surgimento de novas evidências, uma troca de e-mails entre Fernando Alonso e Pedro De La Rosa, piloto de testes da McLaren, foi marcada uma nova reunião do Conselho Mundial para hoje, com o veredicto já citado aqui.

A FIA conseguiu criar agora um perigosíssimo precedente. Nunca na História da F-1 houve um episódio de espionagem tão escandaloso. Qualquer suspeita futura pode levar uma equipe a alegar : "mas em 2007 com a McLaren..." Mike Coughlan não era um membro qualquer da equipe, era simplesmente o engenheiro-chefe da McLaren. Se ele recebeu os documentos e não denunciou o "presente" para a FIA, é porque o usufruiu deles. Alguma dúvida ?

Dentre os inúmeros documentos secretos, um era especial. O que mostrava os melhores acertos do pneu Bridgestone com o chassi da Ferrari e como melhorar seu desempenho. Segredos dos mais bem escondidos da F1. Explica-se : a Michelin retirou-se da F1 na temporada passada. Era esperado que tanto a Renault como a Mclaren, que usavam os pneus franceses há anos, tivessem muita dificuldade com os Bridgestone. A Renault se perdeu completamente, a McLaren não. Pelo contrário. A Ferrari, que era favorita absoluta de 2007 , por já possuir os pneus japoneses desde 1998, começou o ano bem superior, mas passou a ter a concorrência feroz da McLaren a partir de Mônaco, um pouco antes de Coughlan fazer a cópia do dossier. Uma subida de performace extraordinária, inexplicável até então.

No meio de tantas evidências, a FIA perdeu a oportunidade de dar uma punição exemplar à McLaren e atingir o que realmente interessa, o Mundial de Pilotos. Pouco importa se Fernando Alonso e Lewis Hamilton foram os melhores pilotos do ano e que Felipe Massa e Kimi Raikkonen erraram demais e não mereciam o título. Até que ponto, os pilotos da McLaren foram beneficiados pela espionagem ? Não se sabe, mas não foi pouco. Se os carros ganharam velocidade através de meio ilícitos, via espionagem, os pilotos usufruiram dessa vantagem, não ?

Com tanto interesse em jogo : McLaren, Mercedes, Vodafone, Inglaterra, Lewis Hamilton...o veredicto da "Place de la Concorde 8" ( endereço da FIA, tem nome mais propício ? ) não poderia ser outro. Aberto esse precedente , a partir de agora a FIA será responsável pela "Guerra Fria" que será instalada na F1, em que a espionagem não só será permitida, como tolerada, já "que em 2007...".

Saiu barato

Paris - O Conselho Mundial da FIA acabou de anunciar que a McLaren perde todos os pontos do Mundial de Construtores, além de receber uma multa de US$100 milhões. Mas em relação aos pilotos, nada. Ron Dennis deve estar morrendo de rir...

O Dia D

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Imagens de Spa


Juan Manuel Fangio, aqui na curva La Source, venceu com Alfa Romeo, o 1º G.P. da Bélgica válido para o Mundial de F1 em 1950.


O argentino novamente na La Source, desta vez com uma Mercedes Benz, em 1955. Foi a segunda de suas três vitórias em Spa.


Em 1964, Gurney ( Brabham ) lidera seguido por Graham Hill (BRM ). Hill perderia a corrida na última volta para Jim Clark ( Lotus )

Vencedor em 1962, 1963 e 1964, Jim Clark ( Lotus Climax ) seria tetra campeão em 1965, em uma prova disputada sob chuva. Graham Hill ( BRM ) liderou no início


Spa 1966 : assustadora imagem do que era a segurança da F-1. Trechos de estrada eram utilizados como circuito. Nessa foto, em Masta, vemos Jochen Rindt ( Cooper Maserati ) seguido por John Surtees ( Ferrari ) que ganharia a prova


Corrida histórica em 1968. Jackie Stewart ( Matra ) entre os pilotos da Ferrari, Jacky Ickx e Chris Amon, formavam a 1ª fila. Mas o vencedor foi Bruce Mclaren, que deu à sua equipe, a 1ª vitória na F-1.


1970 marcou a última corrida em Spa no antigo traçado de 14 Kms. Na subida da Eau Rouge, Rindt ( Lotus ) lidera, seguido por Amon ( March ), Stewart ( March ), Ickx ( Ferrari ), Brabham ( Brabham ) e Rodriguez ( BRM ), que venceria a prova.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

11/09/1978 : Há 29 anos atrás, morria Ronnie Peterson



Ronnie Peterson, o "sueco voador", o piloto mais rápido da F1 nos anos 70

Quando Ronnie Peterson retornou a Lotus em 1978, sua carreira parecia fazer uma curva descendente. Ronnie havia amargado um péssimo ano em 1977, pilotando o instável Tyrrell de 6 rodas. Não tinha carro para 78, quando levou um gordo patrocínio da fábrica de Trailers Polar, para ser o segundo piloto de Mario Andretti na Lotus.
Ronnie já havia pilotado pela equipe de Colin Chapman entre 1973 e 1975, obtendo 7 vitórias. Em 1973, Chapman não definiu quem seria o piloto nº1, dividindo a equipe entre Peterson e Emerson Fittipaldi, do que se aproveitou Jackie Stewart, da Tyrrell, para ganhar o título. Chapman não queria cometer o mesmo erro e definiu : Peterson deveria trabalhar para que Andretti fosse campeão. O sueco aceitou com resignação.

O momento da explosão do Lotus Ford de Peterson

Quando chegaram a Monza, Andretti tinha 6 vitórias no ano, contra 2 de Ronnie. Mas o sueco mostrou ao longo da temporada ser tão rápido quanto Andretti. Das 6 vitórias do americano, em 4 ele chegara em 2º, praticamente escoltando o companheiro, obedecendo cegamente às ordens de Chapman. Tinha sido o ano do Lotus 79 de efeito-solo que revolucionaria a F1.
No treino pela manhã de domingo, Peterson bateu com o Lotus 79 e foi obrigado a largar com o antigo modelo, o 78. A tragédia estava próxima. Quando os carros ainda se posicionavam para o grid, o diretor acabou autorizando a largada quando a maioria dos carros ainda estava em movimento. Conclusão : os carros que vinham atrás em maior velocidade se juntaram aos da frente em direção à chincana quando a pista fica mais estreita. Peterson, surpreendido, largou pessimamente, caindo de seu 5º lugar, para 9º, quando a tragédia se consumou.

O Lotus com a frente totalmente destroçada

Riccardo Patrese, que vinha por fora, espremeu James Hunt que acabou tocando na roda traseira direita do sueco. Desequilibrado, o Lotus de Peterson bateu no guard-rail explodindo imediatamente, voltando em chamas pela pista e sendo atingido pelos demais. Além de Peterson e Hunt, mas 7 pilotos bateram : Carlos Reutemann, Patrick Depailler, Didier Pironi, Clay Regazzoni, Vittorio Brambilla, Derek Daly e Brett Lunger. Ronnie foi retirado das chamas por Hunt e Depailler, com graves queimaduras e múltiplas fraturas nas pernas. Morreria de embolia, no dia seguinte, em um hospital de Milão. O piloto mais rápido da década de 70 não chegaria ao final dela.



O choro de Ron



Nos bastidores da F1, Ron Dennis sempre foi conhecido tanto por sua competência, como homem forte da Mclaren, como pela sua arrogância. Vendo seu império desabar com a aproximação do julgamento em Paris, o homem não aguentou : caiu em lágrimas, após a dobradinha inédita de sua equipe em Monza. Lágrimas de crocodilo para alguns, um homem injustiçado para outros. De qualquer forma, na quinta-feira, a angústia da espera terá um fim, o pesadelo talvez não...

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

10/09/1972 : 35 Anos do 1º título do Brasil na F1

Foto histórica : largada do G.P. da Itália de 1972 que daria o 1º título de Emerson na F1. No grid temos Ickx na pole, seguido por Amon, Stewart, Regazzoni, Hulme e o Lotus do brasileiro, que mesmo largando em 6°, ganharia a corrida e o mundial.












Já aqui, vemos Emerson com o JPS Lotus Ford, no G.P. de Mônaco do mesmo ano, disputado sobre um dilúvio, onde ele terminou em 3° , atrás de Jean Pierre Beltoise e Jacky Ickx.


Matéria com o "Barão" Wilson Fittipaldi no Esporte Espetacular

A disputa Hamilton X Massa






















domingo, 9 de setembro de 2007

Monza : o canto do cisne da McLaren ?


Alonso faz o Hat Trick ( Pole Position - Melhor Volta - Vitória ) e diminui para três pontos a diferença para o líder do Mundial de F-1, o inglês Lewis Hamilton.

Uma dobradinha inédita na Itália, atuações perfeitas de seus pilotos e uma derrota marcante de sua maior rival dentro de sua própria casa. É, a Mclaren teria todos os motivos para comemorar tudo isso. Teria. As atenções de todos os homens de Woking no entanto estão para a reunião do Conselho da FIA, em Paris, na quinta-feira, onde a Mclaren será julgada por espionagem. Monza pode ter sido na verdade o canto do cisne da equipe inglesa.

Mas vamos deixar os tribunais de lado, se é que isso é possível, e fixar no que se viu nas pistas. Se Alonso foi absoluto no fim de semana, venceu como quis, depois de fazer a pole e a melhor volta, quem roubou a cena foi seu “companheiro” de equipe, Lewis Hamilton, que foi sem dúvida o grande protagonista da prova. Para isso bastaram duas ultrapassagens, o que é suficiente para transformar um piloto de F1 hoje, em destaque, já que passar virou artigo de luxo. De qualquer maneira, isso só valoriza os feitos do inglês.

Logo na largada, Hamilton perdeu a 2ª posição para Massa, que entrou por dentro na chincana. Hamilton jogou por fora, tocou sua roda traseira direita na dianteira esquerda de Massa e saiu reto na chincana. Passou. Esperava-se que os comissários pedissem à Hamilton que devolvesse a posição para Massa. Afinal de contas, ele não fez a chincana. Mas a FIA mais uma vez demonstrou que o que vale para o inglês não vale para os outros. Felizmente com a quebra de Massa essa decisão acabou não alterando o resultado final da prova.

A 2ª ultrapassagem foi talvez a mais bela do ano. O inglês trocou duas vezes de pneus e acabou voltando atrás de Raikkonen que só fez uma parada. É verdade que o Mclaren era bem mais rápido que o Ferrari e que Kimi ainda sentia o pescoço dolorido após o violento acidente de sábado. Pouco importa. A ultrapassagem foi espetacular. O inglês entrou no vácuo da Ferrari no final do retão, jogou para a direita e saiu todo torto, fritando pneus. Quando Kimi percebeu, já estava em 3°. O inglês, sem dúvida, roubou a cena.

Os lances espetaculares de Hamilton acabaram por camuflar a excelente corrida de Alonso. Apesar de sua genialidade, o inglês ainda não consegue acompanhar o asturiano em ritmo de corrida, sobretudo em circuitos rápidos. Suas três vitórias foram em pistas lentas : Montreal, Indianápolis ( que de rápido só tem o trecho do oval ) e Budapeste. Já em Silverstone, Nürburgring e Monza, o inglês ficou bem atrás de Alonso. Principalmente nas duas primeiras. Sua vantagem tem sido nas voltas lançadas nos treinos, quase sempre perfeitas. Como está cada vez mais difícil passar isso é uma vantagem considerável.

Com 18 pontos de vantagem para o piloto da Ferrari mais próximo, Raikkonen, o Mundial de F1 está nas mãos da Mclaren, pelo menos até quinta feira...

Retrovisor :

- Alonso ao cruzar a linha de chegada, passou acelerando, sem a tradicional aproximação que todo piloto faz rente ao boxe para comemorar a vitória com sua equipe. Sua desculpa : "Não queria sujar os mecânicos..." Alguém acredita ?

- Em mais de 40 anos de História da Mclaren no G.P. da Itália, foi a sua 1ª dobradinha. Nem com Senna e Prost juntos a equipe de Woking obteve êxito.

- Ron Dennis chorou no final da prova. As más linguas diziam que era choro de crocodilo " Ele não derramou uma lágrima nem no enterro do Senna"

- A Ferrari sofreu a maior derrota do ano logo em casa. Agora só resta Paris...

- Finalmente a Honda fez seu 1º ponto do ano, com Button, evidente. Barrichello espera bater o recorde de Gps de Patrese em 2008 para pendurar o capacete. Já era hora.

- Depois de Raikkonen no sábado, mais um acidente grave, desta vez com Coulthard. As batidas estão cada vez mais assustadoras e os carros mais seguros. Só que um dia essa sorte acaba...

- As ultrapassagens de Hamilton e a disputa entre Rosberg e Button foram os únicos duelos da prova. Muito pouco. Ou a FIA faz algo ou a F1 vai virar receita pra dormir...

- Mas afinal o que houve com Massa ?

sábado, 8 de setembro de 2007

Acidente de Raikkonen lembra o que matou Rindt em 1970



Jochen Rindt, o único campeão póstumo da F1

O violento acidente de Kimi Raikkonen ocorrido hoje pela manhã foi muito semelhante ao que matou Jochen Rindt nessa mesma pista de Monza, em 1970. O piloto austríaco liderava o mundial daquele ano quando, nos treinos, perdeu o controle de sua Lotus na curva parabólica. O carro guinou para a esquerda e bateu no guard rail num ângulo semelhante ao de Raikkonen. Percebe-se então a grande evolução de segurança da F1. Rindt morreu instantâneamente, quando o Lotus, extremamente rápido, mas frágil, passou absurdamente por baixo de um guard-rail mal colocado, praticamente decapitando o piloto. Já Raikkonen saiu inteiro. Rindt mesmo assim seria campeão, o primeiro e único campeão póstumo da F-1. Naquela época, vitória e tragédia andavam muito próximas no automobilismo. 1970 trouxe ambas para Jochen Rindt.

Veja os videos do acidente de Raikkonen



Raikkonen bate feio, mas sai ileso


No treino dessa manhã de sábado, o finlandês perdeu o controle de sua Ferrari na entrada da variante Ascari, e acabou batendo duramente no muro e nos pneus. Com o carro titular destruído, Raikkonen será obrigado a entrar no treino oficial e na corrida com o carro reserva. Fotos : globoesporte.com

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Grand Prix ( 1966 ) de John Frankenheimer


O maior filme já feito na história das corridas. Nessa seqüência aparecem cenas espetaculares de Monza, ainda sem as chincanas, e com o "banking", que foi somente utilizado para a filmagem, já que estava banido da F1 desde 1961. Aparece no final o famoso acidente fatal de Jean Pierre Sarti, o piloto da Ferrari interpretado pelo ator ítalo-francês Yves Montand. Venceu três Oscars : melhor som, edição e efeitos sonoros.

Monza : Bicampeão lidera treinos livres

Os melhores tempos de sexta feira para o G.P. da Itália ( fonte : grande prêmio )

quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Monza está chegando...


1961 : último ano em que o G.P. da Itália foi disputado em Monza ainda utilizando o anel externo ( o famoso banking ) que aumentava o tamanho da pista de 5,800m para 10,000m. Como se dizia na época : "um local que separa os homens dos meninos..."

segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Volta Final

Niki Lauda em Monza 1976. Se não fosse o acidente de Nürburgring e a decisão polêmica da FIA , o austríaco teria sido tricampeão consecutivo pela Ferrari ( 75 - 76 - 77 )

Coluna : Volta Final
( Otto Jenkel )

Na dúvida...“God Save The Queen”

No meio das turbulências do escândalo da espionagem da Mclaren e o atrito entre Lewis Hamilton e Fernando Alonso, um fato ocorrido no G.P. da Europa passou quase despercebido. Após uma tromba d’água desabar sobre o circuito, seis pilotos atolaram na caixa de brita : Button, Speed, Liuzzi, Sutil, Rosberg e Hamilton. Os cinco primeiros abandonaram seus carros, mas o inglês continuou no Mclaren, impassível. Quando o reboque guinchou o carro de Hamilton e o colocou de volta à pista, foi vista uma cena inédita em 57 anos de F-1. Um carro é levantado pelo guincho com o piloto dentro e este volta à corrida como se nada tivesse acontecido. Posteriormente, a FIA declarou que isso não seria mais permitido, mas uma pergunta ficou no ar: será que se Hamilton terminasse esta prova na zona dos pontos a FIA tomaria essa medida?

Um fato parecido aconteceu em 1976, quando, curiosamente, também Ferrari, com Niki Lauda, e Mclaren, com James Hunt, disputavam o título mundial. Por ocasião do G.P. da Inglaterra, um acidente na largada destruiu o Mclaren do inglês Hunt. A largada foi cancelada e, na época, não era permitida a troca de carro. A torcida inglesa pressionou jogando latas de cerveja, entre outros objetos, na pista, o que fez os organizadores reverem o resultado, permitindo a Hunt largar com o carro reserva, e ganhar a prova. Somente dois meses depois a FIA tirou a vitória de Hunt, mas em contra partida devolveu os pontos que o inglês havia perdido ao ganhar o G.P. da Espanha com um carro fora do regulamento. Essa “compensação” acabaria por decidir o campeonato em prol do inglês, que ganharia o título sobre Lauda com um mísero ponto de vantagem.

O episódio da largada do G.P. inglês de 1976 é tão absurdo como o do guincho de 2007. Imagine se isso fosse permitido, todo piloto se veria no direito de jamais abandonar o carro até que o reboque o colocasse de volta a pista. Seria o caos total. Como pode a FIA, tão zelosa com segurança, cogitar tal possibilidade? O fato de Hamilton não ter pontuado felizmente facilitou que a exceção não virasse regra. O que ninguém poderia prever é que a FIA, já na corrida seguinte, tomaria uma outra decisão polêmica, e que, assim como em 1976, poderá até vir a decidir o campeonato. Cabe aqui um parêntese.

A Grã Bretanha dominou a F-1 no final dos anos 50 até o início dos 70 com 9 títulos de pilotos em 16 anos. Mas, nos 33 anos seguintes, além do discutido título de Hunt, vieram apenas mais dois: o de Mansell em 1992, e o de Damon Hill em 1996. Nenhum deles foi considerado o melhor piloto de sua Era, muito pelo contrário. Hunt foi suplantado por Lauda. Mansell perdeu três títulos para Prost, Piquet e Senna e só foi campeão quando teve um carro muito superior aos demais, assim como Damon Hill que viveu sempre na sombra de Michael Schumacher. Houve sempre uma proteção e uma boa vontade com os pilotos ingleses, afinal é da Inglaterra que vem a maioria das equipes, dos jornalistas e até dos dirigentes da F1... Fecha o parêntese.

Voltemos a 2007: a FIA, ao punir Alonso na Hungria, pode ter decidido o título a favor de Hamilton. Quando o espanhol ficou parado nos boxes, prejudicando o inglês que não conseguiu sair a tempo, a opinião geral foi que Alonso tinha sido antiético. Mas, logo depois, todos souberam que a própria Mclaren culpava o inglês por não ter obedecido a um acordo pré-estabelecido entre os pilotos e a equipe. Ou a FIA não punia ninguém, ou punia ambos, mas acabou tomando uma decisão que ainda vai dar o que falar. O próprio Hamilton, esperto, disse que todos viram o que aconteceu, ou seja, que o culpado foi Alonso. Após o asturiano ser punido, o inglês manteve o discurso. Só na segunda feira, quando o “circo” da F-1 estava sendo desmontado, ele admitiu o seu erro e pediu desculpas à equipe. O objetivo, afinal, já tinha sido alcançado...

Alonso também deve estar sentindo na pele o que Piquet passou em 1986 quando chegou a Williams e virou companheiro de Mansell, até então considerado um piloto rápido, mas que só tinha obtido 2 vitórias em 5 anos de F-1. A chegada do brasileiro, então bicampeão do Mundo, e um gênio em acerto de carros, ajudou a equipe a dominar a temporada, mas, ao mesmo tempo, criou problemas adicionais, porque Mansell, impulsionado pela mídia britânica, se viu no direito de tentar almejar o título. Piquet, que até então era idolatrado pela imprensa inglesa por ter sido campeão inglês de F-3, passou a ser o inimigo público número 1, papel que cabe hoje a Alonso. A divisão na Williams acabou dando o título de 1986 para a Mclaren, com Alain Prost. No ano seguinte, Piquet seria campeão, mas deixaria a equipe. Quanto tempo Alonso resistirá?

Ao contrário dos últimos pilotos ingleses, Lewis Hamilton pode até vir a ser o melhor de sua época, tem até os atributos para isso, mas seria uma pena que essa Era se iniciasse com decisões extra-pista em que, na dúvida, a FIA favoreça sempre o piloto de Vossa Majestade...