quinta-feira, 31 de março de 2011

The 60's ( IV ) 24 Horas de Le Mans 1968


Ontem fez 42 anos que um acidente matou o piloto belga Lucien Bianchi quando ele testava seu Alfa Romeo num treino privado visando as 24 Horas de Le Mans de 1969. Bianchi era simplesmente o último vencedor da prova, pois tinha triunfado em 1968 ( foto ) com um Ford GT40, em dupla com o mexicano Pedro Rodriguez. O belga teve uma passagem discreta na F1 já que seu melhor resultado foi um 3º lugar no G.P. de Mônaco de 1968. Sua especialidade mesmo eram as corridas de Endurance. Além da vitória em Le Mans, seu maior feito foi ter ganho as 12 horas de Sebring em 1962, em dupla com Joakim Bonnier, que curiosamente também morreria em Le Mans, na edição das 24 Horas de 1972.

Foto : Rainer Schlegelmilch

Interlagos 2001 : Acidente Barrichello - Ralf Schumacher



O acidente que aconteceu entre Rubens Barrichello e Nico Rosberg no G.P. da Austrália é mais um que entra no "currículo" do brasileiro. Rubens já se envolveu em vários acidentes desse tipo, quando ele calcula mal a aproximação do carro na frente e literalmente "atropela" o adversário. O caso mais famoso foi no G.P. do Brasil de 2001 quando ele quase passou por cima de Ralf Schumacher. Assim como hoje, Rubens culpou o outro piloto e não assumiu o erro evidente. Só que ainda durante a transmissão da corrida pela TV Globo, foi feito uma pesquisa em que um percentual quase unânime de telespectadores responsabilizou o brasileiro pelo acidente. No dia seguinte, Barrichello era severamente criticado em todos os jornais e nas TVs. A partir daí a fama de chorão e reclamão perseguiria para sempre o piloto brasileiro.

The 80's ( I ) G.P. de Mônaco 1982


Até 1981, somente o vencedor da corrida subia no pódium do G.P. de Mônaco. Até que uma grande confusão aconteceu no final da corrida de 1982. Por inúmeras razões, a liderança esteve nas mãos de 5 pilotos diferentes na últimas 5 voltas. No final, ninguém sabia quem tinha vencido direito então a solução foi mandar todos que cruzaram a linha de chegada para o pódium. Por fim, descobriu-se que Riccardo Patrese era o vencedor. Na foto vemos além dele, Andrea de Cesaris que foi o 3º e Elio de Angelis que foi o 5º e que nem deveria estar lá ! A partir daí, o G.P. de Mônaco passou a ser uma corrida normal em que os três primeiros colocados sobem para o pódium. 

Foto : Rainer Schlegelmilch

Posters ( IV ) G.P. de Mônaco de 1958


Um belíssimo poster bem no estilo "Grand Prix" que imperou na F-1 até os anos 60. O G.P. de Mônaco de 1958 foi vencido pelo francês Maurice Trintignant, da Cooper Climax, que já tinha ganho no Principado em 1955. Quatro pilotos diferentes assumiram a liderança da corrida ( nenhum por trocas de pneus como nos dias atuais ) : Jean Behra ( BRM ), Mike Hawthorn ( Ferrari ) , Stirling Moss ( Vanwall ), Hawthorn de novo e, por fim, Trintignant, que venceu com uma média de 109,414 Km/h em, acreditem, 2 horas e 52 minutos de prova !

quarta-feira, 30 de março de 2011

Vettel vence na Austrália e parte para o bicampeonato

Sebastian Vettel vence de forma avassaladora o G.P. da Austrália
e já é o maior favorito ao título do Mundial de 2011.

A temporada de 2011 da F-1 começou da mesma forma que terminou a de 2010 : com uma vitória absoluta de Sebastian Vettel. O alemão, que já havia vencido também a penúltima prova do ano passado, conseguiu então sua terceira vitória consecutiva na F-1 o que não acontecia desde que Jenson Button venceu quatro provas seguidas no início do Mundial de 2009.

Vettel : terceira vitória consecutiva
na F-1. Além da Austrália venceu
as duas últimas provas de 2010.
O curioso é que a F.I.A. fez uma série de mudanças no regulamento da categoria para tentar torná-la mais interessante e o efeito, pelo menos nessa 1ª corrida, foi o contrário. Se no ano passado havia um equilibrio entre as três grandes equipes da F-1 - Red Bull Renault, Ferrari e McLaren Mercedes -  nesse G.P. australiano a equipe austríaca sobrou na turma. E não foi pouco. Vettel conseguiu a pole position com quase 8 décimos de segundo de vantagem sobre o 2º colocado, Lewis Hamilton. Na corrida ganhou com absoluta superioridade impondo um ritmo de corrida suficiente apenas para não ser ameaçado. Tudo isso sem usar o Kers ( sistema de recuperação de energia ) o que possivelmente aumentá ainda mais a vantagem dos Rubro Taurinos, quando ele for utilizado futuramente.

A 1ª corrida do ano foi aguardada com espectativa. As mudanças não foram poucas : diminuição do diâmetro dos pneus, saída da Bridgestone e entrada da Pirelli, volta dos Kers e  a utilização dos aerofólios móveis. Tudo isso para buscar o que, afinal, é o mais emocionante  nas corridas,  que todos pagam para ver e que virou raridade na F-1 nos últimos anos : a  ultrapassagem.

Vettel se impõe logo na largada., enquanto que Button e Alonso vão
se estranhar. Os dois perderam várias posições.

Mas se o G.P. da Austrália servir de parâmetro de tudo que vai acontecer na temporada, a tentativa fracassou. O que assistímos foi mais uma corrida monótona e que todas as ferramentas utilizadas pelos pilotos para ultrapassar - Kers, pneus, aerofólios - se revelaram infrutíferas. Os dirigentes da F.I.A logo se defenderam alegando que o circuito de Melbourne não tem retas grandes suficientes para que toda essa engrenagem funcione. Esquecem que foram principalmente eles mesmos que mutilaram os grandes circuitos da F-1, destruindo retas e colocando um chicana aqui e alí. De qualquer maneira, não vamos demorar muito para saber se as mudanças darão certo ou não, já que as próximas pistas do Mundial, Sepang e Shanghai, estão entre as que tem as maiores retas da categoria, sendo que o circuito chinês possui a maior reta de todo o calendário. Veremos então.


A Ferrari teve um desempenho muito aquém do esperado. Fernando
Alonso não conseguiu ultrapassar a Renault-Lotus de
Vitaly Petrov e teve que se contentar com um 4º lugar.

A corrida em sí não foi lá muito interessante, mas teve algumas curiosidades. Vettel liderou a corrida toda e só perdeu a liderança quando parou a 1ª vez para trocar pneus. O alemão teve problemas nesse 1º jogo de pneus e perdia terreno para Hamilton que vinha em segundo. Voltou em 4º, atrás do inglês,  de Petrov e de Button. Se ficasse atrás do outro McLaren muito tempo poderia ter sua vitória ameaçada por Hamilton. Foi o único momento da prova que teve a liderança sobre algum risco. Como não podia perder tempo algum, tratou logo de passar Button por fora em uma curva numa linda manobra.  Quando Hamilton parou, Vettel voltou a liderança com mais folga e a partír daí foi só tocar o Red Bull até a bandeirada.

Depois da Red Bull, o melhor carro em Melbourne foi a McLaren. Hamilton manteve um bom ritmo durante toda a prova e só não fez uma corrida perfeita porque cometeu um erro quando saiu da pista na 1ª curva, danificando o assoalho da McLaren. Seja como for, isso não o impediu de chegar com tranquilidade em segundo lugar.

Sebastian Vettel e Vitaly Petrov comemoram no pódium.
Os dois,  juntos com o estreante mexicano
Sergio Perez,  foram os melhores pilotos da prova.

Completando  o pódium ao chegar em 3º lugar, o russo Vitaly Petrov foi junto com Vettel e Perez ( de quem falaremos mais tarde ) os melhores pilotos da corrida. Petrov deu uma grande largada pulando de 6º para 4º e durante boa parte da corrida segurou Alonso, repetindo o que tinha feito em Abu Dahbi em 2010, quando o espanhol não conseguiu passá-lo de jeito nenhum. Alonso acabou chegando em 4º numa Ferrari decepcionante. Mas decepcionante ainda, contudo, foram as declarações do espanhol atacando Petrov sem razão. Primeiro o criticou pela largada : "Estava lado a lado com Button, e Petrov arriscou na primeira curva e empurrou Button para cima de mim. Para evitar Petrov, Button me empurrou quase fora da pista."



No entanto, como podemos ver nesse video, foi Alonso quem foi pra cima de Petrov primeiro e a confusão toda começou porque Hamilton arrancou mal. Button, que vinha atrás dele, teve que jogar o carro para a esquerda, onde estava Alonso, espremendo o espanhol que foi obrigado a sair pela grama perdendo várias posições. O piloto da Ferrari ainda mostrou um certo desprezo pelo russo, por este  ter terminado de novo na sua frente : "Para os jornalistas, é  muito interessante falar de disputa entre eu e Petrov, mas no final eu olhei para o retrovisor e fiquei feliz porque  tinha dois concorrentes pelo título ( Webber e Button ) atrás de mim. Ao terminar em quarto, perdi pontos para Hamilton e Vettel, que vão também disputar o título, mas os pontos para Petrov não me deixam tão estressado”. Pois deveria Fernando, se passasse o russo seriam mais três pontos no campeonato...

Como disse Alonso, atrás dele, em 5º e 6º, chegaram Webber e Button. O australiano correndo em casa esteve irreconhecível, sendo totalmente suplantado por Vettel o fim de semana todo. Já Button se atrapalhou na largada e depois ficou preso atrás de Massa por várias voltas. Quando conseguiu passá-lo o fez por fora da pista ( ver video abaixo ) , como o inglês inexplicavelmente não devolveu a posição, levou um drive-through perdendo vários posições.



Se Webber e Button foram ofuscados por seus companheiros de equipes, o mesmo não aconteceu com o mexicano Sergio Perez que, estreando na F-1, chegou em um excelente 7º lugar, uma posição à frente do japonês Kobayashi com quem ele corre na Sauber. Perez, que é o 1º piloto do México na F-1 desde que Hector Rebaque foi companheiro de Nélson Piquet na Brabham na temporada de 1981, foi o único piloto que fez a corrida toda com apenas dois jogos de pneus. Pena que horas depois da prova, os dois pilotos da Sauber foram desclassificados por irregularidade na asa traseira do carro. Com a eliminação da equipe suiça, Massa, Buemi, Sutil e o estreante escocês Paul di Resta chegaram , respectivamente, em 7º, 8º, 9º e 10º lugares, completando a lista dos que pontuaram em Melbourne.

Quantos aos brasileiros, Massa fez uma corrida muito irregular. Foi, entre todos os pilotos, o que largou melhor pulando de 8º para 4º, se aproveitando da confusão na 1ª curva. Segurou muito bem Button durante várias voltas, mas depois que foi ultrapassado por Alonso, diminuiu o ritmo e desapareceu da prova. Mesmo assim fez a melhor volta da corrida, o que aliás passou despercebido para muita gente. Já Barrichello teve "mais uma atuação de Barrichello" ( como aliás já tinha tido nos treinos, ver post anterior ), jogou tudo a perder quando parecia estar se recuperando na corrida. Caiu pra último na 1ª volta depois que levou "um chega pra lá de uma Sauber" e saiu da pista. Vinha se recuperando e estava em 9º quando errou a freada e atropelou Nico Rosberg ( ver video abaixo ).



A desculpa do brasileiro foi a seguinte : "na batida com o Rosberg, eu nem pretendia passar, estava me defendendo do Kobayashi. Com os pneus diferentes, as freadas são diferentes e ele freou muito antes. Ele tinha me fechado antes e eu nem queria passar ali." Ninguém entendeu nada da colocação de Rubens, se ele sabia que pneus diferentes causam freadas diferentes não deveria ter ficado surpreendido com o que fez Rosberg. No acidente nos treinos admitiu a culpa, já na corrida preferiu culpar Rosberg. Bom, nos treinos ele rodou sozinho quem ele iria culpar ? Só se fosse  a grama... 

"Atropelado" por Barrichello, Nico Rosberg não teve como
continuar na prova por causa de um radiador furado.

Barrichello seria punido com um drive-through e depois abandonaria com o câmbio quebrado. Rosberg, atingido pelo brasileiro, teve um radiador furado e abandonou a prova. O mesmo aconteceu com o seu companheiro da Mercedes, o heptacampeão Michael Schumacher, que foi abalroado por Jaime Alguersuari na largada e teve um pneu furado. Voltou pra pista, mas o carro teve a suspensão atingida e ficou inguiável, dançando de um lado para o outro.  A equipe, por precaução, mandou o alemão recolher o carro para os boxes. "Foi divertido" disse o alemão após a corrida. 


Se Vettel e a Red Bull repetirem na Malásia o magnífico
desempenho na Austrália, Ferrari e McLaren ficarão
em uma posição muito díficil no campeonato.

Mas diversão em Melbourne quem teve mesmo foi Sebastian Vettel e a Red Bull Renault. Uma nova vitória avassaladora na Malásia pode colocá-los numa posição excelente para a conquista do título de 2011. Ferrari e McLaren prometem reagir logo. Terão sucesso ?

domingo, 27 de março de 2011

Vettel pulveriza a concorrência e é pole na Austrália

Sebastian Vettel não tomou conhecimento de ninguém e fez a pole
para o G.P. da Austrália, prova de abertura do Mundial de F-1 de 2011.

Com uma superioridade esmagadora, o campeão mundial Sebastian Vettel, da Red Bull Renaut, conseguiu a pole position para o G.P. da Austrália, prova que abrirá o Mundial de F-1 de 2011. O alemão obteve a pole com o tempo de 1'23"529, novo recorde da pista. O segundo colocado foi Lewis Hamilton, da McLaren Mercedes, que parecia satisfeito, até ver a diferença de tempo para Vettel ...

Vamos a um rápido análise do que foi o treino e do que pode acontecer na corrida

# 1 - Oito décimos de segundo a diferença entre o pole e o segundo. Um absurdo !!! A FIA faz mil mudanças no regulamento para tornar a F-1 mais competitiva e o efeito é o contrário.

# 2 - Vettel só perde a corrida se quebrar ou bater, senão leva fácil.

# 3 - McLaren impressionou, foi a que ficou mais perto ( ou menos longe...) da Red Bull. A questão é saber se os carros de Woking vão resistir a corrida toda. Nos testes de inverno, foram um fracasso...

# 4 - Hamilton como sempre mais rápido que Button nos treinos. No entanto o novo regulamento dos pneus, que favorece na teoria uma pilotagem mais limpa, pode favorecer Button. A conferir...


Desempenho  da Ferrari decepcionou. Nem nos piores dos pesadelos
a equipe de Maranello imaginava estar tão atrás da Red Bull.


# 5 - Ferrari mal. Alonso só foi o quinto, 1 segundo e meio atrás de Vettel. O espanhol deve estar assustadíssimo...

# 6 - Massa muito mal. Vários erros durante todos os treinos. Dada as circuntâncias até que largar em oitavo, três posições atrás de Alonso, não foi de todo mal. O problema maior foi ficar meio segundo atrás do espanhol. Preocupante.

# 7 - Petrov foi a surpresa, sexto com a Renault-Lotus é um resultado excelente, principalmente se levarmos em consideração que seu companheiro de equipe, Heidfeld (o substituto de Kubica) foi apenas o 18º.

# 8 - Rosberg abriu a temporada de novo mais rápido que Schumacher. Já a Mercedes parece estar na mesma situação do ano passado : continua bem longe das "três grandes"...

# 9 - Barrichello teve mais uma atuação de Barrichello... Muita espectativa antes de começar a temporada, mas na hora do "vamos ver", nada...   Rodou de uma forma boba e foi o único piloto que teve que abandonar o carro no meio da pista. Conclusão : vai largar em 17º, atrás até do seu companheiro de equipe, o estreante Pastor Maldonado...


                               Hamilton estava feliz por estar em segundo, mas quando viu a
                                             diferença de tempo para Vettel,  ficou pasmo !


# 10 - Aliás, dos quatro estreantes o mexicano  Sergio Perez foi o melhor : larga em 13º com sua Sauber. Kobayashi, com a outra carro da equipe sai em 9ª. Bom treino dos suiços.

# 11 - Não se qualificaram os dois carros da Hispania, que não obtiveram 107 % do tempo do pole. Uma vergonha para a F.I.A permitir uma equipe desse naipe na F-1. Pelo jeito corre o risco de não largar em prova alguma esse ano...

# 12 - Vettel obteve sua 16ª pole position, passando Massa que tem 15. Na frente deles dos   pilotos em atividade estão : Schumacher com 68, Alonso 20 e Hamilton 18. Depois de Massa vem : Barrichello 14, Button 7, Webber 6 , Trulli 4 e Kovalainen 1.

# 13 - Para a Red Bull é a 22ª pole. Já está em 7ª no geral atrás de Ferrari, McLaren, Williams, Lotus, Renault e Brabham.

# 14 - Só uma zebraça monumental tira a vitória dos touros vermelhos...

quarta-feira, 23 de março de 2011

Campeão sem coroa ( Parte II )

Pironi estava perto de ser o 1º francês
campeão  na F-1. Mas um acidente
em Hockenheim acabou com
o seu sonho e sua carreira.

Damon Hill não foi o primeiro campeão discutível na F-1, a categoria proporcionou outros mais que tiveram a sorte de estar no lugar certo na hora certa, como foram os casos de Phil Hill em 1961, Denis Hulme em 1967, James Hunt em 1976, Keke Rosberg em 1982 e Jacques Villeneuve em 1997. Se esses foram campeões, outros tantos que mereciam mais, não foram. Além dos já citados Moss, Gurney e Alesi, entram nessa lista, entre outros, Tony Brooks, Chris Amon, Jacky Ickx e Carlos Reutemann. Sem contar uma série de pilotos que viraram verdadeiros mitos como veremos agora.

Cevert comemorando sua 1ª vitória na F-1 em
Watkins Glen, no G.P. dos EUA de 1971.
Dois anos depois, a morte no mesmo circuito.
Em vez do triunfo, a tragédia

Assim como as Copas do Mundo, a F-1 cria também suas injustiças. A Holanda não foi campeã em 1974, mas todos se lembram do "Carrossel Holandês". Da mesma forma, a F-1 se lembra de vários pilotos que não obtiveram o título máximo, só que nesse caso por terem morrido ou terem sido feridos em acidentes. E a lista é grande...

A França pelo menos em duas oportunidades perdeu a chance de ter um campeão na F-1 devido a acidentes. O primeiro quando François Cevert morreu nos treinos para o G.P. dos EUA de 1973. Cevert era o escudeiro e pupilo de Jackie Stewart na Tyrrell, e passaria a ser o 1º piloto da equipe em 1974 com a aposentadoria do escocês. Sua morte adiou o sonho da França de ter finalmente um campeão na F-1. Em 1982, o tabu parecia que ia ser quebrado. Didier Pironi, da Ferrari, liderava com folga o campeonato quando sofreu um gravíssimo acidente nos treinos para o G.P. da Alemanha. Com múltiplas fraturas nas pernas deixou de participar das últimas cinco corridas do ano e perdeu o título para Keke Rosberg por cinco pontos... Jamais voltaria a F-1  e morreria num acidente de lancha náutica em 1987.

Para favorecer Fangio ( esq ) , Collins ( dir )  renunciou ao título
do Mundial de 1956, achando que teria ainda muitos
anos para ser campeão. Estava errado.

A morte prematura privou a Inglaterra de ter também alguns campeões. Peter Collins, em 1956, teve a oportunidade de ser campeão pela Ferrari. Ele disputava o título, em Monza, com Moss da Maserati e o companheiro de equipe, Juan Manuel Fangio. Quando o argentino quebrou, bastava a Collins manter o segundo lugar que seria o campeão,  mas o inglês cedeu o seu carro à Fangio ( naquela época, podia ) por entender que o argentino merecia mais o título e que estava no final da carreira. Os pontos do  segundo lugar foram divididos entre Collins e Fangio e o argentino se sagrou campeão. O gesto pra lá de nobre de Collins não seria recompensado no futuro. No G.P. da Alemanha de 1958 ele encontraria a morte, aos 27 anos, depois de um acidente quando disputava a liderança. O automobilismo, por vezes, é o mais cruel dos esportes.

Esperança britânica, Tony Brise faleceu em um acidente
aéreo com toda a cúpula da equipe do
ex-bicampeão de F-1, Graham Hill.

Outra esperança britânica perdida foi Tony Brise. Apontado com futuro campeão, Brise teve uma passagem meteórica e curta na F-1. Estreou no G.P. da Espanha de 1975 e só disputou 10 GPs, obtendo como melhor colocação um sexto lugar. No entanto, impressionou, pois sofreu várias quebras e acidentes quando estava próximo dos lideres com um carro apenas mediano, o Hill Ford, da equipe de Graham Hill. Muitos jornalistas acreditavam que ele seria melhor até que o piloto inglês mais badalado da época, James Hunt. Só o futuro diria se eles estavam certos. Futuro que não viria. Em novembro de 1975, um acidente aéreo matou toda a cúpula da equipe Hill, incluindo o patrão  Graham Hill e Tony Brise.

Stefan Bellof : o maior talento que a F-1 perdeu
em todos os tempos. O alemão não é lembrado pelo
que fez na F-1 e sim pelo o que poderia ter feito.

O destino de Brise foi tão perverso que o seu nome só é lembrado por alguns aficcionados do esporte. O mesmo caso vale para Stefan Bellof. O alemão é considerado o maior talento perdido na F-1 em todos os tempos. E, assim como Brise, não é lembrado pelo que fez na F-1 e sim pelo o que poderia ter feito. Bellof estreou na F-1 em 1984 pela Tyrrell ao mesmo tempo em que corria pela Porsche no Mundial de Marcas. Neste campeonato o alemão brilhantemente conquistaria o título, mas na F-1 a caminhada foi difícil. O melhor resultado foi um excepcional 3º lugar alcançado no dilúvio de Mônaco. Corrida que todos lembram que foi interrompida quando Ayrton Senna se aproximava do líder Alain Prost. O que ninguém lembra é que, ao mesmo tempo, Bellof se aproximava de Senna...

Mônaco 1984 : corrida antológica de Bellof. Todos se lembram
que Senna se aproximava de Prost, mas poucos se
lembram que Bellof se aproximava de Senna...

No entanto, nos meados de 1984, foi descoberto uma irregularidade no combustível dos carros de Ken Tyrrell e a equipe perdeu todos os pontos da temporada, sendo eliminada do restante do campeonato. Em 1985, Bellof voltou pra F-1, ainda pela Tyrrell, e continou correndo no Mundial de Marcas, agora como o então campeão. Quando começou a ser sondado para correr pela Brabham BMW na temporada de F-1 de 1986, Bellof foi disputar os 1.000 Kms de Spa. Numa disputa pela liderança, com Jacky Ickx, os dois Porsche se chocaram na temível Eau Rouge e Bellof encontrou a morte, aos 27 anos, antes de começar a desfrutar do sucesso na F-1 que parecia tão próximo.

Ronnie Peterson, o "sueco voador", um dos
pilotos mais rápidos de toda a história da F-1.
Se os nomes de Tony Brise e Stefan Bellof não chegaram a figurar entre os maiores na F-1, por absoluta falta de tempo, o mesmo não vale para Ronnie Peterson e Gilles Villeneuve. O sueco e o canadense, juntos com Stirling Moss, estão sempre na lista dos maiores pilotos de Fórmula 1 de todos os tempos, apesar de nunca terem ganho um título mundial. O sueco em sua segunda temporada, em 1971, conseguiu ser vice campeão. Depois em 1973, foi contratado pela Lotus para correr ao lado de Emerson Fittipaldi. Rapidíssimo fez 9 pole positions ( recorde na época ) contra apenas uma de Emerson. Nas corridas, no entanto, nem sempre o Lotus aguentava o ritmo imposto pelo sueco. Dizia-se na época que se as corridas durassem apenas uma volta, ninguém venceria Peterson.

A Lotus em 1973 venceu 7 GPs , sendo que 4 foram com Ronnie. O título, no entanto, foi para Jackie Stewart, da Tyrrell. Se sentindo preterido pela equipe, Emerson deixou a Lotus e foi para a McLaren. Em 1974, Peterson venceu 3 corridas de forma magnífica, mas depois a Lotus entraria em crise. Um péssimo ano da equipe em 1975, e não vendo progresso num futuro imediato, fez o sueco abandonar a Lotus depois da 1ª corrida de 1976. Um erro crasso.


Desacreditado, Peterson deu a volta por cima na Lotus em 1978.
Mas o ano que marcaria seu renascimento para a F-1,
seria também o ano de sua morte.

Peterson passou o ano de 1976 na March e o de 1977 na Tyrrell, obtendo apenas uma vitória, enquanto isso a Lotus voltava a ser muito competitiva vencendo 6 GPs nesse período. Em 1978, foi chamado de volta à Lotus, para ser o segundo piloto de Mario Andretti. Sem opções, aceitou. Durante todo o ano ficou claro que Ronnie era tão ou mais rápido que Andretti, que terminaria o ano campeão, mas o sueco respeitou o contrato. Insatisfeito resolveu deixar a equipe e assinou com a McLaren para 1979. No entanto poucos dias depois, um acidente na largada do G.P. da Itália envolveu 10 carros. Peterson foi retirado do carro com as pernas destruídas e morreu de embolia no dia seguinte.


Gilles Villeneuve bem no seu estilo. Mesmo sem nunca
ter sido campeão, o canadense foi o maior
ídolo que a Ferrari já teve.

Se a F-1 tinha perdido Ronnie Peterson, um novo mito aparecia nas pistas : Gilles Villeneuve. Um ano antes, em 1977, havia estreado na F-1 depois de obter um 7º lugar no grid de largada do G.P. da Inglaterra com um obsoleto McLaren. A Ferrari imediatamente contratou o canadense. Em 1978, logo depois da morte de Peterson, obteve sua 1ª vitória na F-1, em casa, no Canadá. Ainda um tanto imaturo fez um grande campeonato em 1979, mas perdeu o título para o companheiro de equipe, Jody Scheckter, principalmente por obedecer a algumas ordens de equipe. O estilo de pilotagem de Gilles era tão arrojado e espetacular que a morte parecia questão de tempo. Em 1980 e 1981, a Ferrari tinha um péssimo carro, mas o canadense conseguiu vencer dois GPs, o de Mônaco e o da Espanha de 1981, que estão entre as maiores atuações de um piloto na história da F-1.


Gilles Villeneuve ( dir ) com Jody Scheckter e o engenheiro
Mauro Forghieri. O canadense seguiu as ordens de equipe
em 1979. Mas em 1982 seria traído por Pironi.

1982 parecia ser seu ano. Fez uma corrida sensacional no G.P. do Brasil, no Rio, e liderou com um carro com problemas até bater tentando segurar Nélson Piquet. Em Long Beach, mais uma batalha ( desta vez com Keke Rosberg ) e um terceiro lugar ( mais tarde seria desclassificado por uma irregularidade no aerofólio). Até que chegou San Marino. A Ferrari tinha como ordem deixar que seus pilotos disputassem posições a não ser que fosse pela liderança. Nesse caso as posições deveriam ser mantidas. Villeneuve fez isso ao longo de 1979, o que permitiu que Scheckter fosse o campeão. Em San Marino, Rene Arnoux, da Renault, era o líder e os pilotos da Ferrari, Villeneuve e Pironi, o seguiam nessa ordem. Quando Arnoux quebrou, Villeneuve lembrou-se do trato e pensou que tinha a corrida ganha. Enganou-se. Pironi o passou e os dois passaram a disputar a liderança. Por fim, Pironi venceu e Gilles prometeu nunca mais falar com ele. Ainda furioso, nos treinos para o G.P. da Bélgica, a corrida seguinte, bateu na traseira do carro de Jochen Mass, sendo atirado para fora do carro, morrendo instantaneamente. Mesmo nunca sendo campeão, Gilles Villeneuve, foi o maior ídolo que a Ferrari já teve.

Villeneuve tinha uma pilotagem tão arrojada e espetacular
que a morte parecia questão de tempo. Ela veio em Zolder,
na Bélgica, em 8 de maio de 1982.

Como se vê, a F-1 assim como outros esportes também tem suas injustiças. Grandes pilotos não foram campeões e outros apenas medianos, o foram. O que o futuro reserva para Robert Kubica ? Por vezes, como já foi dito, o automobilismo é um dos esportes mais ingratos.

Campeão sem coroa ( Parte I )

 O acidente de Robert Kubica pode tirar
o polonês definitivamente da F-1.

 O grave acidente de Robert Kubica no Rally de Andora, na Itália, que deve afastá-lo de toda a temporada de 2011 da F-1 levanta a velha polêmica das injustiças do esporte. Kubica, um piloto de primeiro escalão, nunca teve a chance de pilotar um carro de ponta para disputar um título mundial. E agora  se recuperando de um acidente corre o risco de jamais obtê-lo, pois ninguém sabe em que condição voltará. Se é que voltará...


O Renault completamente destruído. Guard-rail varou o carro
pela frente e saiu pela traseira.

Por vezes fico pensando como se situa o automobilismo nessa questão de justiça : do melhor vencer. O tênis, por exemplo, é sem dúvida um dos esportes mais justos. Afinal o jogador só depende da raquete. O melhor sempre vencerá. O resto é questão de habilidade, de condição física, psicológica. O futebol já é mais complicado. Primeiro : é um esporte coletivo, um jogador depende do outro. Pior, ao contrário do basquete que dezenas de sestas são feitas em um jogo, no futebol o gol é efêmero, na maioria das vezes os placares são apertados : 1x0, 1x1, 2x1...ou seja, a possibilidade de imprevisibilidade é muito maior. Isso cria injustiças, a maioria em Copas do Mundo, que é um torneio de tiro curto, que só acontece de quatro em quatro anos. 

Johan Cruyff : considerado o maior jogador
europeu de todos os tempos, mesmo sem
nunca ter ganho uma Copa do Mundo.
 No tênis os maiores jogadores de todos os tempos são exatamente os que detêm o maior número de títulos nos torneios do Grand Slam. Na lista estão, entre outros : Rod Laver, Roy Emerson, Bjorn Borg, Jimmy Connors, Andre Agassi, Pete Sampras, Roger Federer e Rafael Nadal. Já na Copa do Mundo a justiça não é a mesma. Boa parte dos maiores jogadores de todos os tempos jamais conseguiram vencê-la. A lista é grande : Leonidas da Silva, Puskas, Di Stefano, Cruyff, Zico, Platini, Van Basten e vários outros. O caso do holandês Johan Cruyff é o mais curioso. Cruyff foi eleito por um juri de ex-jogadores, personalidades e jornalistas como o maior jogador europeu de todos os tempos, mesmo sem nunca ter ganho uma Copa. O alemão Franz Beckenbauer, que ficou em segundo na pesquisa e que ganhou a final da Copa de 1974 justamente contra a Holanda de Cruyff, concordou com o resultado com um adendo : "Não tenho dúvidas que Cruyff foi um jogador mais completo do que eu, mas quem ganhou a Copa de 1974 foi a Alemanha". Beckenbauer não deixa de ter razão. O futebol é um esporte coletivo afinal, e o craque, por mais gênio que seja,  não deixa de ser um indivíduo.


Beckenbauer ( com o goleiro Sepp Maier. ) "Cruyff foi um jogador
mais completo do que eu, mas quem ganhou a Copa do
Mundo foi a Alemanha. "

E a Fórmula 1, como se situa nisso tudo ?

Em primeiro lugar, como em qualquer esporte motorizado, o fator carro é fundamental. Como se diz no mundo das corridas "Um mal piloto num carro excelente pode não vencer, mas um piloto excelente num carro péssimo certamente irá perder". De uma forma geral, dentro desse ponto de vista, a maioria dos grandes pilotos tiveram a oportunidade de dirigir grandes carros pelo menos em alguma parte de suas carreiras, mas existiram algumas exceções que vamos falar mais tarde. Um outro fator é que por ser um esporte perigoso o automobilismo matou ou feriu grandes pilotos que não tiveram o que mereciam na categoria : a consagração com um Título Mundial. Kubica, hoje, se situa nos dois casos : um piloto que não teve até agora um carro a altura do seu talento e que sofreu um grave acidente que pode interromper a sua carreira.




Contratado pela BMW  no meio da temporada de 2006, Kubica rapidamente mostrou todo o seu talento e já na sua terceira corrida obteve um excelente terceiro lugar em Monza. Seguiram-se outros bons resultados até que o jovem polonês sofreu um acidente espetacular no G.P. do Canadá de 2007 (ver vídeo acima). Milagrosamente Kubica não sofreu nenhuma fratura e só teve ferimentos leves numa mão o que fez a F.IA. vetar sua participação no G.P. dos EUA. Ao contrário do que se poderia imaginar, Kubica voltou as pistas tão ou mais rápido que antes e terminou o Mundial de 2007 em 6º lugar. No ano seguinte fez a sua melhor temporada obtendo sua 1ª vitória  no G.P. Canadá, na mesma pista do acidente de 2007 e terminou o Mundial em 3º lugar atrás de Hamilton e Massa e empatado com Railkkonen da Ferrari. Dado o carro que tinha nas mãos, um feito.

Kubica sendo levado depois do acidente no Rally na Itália.
Todos os ferimentos estavam do lado direito do corpo,
já que o guard-rail entrou pelo meio do carro.

Mas tudo mudaria em 2009,  a BMW fez um carro muito pouco competitivo e Kubica terminou o ano em 14º lugar. Pior : a equipe alemã anunciou que não disputaria o Mundial seguinte e o polonês de repente se viu sem opções para 2010 até assinar com uma retalhada Renault. Mais um ano difícil e uma classificação final em 8º lugar. O que fazer para 2011 ?  O jeito foi continuar na Renault, porque todas as opções entre as grandes equipes tinham um "porém". Na Ferrari, Kubica jamais aceitaria ser o 2º piloto de Alonso ( de quem é amigo ) . A McLaren formou desde 2010 uma dupla campeã "made in England" Hamilton-Button e nada indica que tão cedo irá mudar. Vettel depois que ganhou o título de campeão ficou numa posição ainda mais forte dentro da Red Bull e por mais que os "Rubro Taurinos" neguem, dificilmente eles vão admitir uma nova guerra entre seus pilotos, o que seria inevitável com uma dupla do calibre de Vettel e Kubica. Como se vê Kubica estava sem uma boa opção de entrar no cockpit  de uma das grandes equipes da F-1 a curto e médio prazo e agora, pra piorar, e justamente quando a Renault parecia ir bens nos testes, aconteceu o acidente.

Mesmo com um carro limitado, Kubica subiu ao pódium
três vezes com a Renault em 2010. Uma delas em Mônaco
quando chegou em terceiro lugar.

Para o GPW, Kubica hoje está no mesmo nível dos que consideramos os melhores da atualidade : Alonso e Vettel. Abaixo dos três colocaríamos por ordem Hamilton e Button. Massa estaria nesse último grupo se não fosse o acidente de 2009 que parece ter, infelizmente, atingido sua performace. Vamos ver em 2011.

Stirling Moss : 16 vitórias na F-1 e quatro vice
campeonatos seguidos. Mesmo sem nunca
ter sido campeão está entre os
maiores.
Kubica então, mesmo antes do acidente, parece ser um talento desperdiçado. O mesmo já aconteceu antes. Stirling Moss, por exemplo,  é considerado o maior "campeão sem coroa da história da F-1". O inglês conseguiu ser vice quatro anos seguidos (1955-1956-1957-1958) , quase sempre com carros bem inferiores a concorrência como a Maserati, a Vanwall e a Cooper. Ele mesmo fazia uma "mea-culpa" por nunca ter ido para a Ferrari, porque o Comendador Enzo Ferrari gostava de controlar seus pilotos e Moss sempre teve uma postura independente. Essa "rebeldia" sempre custou caro. Em 1961, o melhor carro disparado era a Ferrari pilotadas por Phil Hill e Wolfgang Von Trips. Moss , na Lotus, não tinha a menor condição de vencê-las, mas mesmo assim obteve 2 vitórias de forma antológica nas pistas mais desafiadoras : Mônaco e Nürburgring. Lógico, o título ficou para a Ferrari, mas todos sabiam que o inglês era, de longe, o melhor piloto da época. Sua carreira, no entanto, estava próxima do fim, um grave acidente em Goodwood, na Páscoa de 1962, o obrigaria a abandonar as pistas. Muitos jornalistas ingleses consideram Moss o maior piloto inglês de todos os tempos e alguns até acham que ele foi simplesmente o maior piloto de F-1 que já existiu.


Dan Gurney ( dir ) com Jackie Stewart e Graham
Hill.  Para Jim Clark, o único piloto
que ele de fato temia.

O caso de Moss de "campeão sem coroa" é o mais claro, mas tivemos outros pilotos como Dan Gurney, que foi provavelmente o melhor piloto americano que já passou na F-1. Gurney foi considerado por Jim Clark como o único piloto que ele de fato temia, mas o americano nunca esteve na equipe certa na hora certa. Foi para a Brabham em 1963 e ficou até 1965 em um período de crise para a  equipe. Saiu em 1966, justamente quando ela passaria a dominar a F-1 obtendo dois títulos de pilotos e construtores (1966-1967), e foi formar a sua própria equipe, a Eagle, onde durante 4 anos só obteria 1 vitória. Depois se retiraria das pistas com a certeza que poderia ter feito muito mais.

Guardada as devidas proporções, Jean Alesi é mais um caso de um piloto que não teve o que merecia na F-1. É evidente que ele não era um fora de série, como Moss, mas uma decisão tomada pelo francês mudaria para sempre o seu papel na história da F-1. Em 1990, Alesi era considerado a maior promessa da F-1 fazendo milagres com o seu pouco competitivo Tyrrell Ford. O francês foi procurado pela Williams e praticamente acertou um contrato para o triênio 1991-1992-1993. Quando tudo parecia certo ele foi chamado para ter uma conversinha em Maranello...

Uma decisão tomada pela paixão arruinou a carreira
de Jean Alesi que saíu da F-1 com apenas 1 vitória
no currículo. Para o talento dele, muito pouco.

Alesi ficou balançado, seu sonho desde criança foi correr para a Ferrari, como recusar um convite desses ? Ainda por cima a Ferrari foi bem superior a Williams durante todo o ano de 1990. Alesi pediu desculpas para Frank Williams, rompeu o pré contrato e assinou com a Ferrari. Quis o destino que tudo desse errado. A Williams passaria a dominar a F-1 e a Ferrari entraria já em 1991 numa profunda crise que seria a maior de sua história. Em 5 anos de Ferrari, Alesi conquistaria apenas 1 vitória ( e a Ferrari, duas, sendo a outra com Berger ), enquanto que a Williams obteve nesse período dois títulos de pilotos e 39 vitórias. Poucas vezes uma decisão movida por paixão custou tanto.


Em 1996, Alesi trocou a Ferrari pela Benetton. Em Mônaco
liderava com tranquilidade quando o carro quebrou.
Mais uma vez a sorte não esteve ao seu lado.

A decisão de Alesi tirou o francês a chance de estar entre os grandes da F-1. Se Alesi tivesse ido para a Williams, Manselll não teria sido contratado e certamente nunca teria sido campeão. Pior do que isso proporcionou a possibilidade de Damon Hill entrar na equipe em 1993 e depois de muito custo ser o campeão de 1996. A pergunta que fica é : se Hill que era um piloto bastante limitado conseguiu ser campeão na Williams, o que teria feito Jean Alesi ?

Continua : Campeão sem coroa  ( Parte II )

terça-feira, 22 de março de 2011

Posters ( III ) G.P. da Suiça de 1953


O G.P. da Suiça de F-1 foi realizado de 1950 até 1954 no circuito de Bremgarten, em Berna. Em 1955, após o acidente nas 24 horas de Le Mans, onde o carro de Pierre Levegh voou sobre o público matando o piloto e mais 83 espectadores, na maior tragédia da história do automobilismo, as corridas foram banidas em território suiço para sempre. Em 1982, tivemos uma corrida no calendário da F-1 que levou o nome de G.P. da Suiça, mas a competição aconteceu no circuito francês de Dijon-Prenois. Os posters do G.P. suiço eram idênticos de 1950 até 1953, variando apenas a data.

The 70's ( III ) Peter Revson & François Cevert

Revson e Cevert : os dois pilotos
morreriam em acidentes na F-1 em um
curto período de pouco mais de 5 meses.

No dia 22 de março de 1974, que hoje faz exatos 37 anos,  o piloto americano Peter Revson morria num acidente em um teste privado na pista de Kyalami, na África do Sul, a bordo do seu Shadow Ford. Cinco meses antes, em 6 de outubro de 1973, tinha sido a vez de François Cevert morrer em Watkins Glen, treinando para o G.P. dos EUA. A F-1 vivia um dos seus momentos mais perigosos, que duraria até o início dos anos 80.

Ferrari Motor-Home ( Esporte Espetacular )




Muito boa a matéria do "Na Estrada com Galvão" do "Esporte Espetacular" que passou nesse domingo ( 20/03 ) que mostrou toda a estrutura dos Motors-Home da Ferrari nos testes em Barcelona no início do ano. Vale a pena conferir.

segunda-feira, 21 de março de 2011

The 70's ( II ) G.P. de Mônaco 1971


1971 foi um péssimo ano para a Lotus, o primeiro sem uma única vitória desde 1959. Em Mônaco, a expressão de Emerson Fittipaldi para Colin Chapman, depois de obter um 17º lugar no grid de largada, dizia tudo. Mas a redenção viria já em 1972 com o título tanto para o piloto como para a equipe.

Foto : Rainer Schlegelmilch

domingo, 20 de março de 2011

Posters ( II ) G.P. da França de 1954


O Grande Prêmio da França só passou a ter essa denominação oficial em 1968, até então se usava a sigla do Automóvel Clube da França ( A.C.F. ). Foi a primeira corrida de automóveis a adotar o nome “Grand Prix” e sua primeira edição se deu próximo a cidade de Le Mans, em 1906. Ela descendeu da corrida Paris-Bordeux-Paris, organizada pela 1ª vez em 1895, e que é considerada a corrida mais antiga do mundo.  Desde 2009 está absurdamente fora do calendário da F-1. Enquanto isso temos corrida na Malásia, Coréia, Índia, Bahrein, Abu Dhabi, Cingapura ... 

sábado, 19 de março de 2011

34 anos sem Môco

José Carlos Pace em 5 anos de F-1 obteve 1 Pole Position,
1 Vitória e 5 Melhores Voltas. Teria obtido muito mais
se não tivesse morrido precocemente aos 32 anos de idade

Há 34 anos atrás, em 19 de março de 1977, o Brasil perdia em um acidente aéreo, José Carlos Pace, o Môco, um piloto de grande talento, muito rápido, de uma coragem extrema e que tinha ainda um grande futuro pela frente. Sua única vitória foi no G.P. do Brasil de 1975 quando Emerson Fittipaldi chegou em segundo, estabelecendo para o Brasil sua primeira dobradinha na história da categoria. Em homenagem a Môco, GPW relembra essa vitória em Interlagos nesse vídeo abaixo.



Môco só conseguiu uma vitória na F-1, mas a obteve em grande estilo,
vencendo o G.P. do Brasil de 1975 com Emerson
em segundo e Jochen Mass em terceiro.

sexta-feira, 18 de março de 2011

G.P. da Holanda 1980 - Grande vitória de Piquet


Corrida espetacular que mostra como era emocionante a F-1 naquela época com grandes pegas e grandes disputas, bem diferente da atual que já virou receita contra a insônia. Nélson Piquet e Gilles Villeneuve dão um show a parte. A definição do comentarista Giu Ferreira sobre o canadense é genial : "O Villeneuve não se explica, se aceita". Destaque também para a disputa pela liderança entre seis ( ! ) pilotos no início da segunda volta. Pena que o resumo da corrida é curtíssimo e não aparece as demais ultrapassagens de Piquet, já que o brasileiro ia deixar pra trás um por um até tomar a liderança.

The 60's ( III ) G.P. da França 1969

 
Briefing dos pilotos no G.P. da França de 1969, em Clermont Ferrand. Da esq. para a dir. : Bruce McLaren. Denis Hulme, Graham Hill, Silvio Moser (atrás de Hill, de boina), Jo Siffert, Jackie Stewart, Piers Courage, Jochen Rindt, Vic Elford, Jean Pierre Beltoise, Jacky Ickx e Chris Amon. Vários deles encontrariam a morte em pouco tempo. Cinco em acidentes nas pistas : McLaren, Courage e Rindt  em 1970, Siffert em 1971 e Moser em 1974. Já Hill morreria num acidente aéreo em 1975.

Posters ( I ) G.P. da Alemanha de 1951


Vamos começar hoje a publicar os posters mais bonitos dos programas oficiais dos Grandes Prêmios  de F-1 e de Grand Prix ( antes de 1950 ) . Começamos com o G.P. da Alemanha de 1951. Os alemães, inclusive,  detêm os posters mais espetaculares.