quinta-feira, 2 de junho de 2011

02/06/1970 - 41 anos da morte de Bruce McLaren

Bruce McLaren : " Fazer algo bem feito vale tanto a pena,
que morrer tentando fazê-lo melhor não pode
ser considerado temerário"

No final dos anos 60, depois de uma série de acidentes fatais, houve um movimento tentando banir as corridas na Europa devido ao perigo que elas representavam. Nesse momento o piloto neo-zelandês Bruce McLaren soltou uma frase que se tornou célebre : "Fazer algo bem feito vale tanto a pena, que morrer tentando fazê-lo melhor não pode ser considerado temerário". A frase imediatamente virou uma bandeira de defesa para aqueles que arriscavam a vida nas pistas de corridas e que depois foi imortalizada de vez quando o próprio McLaren acabou morrendo também em um acidente, testando um carro Can-Am em Goodwood, em 2 de junho de 1970.

Sua morte causou espanto no mundo do automobilismo. Jackie Stewart, o então campeão do mundo de F1 e amigo de Bruce, confessou na época que demorou muito para se acostumar com a idéia, já que para o escocês, McLaren parecia ser como Jim Clark, indestrutível : "um piloto que você jamais imaginaria que fosse morrer num carro de corrida".


Para Jackie Stewart, Bruce McLaren parecia
indestrutível : "é um daqueles pilotos que
você nunca vai imaginar que vai
morrrer num carro de corrida".

Mesmo morrendo com apenas 32 anos, McLaren era um veterano já que havia estreado na F1 com 20 anos de idade, numa época em que isso era extremamente raro. Ao vencer o G.P. dos EUA de 1959, em Riverside, com um Cooper Climax, Bruce se tornou o mais jovem vencedor da história com 22 anos e 104 dias, um recorde que duraria inacreditáveis 44 anos e que só seria batido por Fernando Alonso no G.P. da Hungria de 2003, quando o espanhol tinha 22 anos e 26 dias. ( Hoje o recorde é de Sebastian Vettel que venceu o G.P. da Itália de 2008 com 21 anos e 71 dias )


Bruce com o amigo Denis Hulme no G.P. da Espanha
de 1970. Os dois dominaram totalmente o
campeonato Can-Am de 1969 com
protótipos McLaren

Bruce no entanto conquistaria apenas 4 vitórias na F1 em mais de 100 GPs, mas a história lhe reservaria um papel muito mais importante Em 1966, resolve correr com a sua própria equipe na F1 e dois anos depois ganha a 1ª corrida com um carro McLaren : o G.P. da Bélgica de 1968, em Spa Francorchamps. Visionário, monta uma equipe também para correr na Can-Am, na América do Norte, que são carros de esporte-protótipo e domina totalmente a temporada de 1969, junto com o seu amigo, o também neo-zelandês Denis Hulme. Foi num carro desses que Bruce McLaren encontraria a morte durante um teste em Goodwood, na Inglaterra, no ano seguinte, quando o capô traseiro se soltou em plena reta, desequilibrando o carro que "decolou" até atingir um poste de sinalização, matando o piloto na hora.


Bruce no G.P. de Mônaco de 1969 : o piloto não teria
tempo de ver o extraordinário legado que deixou.
A McLaren hoje só perde em títulos
e vitórias na F1 para a Ferrari

Ao morrer tão cedo, Bruce não pode acompanhar o extraordinário legado que deixou, de um nome que se tornaria uma lenda. 41 anos depois de sua morte a McLaren ganhou 170 GPs e 12 Mundiais de Pilotos de F1, números que são só inferiores aos da Ferrari, além de 8 títulos de Construtores. "Fazer algo bem feito vale tanto a pena, que morrer tentando fazê-lo melhor não pode ser considerado temerário". Não pode mesmo, Bruce.

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