terça-feira, 12 de julho de 2011

11/07/1971 - 40 anos da morte de Pedro Rodriguez

Pedro Rodriguez pensou em parar de correr quando
seu irmão Ricardo morreu num acidente em 1962. 
Ao prosseguir se tornou mexicano a vencer
um GP de F1. Mas, assim como Ricardo, 
ele também morreria nas pistas...


Uma das maiores tragédias do automobilismo foi a saga dos irmãos Rodriguez. Ricardo e Pedro foram as grandes esperanças do México terem o seu "Juan Manuel Fangio". Ricardo era o mais talentoso e considerado um verdadeiro prodígio. Aos 14 anos se tornou campeão mexicano de motociclismo e aos 15 já corria de carros esporte pelo mundo. Com 18 anos, em 1960, chegou em 2º lugar nas 24 Horas de Le Mans com uma Ferrari Testa Rossa e em dupla com seu irmão Pedro foi também segundo nos 1.000 Kms de Nürburgring com uma Ferrari Sport. Impressionado com o talento de Ricardo, Enzo Ferrari o contratou para correr pela Scuderia no final do Mundial de F1 de 1961, com apenas 19 anos, ao lado de Phil Hill, Wolfgang Von Trips e Richier Ginther.

A segunda e última vitória de Pedro Rodriguez
na F1 foi no G.P. da Bélgica de 1970 com
um BRM. Seria a última vez que a antiga
pista de Spa seria utilizada na F1
Em 1962 correndo pela Ferrari tanto na F1 como no Mundial de Marcas venceu a Targa Florio, mas pelo seu estilo de pilotar recebeu críticas. Von Trips em 1961 disse : "É um louco, um perigo para ele mesmo e os outros...". No final de 1962, recebeu um convite da Lotus para correr  no G.P. do México de F1, uma prova extra campeonato. Enzo o liberou e nunca mais veria o mexicano. Durante os treinos, Ricardo sofreu um acidente fatal, aos 20 anos de idade...

A morte de Ricardo chocou profundamente Pedro que ficou um ano afastado das pistas. Quando retornou no final de 1963 se dedicou a F1 e ao Mundial de Marcas, onde se tornou um dos maiores pilotos de esporte protótipo de todos os tempos vencendo inúmeras corridas, entre elas as 24 horas de Le Mans de 1968 com um Ford GT 40 em dupla com Lucien Bianchi, os 1000 Kms de Monza de 1970 e 1971, a Targa Florio de 1970 e o 1000 Kms de Spa de 1971, sempre com um Porsche, marca pela qual ele mais se identificou.

Mas na F1 os resultados não foram tão espetaculares. Em 55 GPs, Pedro venceu duas vezes : o G.P. da África do Sul de 1967 com um Cooper Maserati e o G.P. da Bélgica de 1970 com um BRM, na última corrida disputada no antigo circuito de estrada de Spa Francorchamps, de 14 Kms. Pedro no entanto parecia viver na categoria máxima à sombra de seu irmão Ricardo que mesmo morto servia como parâmetro. Frequentemente Pedro era chamado injustamente do "irmão menos talentoso dos Rodriguez" e embora ele reverenciasse Ricardo, isso evidentemente o incomodava. Mas seu nome ficou na história da F1, como o único mexicano até hoje a vencer uma corrida na categoria.



Pedro e Ricardo Rodriguez : a morte dos dois irmãos
deixou um vazio no automobilismo mexicano
que jamais seria preenchido

Em 11 de julho de 1971 ( data que completou ontem, 40 anos ) Pedro morreu depois de um acidente durante uma obscura prova de carros esporte em Nuremberg, na Alemanha. Sua morte, aos 31 anos, comoveu todo o México e acabou tendo uma trágica semelhança com a de seu irmão. Se Ricardo, piloto da Ferrari na F1, foi convidado para correr pela rival Lotus no G.P. do México de 1962,  Pedro, piloto da Porsche no Mundial de Marcas, foi convidado pela arqui-rival Ferrari para pilotar um de seus carros na Alemanha.  A Porsche o liberou, assim como fez a Ferrari com Ricardo em 1962, para também nunca mais vê-lo... 

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