quarta-feira, 20 de julho de 2011

Posters ( XIV ) G.P. da Alemanha de 1934


Sem dúvida um dos posters mais impressionantes já vistos. Ao mesmo tempo belo e assustador, a imagem espelha muito bem uma época em que o automobilismo era perigossíssimo e os pilotos eram vistos como verdadeiros heróis tal o risco que corriam. Essa corrida foi vencida pelo alemão Hans Stuck da Auto Union, sendo seguido por Luigi Fagioli da Mercedes Benz e Louis Chiron da Alfa Romeo. Nota-se a bandeira nazista em destaque no carro. Desde que Adolf Hitler se tornou chanceller da Alemanha em 1933,  as corridas viraram um excelente meio de propaganda para o regime nazista e os alemães dominariam as corridas em boa parte dos anos 30 com a Mercedes e a Auto Union. Os germânicos Rudolf Caracciola e Bernd Rosemayer, juntos com os italianos Tazio Nuvorali e Achille Varzi, foram os maiores pilotos da era anterior a da II Guerra Mundial e da criação do Mundial de F1 em 1950. Rosemayer e Varzi morreriam nas pistas.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Grandes Duelos ( VIII ) Peterson x Depailler - Kyalami 1978



Embora fosse um excelente piloto, Patrick Depailler era frequentemente chamado de "o eterno segundo", já que por inúmeras razões a vitória sempre lhe escapava das mãos.  Finalmente no G.P. da África do Sul de 1978 esse dia parecia que ia chegar, depois de 67 GPs disputados e 7 segundos lugares. Mesmo largando na 11ª posição, o francês da Tyrrell se viu inesperadamente na liderança, à apenas 14 voltas do final, quando Riccardo Patrese teve uma quebra no motor de seu Arrows. Antes do italiano, a 1ª posição já tinha passado nas mãos de Mario Andretti e Jody Scheckter, que a perderam também por problemas mecânicos.

Tudo indicava que era a vez de Patrick vencer, mas o francês estava com problemas de consumo de combustível e era ameaçado por Ronnie Peterson, da Lotus, que tinha largado uma posição atrás do francês, em 12º, e estava também numa corrida de recuperação. O sueco foi diminuindo a diferença e na última volta alcançou Depailler. O francês manteve ainda a posição até restar três curvas para a bandeirada, quando Ronnie o passou, alcançando uma vitória espetacular ( era o 7º colocado à 27 voltas do final ). Para Peterson um triunfo que mostrou que ele não estava acabado como muitos acreditavam, principalmente Ken Tyrrell, que não quis renovar o contrato com o sueco depois de um ano ruim na equipe em 1977. Já Depailler parecia que estava destinado mesmo a ser o eterno segundo.

No entanto, duas corridas depois, fez-se justiça e o francês obteve a sua 1ª vitória na F1 no G.P. de Mônaco. "Demorou..." disse ele após a corrida "...e depois daquele dia em Kyalami, achei que nunca mais venceria, mas quebrar a escrita em Mônaco, bem, isso não poderia ter acontecido em lugar melhor..."

terça-feira, 12 de julho de 2011

11/07/1971 - 40 anos da morte de Pedro Rodriguez

Pedro Rodriguez pensou em parar de correr quando
seu irmão Ricardo morreu num acidente em 1962. 
Ao prosseguir se tornou mexicano a vencer
um GP de F1. Mas, assim como Ricardo, 
ele também morreria nas pistas...


Uma das maiores tragédias do automobilismo foi a saga dos irmãos Rodriguez. Ricardo e Pedro foram as grandes esperanças do México terem o seu "Juan Manuel Fangio". Ricardo era o mais talentoso e considerado um verdadeiro prodígio. Aos 14 anos se tornou campeão mexicano de motociclismo e aos 15 já corria de carros esporte pelo mundo. Com 18 anos, em 1960, chegou em 2º lugar nas 24 Horas de Le Mans com uma Ferrari Testa Rossa e em dupla com seu irmão Pedro foi também segundo nos 1.000 Kms de Nürburgring com uma Ferrari Sport. Impressionado com o talento de Ricardo, Enzo Ferrari o contratou para correr pela Scuderia no final do Mundial de F1 de 1961, com apenas 19 anos, ao lado de Phil Hill, Wolfgang Von Trips e Richier Ginther.

A segunda e última vitória de Pedro Rodriguez
na F1 foi no G.P. da Bélgica de 1970 com
um BRM. Seria a última vez que a antiga
pista de Spa seria utilizada na F1
Em 1962 correndo pela Ferrari tanto na F1 como no Mundial de Marcas venceu a Targa Florio, mas pelo seu estilo de pilotar recebeu críticas. Von Trips em 1961 disse : "É um louco, um perigo para ele mesmo e os outros...". No final de 1962, recebeu um convite da Lotus para correr  no G.P. do México de F1, uma prova extra campeonato. Enzo o liberou e nunca mais veria o mexicano. Durante os treinos, Ricardo sofreu um acidente fatal, aos 20 anos de idade...

A morte de Ricardo chocou profundamente Pedro que ficou um ano afastado das pistas. Quando retornou no final de 1963 se dedicou a F1 e ao Mundial de Marcas, onde se tornou um dos maiores pilotos de esporte protótipo de todos os tempos vencendo inúmeras corridas, entre elas as 24 horas de Le Mans de 1968 com um Ford GT 40 em dupla com Lucien Bianchi, os 1000 Kms de Monza de 1970 e 1971, a Targa Florio de 1970 e o 1000 Kms de Spa de 1971, sempre com um Porsche, marca pela qual ele mais se identificou.

Mas na F1 os resultados não foram tão espetaculares. Em 55 GPs, Pedro venceu duas vezes : o G.P. da África do Sul de 1967 com um Cooper Maserati e o G.P. da Bélgica de 1970 com um BRM, na última corrida disputada no antigo circuito de estrada de Spa Francorchamps, de 14 Kms. Pedro no entanto parecia viver na categoria máxima à sombra de seu irmão Ricardo que mesmo morto servia como parâmetro. Frequentemente Pedro era chamado injustamente do "irmão menos talentoso dos Rodriguez" e embora ele reverenciasse Ricardo, isso evidentemente o incomodava. Mas seu nome ficou na história da F1, como o único mexicano até hoje a vencer uma corrida na categoria.



Pedro e Ricardo Rodriguez : a morte dos dois irmãos
deixou um vazio no automobilismo mexicano
que jamais seria preenchido

Em 11 de julho de 1971 ( data que completou ontem, 40 anos ) Pedro morreu depois de um acidente durante uma obscura prova de carros esporte em Nuremberg, na Alemanha. Sua morte, aos 31 anos, comoveu todo o México e acabou tendo uma trágica semelhança com a de seu irmão. Se Ricardo, piloto da Ferrari na F1, foi convidado para correr pela rival Lotus no G.P. do México de 1962,  Pedro, piloto da Porsche no Mundial de Marcas, foi convidado pela arqui-rival Ferrari para pilotar um de seus carros na Alemanha.  A Porsche o liberou, assim como fez a Ferrari com Ricardo em 1962, para também nunca mais vê-lo... 

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Alonso e Ferrari derrotam Vettel e Red Bull na Inglaterra

Ao vencer em Silverstone, Alonso igualou o número de
triunfos de Jackie Stewart ( 27 ) o que o coloca como
o 5º maior vencedor da história da F1

Fernando Alonso conseguiu finalmente o seu primeiro triunfo na temporada de 2011 ao vencer o  G.P. da Inglaterra ontem em Silverstone. Se a vitória do espanhol não pode ser considerada uma surpresa, já que poderia ter ocorrido em Mônaco ou em Montreal, a facilidade em que ela foi obtida sim. Alonso cruzou a linha de chegada com 16 segundos de vantagem sobre Sebastian Vettel, uma diferença somente inferior em 2011 daquela que o alemão obteve na corrida de abertura do Mundial, na Austrália, quando venceu com 22 segundos à frente de Lewis Hamilton. Imediatamente uma dúvida pairou no ar : será que essa vantagem foi obtida devido a evolução ocorrida no carro da Ferrari ou a restrição dos escapamentos aerodinâmicos que prejudicou sobretudo a Red Bull ?

Martin Whitmarsh e Stefano Domenicali confabulam antes
do G.P. da Inglaterra. McLaren e Ferrari foram os maiores
incentivadores da proibição dos escapamentos
aerodinâmicos. Como não obteve bons
resultados, a McLaren resolveu cair fora...


Se essa pergunta fosse feita imediatamente após a corrida, a resposta seria : jamais saberemos. O motivo é que até aquele momento prevalecia a proibição desses escapamentos. Quando a FIA determinou na sexta feira que a mudança do regulamento só seria revogada se houvesse consenso de todas as equipes, ninguém tinha dúvidas que essa proibição seria mantida, já que algumas dessas equipes pareciam levar vantagem com a nova medida. Tanto é verdade que um pouco antes da corrida a Ferrari e a Sauber confirmaram que não aceitariam a volta do regulamento antigo. Se a equipe italiana continuasse suplantando a Red Bull nos próximos GPs, ficaria sempre a suspeita de que isso só aconteceu devido a manobra da FIA de proibir os escapamentos aerodinâmicos.

Para a Ferrari um dia perfeito. A vitória de Alonso
aconteceu exatamente no mesmo GP e no mesmo
circuito em que a equipe italiana tinha obtido
há 60 anos a sua 1ª vitória na F1

Isso talvez explique o inesperado recuo da Ferrari e da Sauber que voltaram atrás e aceitaram o retorno, já para o G.P. da Alemanha,  da utilização completa desses escapamentos, apenas horas depois de dizer o contrário. A Ferrari comentou ironicamente que aceitou a medida para não parecer diferente e que "muitas outras equipes não fariam o mesmo...". Mas, será que é isso mesmo ? Acho que a FIA teve a percepção, um tanto tardia, que fez besteira ao mudar o regulamento no meio do Mundial. Como a repercursão foi péssima, e o comentário geral foi que a entidade só fez isso para prejudicar a Red Bull e adiar a decisão do campeonato, a FIA jogou a responsabilidade para as equipes, dizendo que se isso fosse aceito de forma unânime tudo voltaria a ser como antes.


A vitória de Alonso não chegou a ser tão surpreendente.
Surpresa mesmo foi a facilidade em que ela foi obtida.
Para a Ferrari o principal motivo foram os avanços
feitos no desenvolvimento do carro, uma
resposta que só teremos em Nürburgring

Só que a jogada da FIA saiu pela culatra. Em primeiro lugar a entidade deveria ter feito o contrário, sugerindo inicialmente a proibição dos escapamentos aerodinâmicos, mas que isso só seria aceito com uma decisão unânime das equipes. Mas a FIA não o fez porque não lhe interessava, já que o objetivo era atingir a Red Bull e a proposta seria evidentemente negada pela própria. A solução então foi inverter a situação : impor a proibição e só modificá-la se houvesse unanimidade. Com isso a FIA teve a certeza de que pelo menos a Ferrari e a McLaren, a quem mais interessava a proibição, vetariam a volta do regulamento antigo.


Com a proibição dos escapamentos aerodinâmicos a FIA
esperava atingir a Red Bull. Mas a vitória fácil demais
da Ferrari em Silverstone pode ter mostrado que o
"remédio" pode ter sido exagerado
demais. E a FIA recuou...


Mas o que não estava no "script" foi a vitória fácil demais da equipe italiana no G.P. da Inglaterra. Numa "canetada" a FIA pode ter mudado completamente o rumo do Mundial de 2011. Se antes a gritaria contra a FIA era geral, agora ia ser com certeza pior ainda.  Embora jamais saibamos, deve ter havido uma conversa, logo após a corrida, entre  a cúpula da Ferrari e a FIA, que mostrou que a situação ficou insustentável. Provavelmente a FIA alertou a equipe de Maranello que se eles não recuassem da decisão, a entidade iria tomar uma medida extrema de voltar o regulamento antigo. Assim, sem alternativas, a Ferrari recuou...

Na verdade ninguém sabe ao certo o que levou a Ferrari a melhorar tanto a sua performance em Silverstone, talvez nem a própria Ferrari. Caso a equipe italiana tenha mais um desempenho excelente na próxima etapa, em Nürburgring, caberá a Ferrari todas as glórias, merecidamente. Por tudo isso, o G.P. da Alemanha vai ser a prova mais aguardada dos últimos tempos.

A corrida



Independente de todas as trapalhadas da FIA com a restrição dos escapamentos aerodinâmicos, tivemos um G.P. da Inglaterra bastante interessante no local que mais interessa : na pista. Choveu bastante antes da corrida e a pista ainda molhada obrigou os pilotos a sairem com os pneus intermediários. Na largada Vettel superou Webber e tomou a ponta sendo seguido pelo australiano, Alonso, Button, Massa e Hamilton. O inglês roubou todas as atenções no início da corrida. Depois da largar em 10º, já passou em 6º na 1ª volta. Não demorou muito para ultrapassar seu companheiro de equipe, Button, e pular para 5º. Não satisfeito partiu para cima de Massa e por duas vezes exagerou, saindo da pista e só não batendo devido as enormes áreas de escape da pista de Silverstone. Hamilton só passou Massa nos boxes na 1ª parada para as trocas dos pneus e logo depois, usando a ása móvel, superou Alonso com facilidade pulando para o 3º lugar na 15ª volta, atrás apenas das Red Bull. Até esse momento da corrida o inglês era o melhor.


Vettel assumiu a liderança na largada passando Webber
que era o pole. Mas o melhor foi Hamilton que mesmo
partindo em 10º, já era o 6º no final da 1ª volta

Mas a pista foi secando e a situação se inverteu. Enquanto o desempenho de Hamilton foi piorando o de Alonso melhorou a ponto do espanhol ultrapassar na pista o inglês e recuperar a 3º colocação. O inglês imediatamente parou nos boxes e colocou pneus slicks do tipo "macio" assim como fariam todos os demais. Foi então que aconteceu o momento crucial da prova. A Red Bull se atrapalhou na troca de um pneu traseiro de Vettel e o alemão voltou em 3º atrás de Alonso e Hamilton. Webber, Button e Massa vinham atrás de Vettel. O alemão começou a se aproximar de Hamilton, mas não conseguia uma forma de passá-lo. A solução foi antecipar a terceira troca de pneus, o que acabou dando certo. Vettel voltou em 2º, atrás apenas de Alonso.


O momento decisivo da corrida : Vettel tem problemas
na 2ª troca dos pneus, perdendo a liderança e
caindo para o 3º lugar. Um erro da Red Bull
que se revelou fatal

Pela primeira vez no ano a Red Bull de caça virou caçadora, mas quando se esperava um reação de Vettel nada de fato aconteceu. Pelo contrário. Em vez de diminuir a diferença, o espanhol foi ficando cada vez mais distante e o alemão passou a se preocupar apenas em chegar em segundo. Ainda na terceira parada para troca de pneus, os ponteiros sofreram uma baixa. Inexplicavelmente uma roda dianteira da McLaren de Button foi mal fixada e o inglês teve que abandonar na saída dos boxes. Na 40ª volta, faltando 12 para o final, as posições eram : Alonso, Vettel, Hamilton, Massa e Webber. Só que Massa demorou muito para fazer a sua última parada, o que ninguém entendeu, e quando parou o australiano acabou subindo para 4º.


Hamilton foi junto com Alonso o melhor piloto da prova. O
inglês largou em 10º e chegou em 4º, fazendo várias
ultrapassagens, saindo duas vezes da pista e quase
se envolvendo em um acidente
com Massa na volta final

Enquanto isso a equipe McLaren pedia para Hamilton diminuir o ritmo para economizar combustível, uma coisa um tanto imcompreensível numa corrida em que boa parte dela foi disputada em pista molhada onde a velocidade e o consumo são menores. Com isso o inglês não pode segurar Webber que o passou garantindo um lugar no pódium. Nas últimas voltas tivemos ainda disputas que só terminaram com a bandeirada. Webber foi se aproximando de Vettel, mas não conseguiu passá-lo, assim como Massa que chegou a bater rodas com Hamilton que ainda garantiu o 4º lugar depois de uma corrida das mais combativas.


Rosberg chegou em 6º com sua Mercedes, mas lamentou
não ter largado mais à frente para poder
ameaçar Hamilton e Massa

Alonso estava eufórico depois de uma grande atuação sua e da Ferrari. Para o espanhol engana-se completamente quem acredita que a vitória só aconteceu devido a mudança de regulamento, dizendo que as melhorias feitas na Ferrari foram muito mais fundamentais. Alonso igualou a marca de 27 vitórias de Jackie Stewart, o que o coloca junto com o escocês como o 5º maior vencedor de GP. Para a Ferrari foi também um excelente modo de comemorar os 60 anos da 1ª vitória da equipe na F1 , no G.P. da Inglaterra de 1951, também em Silverstone, com o argentino Froilan Gonzalez.


Vettel, Alonso, Domenicali e Webber. O alemão não
quis alimentar a polêmica e falou que a Ferrari
mereceu vencer pelas melhorias que tem
sido feitas no carronas últimas corridas

Ao contrário do que se poderia esperar Vettel não quis criar polêmica sobre a vitória da Ferrari limitando-se a dizer que a equipe italiana foi melhor e mereceu vencer : "eles foram mais rápidos, temos visto que eles tem melhorado nas últimas corridas". Já Webber, em 3º, estava irritado com a equipe porque ela pediu que não tentasse passar Vettel no final que tinha problema nos pneus : "Claro que ignorei o pedido e lutei até o fim. Sebastian estava fazendo seu melhor, eu estava fazendo meu melhor. Não iria bater nele”. Pois é. Tem gente que achava que a Red Bull é diferente das demais, mas depois do acidente entre seus dois pilotos na Turquia no ano passado, era evidente que isso seria considerado completamente inadmissível se ocorresse novamente. Christian Horner não deve ter gostado nada da postura de Webber, que parece estar mesmo com os dias contados na equipe.



Hamilton, que chegou em 4º, foi junto com Alonso o melhor piloto da prova. Temos criticado bastante o inglês aqui, mas desta vez ele não teve culpa no choque com Massa na última volta. Era evidente que Hamilton não iria permitir que Massa o passasse praticamente na última curva em uma corrida dentro do seu próprio país. Massa percebeu isso e disso muito corretamente que tratou-se de uma acidente de corrida, mesmo porque o brasileiro tentou passar o inglês por fora da curva e Hamilton evidentemente não facilitou em nada. Massa vê com otimismo a previsão para a 2ª parte do Mundial : "aqui em Silverstone estivemos juntos da Red Bull, vamos ver nas demais pistas."



Os pilotos da Mercedes chegaram em 6º e 9º lugares com Nico Rosberg e Michael Schumacher. Nico esteve satisfeito com o desempenho do carro em todo o final de semana, lamentando apenas não ter largado mais à frente para poder ameaçar Hamilton e Massa no final. Já Schumacher assumiu a culpa por um acidente com Kobayashi, mas não entendeu a punição : "Errei e depois pedi desculpas. Só queria entender por que recebi um "stop & go" em vez de um drive-through, perdi um tempo imenso, a punição foi dura demais."

Fecharam a zona dos pontos Sergio Perez em 7º, obtendo o melhor resultado de sua carreira, Heidfeld em 8º e Alguersuari em 10º, pontuando pela terceira vez consecutiva nesse Mundial.


Ao chegar em 7º, Sergio Perez obteve o seu melhor
resultado na F1. Já a Sauber é a 6ª no Mundial de
Construtores, um colocação impensável no
inicio do campeonato

Vimos em Silverstone uma grande vitória de Alonso e da Ferrari, mas agora todas as atenções estarão voltadas para o que vai acontecer em Nürburgring daqui há duas semanas. Se a Ferrari mostrar na Alemanha o mesmo desempenho que teve na Inglaterra, teremos testemunhado uma das maiores reações já vistas de uma equipe durante um Mundial na história da F1. E desta vez ninguém poderá levantar nenhuma suspeita de favorecimento da FIA...

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Brands Hatch - G.P. da Inglaterra de 1974



Video da série "ESPN classic" em duas partes com o G.P. da Inglaterra de 1974 em Brands Hatch. Para mim a pista inglesa está entre as cinco maiores de todos os tempos ao lado de Nürburgring, Zeltweg, Zandvoort e Spa Francorchamps. Os próprio ingleses sempre reconheceram Brands como o mais brilhante traçado já feito na Grã Bretanha.

Niki Lauda da Ferrari dominou quase totalmente essa corrida quanto teve um furo de pneu há poucas voltas do final. Só que o pneu não estourou e foi se esvaziando aos poucos. Como na época as trocas de pneus eram muito lentas ( entre 30 segundos e 1 minuto ) o austríaco resolveu arriscar e levar o carro até o final, mas se deu mal e acabou sendo ultrapassado por Jody Scheckter, Emerson Fittipaldi e Jacky Ickx.

Reparem que o ainda muito jovem Luca di Montezemolo ( hoje Presidente da Fiat e na época chefe de equipe da Ferrari ) fez questão de frisar numa entrevista que Lauda era o melhor piloto do mundo ( discutia-se muito na F1 se era ele, Emerson ou Ronnie Peterson ) e reclamou que o austríaco deveria ter chegado em 4º, porque uma multidão invadiu os boxes e impediu que Lauda voltasse a pista depois de trocar o pneu para dar a última volta. O caso foi levado aos tribunais e após uma conferência com a cronometragem a FIA decidiu que o austríaco chegara em 5º.

Dá até pena lembrar que Bernie Ecclestone tirou Brands Hatch do calendário da F1 a partir de 1986 por razões políticas. De 1987 em diante o G.P. da Inglaterra sempre aconteceu em Silverstone, uma pista muito boa, mas que nunca chegou aos pés de Brands. Com as modificações que sofreu ao longo dos anos, Silverstone  parece hoje um outro circuito, mas para os padrões da F1 atual está excelente...

Acidente de Kobayashi no 1º treino livre em Silverstone



O piloto da Sauber Kamui Kobayashi sofreu um acidente forte no 1º treino livre para o G.P. da Inglaterra, nesta sexta feira. O piloto japonês saiu com os quatro rodas para fora da pista, continuou acelerando e perdeu o controle do carro que pegou uma saliência e por pouco não capotou. Kobayashi acabou por bater com força no muro, destruíndo a parte lateral direita e a asa traseira do Sauber.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Domínio de Vettel ameaça recordes históricos. Mas a FIA...

Em 1952 Alberto Ascari da Ferrari liderou 77 % dos Kms
percorridos naquele mundial, recorde que está
sendo ameaçado por Vettel em 2011

Ninguém sabe o que acontecerá no G.P. da Inglaterra nesse final de semana, em Silverstone, quando o novo regulamento que restringe os chamados "escapamentos aerodinâmicos" entrará em vigor. Certeza mesmo é que a FIA, de uma forma totalmente arbitrária, tenta com essa mudança alterar o rumo de um campeonato que tinha tudo para coroar Sebastian Vettel bem antes de seu final. Que proibisse essa regra para 2012 tudo bem, mas fazê-lo no meio de um Mundial apenas prova que o compromentimento da entidade com o esporte não existe, o objetivo claro é somente prejudicar a Red Bull e tentar adiar a decisão do Mundial o máximo possível.

Se o regulamento não fosse mudado vários recordes da F1 estariam ameaçados, sendo que alguns pareciam que iam durar para sempre, como o número de vitórias de Michael Schumacher, estabelecido em 2004 e o número de Kms na liderança de Alberto Ascari de 1952. Com 8 GPs em 2011, Vettel obteve 6 vitórias faltando ainda 11 corridas para acabar o Mundial. O piloto da Red Bull precisa vencer 8 delas para bater o recorde de 13 vitórias de Schumacher em 2004. Difícil ? Sim, mas se Vettel mantiver nas provas que faltam a porcentagem de vitórias obtidas até agora isso seria perfeitamente possível.

Mais impressionante ainda que bater esse recorde é superar o número de Kms na liderança de Alberto Ascari estabelecido no longínquo ano de 1952. O italiano liderou 77% dos Kms daquele mundial. Vettel até agora em 2011 conseguiu a incrível marca de 82% de Kms liderados. Na tabela abaixo veja quais foram as 10 maiores porcentagens de Kms na liderança obtidas em Mundiais na história da F1 :

         2011 - Sebastian Vettel ( 82 % ) após 8 GPs
 
  1º ) 1952 - Alberto Ascari ( 77 % )
  2º ) 1955 - Juan Manuel Fangio ( 73% )
  3º ) 1963 - Jim Clark ( 72 % )
  4º ) 1992 - Nigel Mansell ( 68 % )
  5º ) 1953 - Alberto Ascari ( 66 % )
  6º ) 1965 - Jim Clark ( 62 % )
  7º ) 2004 - Michael Schumacher ( 62 % )
  8º ) 1994 - Michael Schumacher ( 57 % )
  9º ) 1988 - Ayrton Senna ( 56 % )
10º ) 1998 - Mika Hakkinen ( 56 % )

Independente de Adrian Newey conseguir "driblar" o novo regulamento e mantiver a Red Bull como a equipe a ser batida em 2011, não será fácil para Vettel manter essa porcentagem tão alta. Qualquer problema mínimo com o carro do alemão pode significar que o recorde de Ascari seja ainda inalcancável. Talvez acreditar numa possível quebra do número de pole position numa temporada, obtida por Nigel Mansell em 1992 ( 14, sendo que Vettel já tem 7 ), seja algo mais palpável. De qualquer forma, se nenhum desses recordes for batido pelo alemão, ficará sempre a dúvida se isso só não foi possível devido a intervenção indevida e vergonhosa da FIA, em um campeonato que estava em pleno andamento e já alcançando a sua metade.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

The 50's ( VIII ) G.P. da França de 1958


Reims, 6 de julho de 1958, Mike Hawthorn, Luigi Musso e Harry Schell aguardam a ordem de largada para o G.P. da França. Hawthorn, que largou na pole position, obteria a sua 1ª e única vitória na temporada em que seria campeão. Já Schell e Musso não completariam a prova. Schell abandonaria por superaquecimento no motor na 41ª volta e Musso, morreria, após sofrer um acidente com sua Ferrari D246 na 9ª volta.

Hoje faz 53 anos em que não só o piloto romano perdeu a vida, como também em que Juan Manuel Fangio disputou a sua última corrida na F1. Desolado com a morte de Musso, o argentino resolveu abandonar as pistas : "Cansei de saber que meus amigos morreram...". Coincidentemente foi ao lado de Fangio que Musso obteve a sua única vitória na F1. No G.P. da Argentina de 1956, Fangio foi obrigado a abandonar na 22ª volta por problemas na bomba de combustível de sua Ferrari. Na época era permitido que um piloto da mesma equipe cedesse o seu carro a um outro se fosse necessário. Musso que vinha em 5º lugar, recebeu a ordem para dar o seu carro a Fangio na 31ª volta. O argentino voltou para a pista e venceu a prova, dividindo o triunfo e os pontos com o italiano.

Pouco mais de dois anos depois, Musso alinhava a sua Ferrari na 1º fila para o G.P. da França com o 2º tempo obtido nos treinos. Depois de chegar em 2º lugar na Argentina e em Mônaco, perdendo ambas as corridas para os aparentemente frágeis Cooper Climax de motor traseiro, Musso era terrivelmente pressionado por Enzo Ferrari para obter uma vitória. Quando perseguia o líder Hawthorn na 9ª volta, Musso perdeu o controle de sua Ferrari na curva Muizon, saindo da pista e capotando várias vezes. O italiano foi atirado para fora do carro, morrendo aos 33 anos de idade.

Mas, no final de 1958, a Ferrari terminaria campeã... 

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Imagens do G.P. do Brasil de 1977



Falamos no post passado do G.P. do Brasil de 1977 e aqui estão dois videos sobre essa corrida. O primeiro é de um documentário sobre a temporada da F1 de 1977 e o outro é uma incrível matéria da Rede Globo com imagens daquela corrida.

Fica claro nesse último vídeo a bagunça que era o G.P. do Brasil e a própria F1 na época. Pessoas penduradas no muro assistiam a corrida na curva 3, e eram convidadas a se retirar dalí por "delicados" policiais que apesar de seus cassetetes não conseguiam exercer a sua autoridade... Nesta curva  o asfalto foi se desintegrando durante o GP e 9 pilotos sofreram acidentes. Em outra imagem aparece uma cena em que José Carlos Pace passeia no que seria uma espécie de paddock, até entrar também numa espécie de "trailer"....

Môco disputaria em Interlagos a penúltima corrida de sua vida, já que morreria em um acidente aéreo em 18 de março de 1977, menos de dois meses depois do G.P. Brasil que foi disputado em 23 de janeiro.



Aparece também, entre outras cenas inusitadas,  uma imagem do temperamental James Hunt discutindo com José Ignácio Werneck ( um antigo jornalista esportivo carioca que está há muito anos radicado nos EUA e hoje trabalha na ESPN comentando, entre outros esportes,  poker...). Hunt está p. da vida com a imprensa brasileira pelo o que ela falou do inglês quando ele estava no Guarujá...

Se envolveram em acidentes na curva 3 : Vittorio Brambilla, Ronnie Peterson, Clay Regazzoni, Jochen Mass, Patrick Depailler, Jacques Laffite, John Watson, Hans Binder e Jose Carlos Pace. Sendo que aparece uma imagem em que Depailler é carregado ( no colo ! ) por um bombeiro até a ambulância...

Outros tempos, definitivamente...

sexta-feira, 1 de julho de 2011

The 70's ( XII ) G.P. do Brasil de 1977


Interlagos, G.P. do Brasil de 1977, Patrick Depailler e Ronnie Peterson entram completamente de lado na curva do Laranja com o Tyrrell P34 de seis rodas. Ambos os pilotos abandonaram a corrida vítimas de acidentes na curva 3, cujo asfalto foi se desfazendo durante a prova, e que  eliminou também outros 6 competidores.  O P34 se revelaria um fracasso e o Mundial de 1977 seria o primeiro desde 1970, ano de estréia da equipe, em que a Tyrrell não obteria nenhuma vitória. Peterson não se adaptou ao carro de seis rodas devido ao seu estilo arrojado de pilotar, problema que já tinha acontecido com Jody Scheckter em 1976. Já Depailler por possuir uma pilotagem mais "limpa" acabou obtendo resultados melhores. Infelizmente tanto o sueco como o francês morreriam na F1. Peterson no G.P. da Itália de 1978 e Depailler num teste privado em Hockenheim, na Alemanha, em 1980.