terça-feira, 31 de maio de 2011

Mosaico dos acidentes de Perez, Rosberg e Petrov em Mônaco



Interessante mosaico comparativo dos acidentes de Sergio Perez, Nico Rosberg e Vitaly Petrov, na saída do túnel durante os treinos do G.P. de Mônaco. Muita especulação sobre o que provocou esses acidentes quase idênticos, alguns acreditam que foi por causa da extrema aerodinâmica dos carros da F1 atual, tese defendida por Fernando Alonso, e outros responsabilizam os pneus Pirelli. Certo mesmo é que Perez deu uma exagerada na curva e a fez muito aberta, pegando a parte suja da pista e perdendo o controle do Sauber. O mexicano deu sorte em não se ferir gravemente no choque com o softwall, mas sorte mesmo deu Rosberg que não o atingiu por um triz, em um acidente que poderia ter sido de sérias proporções.

A entrevista de Hamilton para a BBC após o G.P. de Mônaco



Após o G.P. de Mônaco, Lewis Hamilton deu uma entrevista polêmica para a BBC em que fala mal dos comissários de pista, de Massa e de Maldonado, levantando uma suspeita de que é perseguido pelos fiscais por uma questão racial. Já omiti opinião a respeito disso no post passado, mas o interessante é que horas depois da entrevista, orientado evidentemente pela McLaren, Hamilton pediu desculpas dizendo que estava nervoso e brincando. Claro, se não o fizesse, seria punido pela FIA, então esse "arrependimento" foi, digamos, bastante conveniente...

domingo, 29 de maio de 2011

Em corrida emocionante, Vettel triunfa em Mônaco

Sebastian Vettel comemora sua quinta vitória em 2011 e
primeira em Mônaco, depois de uma longa disputa
com Fernando Alonso e Jenson Button

Quando foi anunciado em 1929 que um "Grand Prix" seria organizado pela primeira vez  em Mônaco, a revista especializada Autocar fez o seguinte comentário : "A audácia chega a limites incríveis em certos locais da Europa. Por exemplo, essa idéia de um Grande Prêmio em Mônaco, um Principado que, além de não ter uma só rua suficientemente grande, não é senão uma estreita faixa de terra, caindo abruptamante sobre o mar. Que eles fiquem com o cassino e deixem as corridas para os outros". Não deve ter demorado muito, para a revista ter se arrependido do que disse. Com o passar do anos, Monte Carlo não só virou sinônimo de cassino como também de corrida de carros, sendo esta uma extraordinária divulgação desse minúsculo e charmoso Principado. Mais de 80 anos depois é impossível imaginar o G.P. de Mônaco fora do calendário da F1, principalmente depois dessa edição de 2011, sem dúvida uma das mais sensacionais das últimas décadas.


Vettel e Alonso foram brilhantes, mas a bandeira vermelha no
final da prova favoreceu o alemão. Será que sem
ela o resultado seria diferente ?

A corrida teve todos os ingredientes que a tornam inesquecível : disputas, ultrapassagens, acidentes, polêmicas, excepcionais atuações de meia duzia de grandes pilotos e indecisão até o instante final. O único "porém" que se pode dizer foi a entrada da bandeira vermelha há poucas voltas do final, que privou o público de um final ainda mais espetacular.

Um final que teve pela quinta vez em seis corridas em 2011, Sebastian Vettel como vencedor. O alemão teve mais uma atuação perfeita, mas pelo menos desta vez dois pilotos tiveram atuações iguais e poderiam ter também vencido com todos os méritos : Fernando Alonso e Jenson Button. As circunstâncias acabaram por favorecer o alemão, mas o mundo de qualquer maneira assistiu uma grande exibição desses três pilotos e não é todo dia que no pódium se faz justiça aos melhores. Desta vez, Monte Carlo fez.

A corrida




Com o acidente no treino de sábado, Sergio Perez ficou de repouso no hospital e não participou da corrida. Uma pena. Sem dúvida seria mais uma atração, mas o público nem teve tempo de lamentar a ausência do destemido mexicano. Na largada, Schumacher, que largou em 5º, ficou praticamente parado (video acima) e obrigou Rosberg, que estava imediatamente atrás, a uma manobra impressionante, colocando sua Mercedes entre o guard-rail e o carro de Schumacher, pulando de 7º para o 5º lugar. Hamilton que esperava passar vários adversários na largada depois de sair em 9º, acabou se atrapalhando e foi superado por Petrov. Como passou Schumacher, ficou na mesma, em 9ª lugar, até que aconteceu o  momento que parece ter causado um descontrole no inglês.

Na largada, Vettel manteve a ponta, enquanto
  que Rosberg fez grande manobra evitando
bater na Mercedes de Schumacher

Quando os carros se aproximaram da Loews ( hoje, curva do Hotel ) Schumacher numa manobra ousada colocou sua Mercedes por dentro da curva, surpreendendo Hamilton, que nunca esperava ser atacado naquele ponto. O inglês ficou completamente sem ação, e para justificar a "distração" disse a equipe que estava com problemas nos pneus. Evidentemente, dentro do seu espírito egocêntrico, Hamilton não iria facilmente admitir o erro e para mudar rapidamente essa situação teria que passar o alemão o quanto antes. Fato que não tardaria.



Com a primeira volta completada o líder era Vettel que já abria dos demais. Depois vinham, Button, Alonso que ultrapassou Webber na largada, o australiano, Rosberg, Massa, Maldonado, Petrov, Schumacher, Hamilton e os demais. Durante as 10 primeiras voltas, os pilotos mantiveram essas posições, até que Hamilton ultrapassou Schumacher (video acima) numa manobra excelente na Saint Devote, no único momento feliz do inglês na corrida toda. Os carros da Mercedes, inexplicavelmente, se arrastavam na pista com os pneus já desgastados. Na curva do Tabac, Massa passou Rosberg e logo depois Maldonado fez o mesmo. Não restou outra alternativa para a equipe alemã senão chamar seus pilotos para a 1ª parada, mas a corrida estava irremediavelmente perdida.



Quando parecia que Vettel teria mais uma vitória tranquila, aconteceu o inesperado na 1ª troca de pneus. A Red Bull se atrapalhou e devolveu o alemão para a 2ª colocação, com Button agora liderando, e Alonso em 3º, bem próximo de Vettel. Esses três começaram a abrir dos demais e a briga pela vitória estava restrita agora ao trio. Foi por volta da 30ª volta que a corrida começou a ser decidida tanto lá na frente quanto no pelotão intermediário quando Hamilton começou a apelar. O inglês vinha atrás de Massa numa disputa pela 9ª posição, quando fez a primeira pixotada do dia. Sem saber como passar a Ferrari, resolveu imitar a ultrapassagem que levou de Schumacher e tentou o mesmo com a brasileiro (video acima). Só que ao contrário dele, Massa percebeu a manobra e fez a tangência normal até ser atingido por Hamilton que literalmente atropelou o brasileiro

Massa com a Ferrari destruída depois de bater dentro
do túnel após disputa com Lewis Hamilton

O inglês saiu "empurrando" Massa, danificando o aerofólio da Ferrari. Logo depois, na curva do túnel, Massa sem o apoio aerodinâmico acabou sendo ultrapassado por Hamilton e pior, entrou na parte suja da pista, perdendo o controle do carro e batendo no guard-rail. Foi nesse momento que apareceu a primeira bandeira amarela. Button e Alonso pararam para uma 2ª troca de pneus, enquanto que Vettel não, preferiu manter os pneus macios, o que lhe devolveu a liderança da corrida. Nessa troca a McLaren deu uma bobeada. Estava liderando com Button, que aumentava a cada volta a diferença para Vettel. Parar para que ? Nesse instante, a McLaren começava a perder a corrida. Com a liderança recuperada, a Red Bull passaria a dar as cartas.

Vettel, Alonso e Button protagonizaram um duelo sensacional,
que infelizmente foi interrompido com o surgimento da
bandeira vermelha, após o acidente de Petrov

Hamiltou acabou punido e recebeu um drive-trought enquanto que Button começava a pressionar Vettel. O alemão tinha largado como todo mundo, exceto Hamilton, com pneus "super macios". Na sua 1ª troca, tinha colocado os "macios". Já Button tinha usado dois jogos de "super macios", o que o obrigava a fazer pelo menos mais uma parada para colocar os "macios", como diz o regulamento. Foi o que fez na 47ª volta, cedendo a 2ª posição para Alonso que vinha numa combinação "super macios"-"macios"-"super macios". Enquanto isso na liderança, Vettel deixava claro que não iria parar mais, o que parecia ser uma temeridade. Rapidamente, Alonso se aproximava de Vettel, enquanto que, ao mesmo tempo, Button se aproximava de Alonso. Os três com três táticas diferentes : Vettel com uma parada nos boxes, Alonso com duas e Button com três. Tudo indicava um final de corrida eletrizante até que a bandeira amarela resolveu aparecer novamente...



Na 68ª volta, a dez do final, os três líderes chegavam para dar uma volta em um bolo  de carros formados por  Di Resta, Maldonado, Petrov, Hamilton ( ele mesmo, quase uma volta atrás ), Alguersuari, Buemi e Rosberg. 10 carros juntos não podia dar boa coisa e não deu mesmo... O 1º ato da confusão (video acima) foi que ao levar uma ultrapassagem de Maldonado, Di Resta entrou na parte suja da pista e foi bater no guard-rail na Tabac, furando um pneu. Com o carro descontrolado, Di Resta passou por cima da zebra na primeira chincana do "esse" da piscina, o que obrigou Hamilton a dar uma freada. Alguersuari que vinha atrás não conseguiu parar a tempo e bateu na traseira do McLaren indo de encontro ao guard-rail. Petrov, que vinha colado atrás, também não conseguiu frear e bateu mais forte ainda também no guard-rail. Miraculosamente, os três líderes passaram como se nada tivesse acontecido, mas a corrida ficaria totalmente comprometida.


Petrov é atendido dentro do carro após bater no guard-rail.
Indiretamente este acidente acabou facilitando a vitória
de Vettel que era ameaçado por Alonso e Button

A principío parecia apenas uma questão de retirarem os carros destruídos para ser dada uma nova largada, mas Petrov se machucara na batida o que obrigou a uma ambulância entrar na pista. Foram três voltas em bandeira amarela até que a direção da prova decidiu interrompeu a corrida com uma bandeira vermelha para poder atender o russo com mais precisão. Nesse momento, como diz o regulamento, todos os carros podem ser reparados, o que ajudou Hamilton, que teve o aerofólio danificado no choque com Alguersuari, e também Vettel que pode colocar um novo jogo de pneus. Alonso aproveitou para trocar de pneus e com todos devidamente "calçados" a corrida perdera o ato final do que iria acontecer com os três primeiros disputando a liderança com três estratégias diferentes. Uma pena.


Alonso fez uma corrida extraordinária e poderia ter vencido.
Para o espanhol, a bandeira vermelha favoreceu Vettel, mas
que é impossível afirmar que ele deixou de ganhar por isso

Justo ou não, esse regulamento é muito antigo. Me lembro que no G.P. da França de 1981, Nelson Piquet liderava tranquilamante a corrida com seu Brabham com pneus Goodyear quando há poucas voltas do final um temporal desabou sobre a pista. Bandeira vermelha e só foi dada uma nova largada quando a pista secou. O segundo colocado, Alain Prost, da Renault, tinha pneus Michelin que possuia um tipo de pneu que durava poucas voltas (como era o caso naquele momento) e que a Goodyear não tinha... Conclusão : foi dada uma nova lagada e Piquet ficou para trás, perdendo a liderança não só para Prost, como a 2ª colocação para John Watson, da McLaren, que tinha também pneus Michelin. Injusto a meu ver, mas é um regulamento antigo, e como é raro uma corrida ser interrompida por bandeira vermelha, não é um assunto lá muito discutido.

Button aguarda dentro do carro o reinício da corrida. Assim como
Alonso, o inglês poderia ter perfeitamente ganho a prova e
dos três é o que tinha os pneus em melhor estado


Como trocar os pneus é legal, deveriam dar a prova como encerrada, mas como estamos em Mônaco, talvez achassem que não seria conveniente terminar a corrida atrás do pace-car, então uma nova largada foi autorizada. De fato, nada mudou entre os três primeiros que mantiveram as colocações até a bandeirada final. Mas lá atrás não foi bem assim e não é que Hamilton "aprontou" de novo ? O inglês estava em sétimo, pressionando um excelente Maldonado, quando resolveu usar a tática do "ou deixa passar ou batemos os dois". Maldonado não aliviou e os dois bateram na Saint Devote. O venezuelano levou a pior e acabou destruindo seu Williams no muro de pneus, enquanto que o inglês saiu intacto da manobra "kamikase". Acabou penalizado novamente pelos comissários  só que agora no tempo ( 20 segundos ) porque a corrida estava no fim, o que não mudou a sua posição, já que o 7º colocado estava uma volta atrás. O "crime" compensa...


Depois de uma corrida conturbada, Vettel recebe a bandeirada.
A corrida poderia ter acabado na bandeira vermelha, mas
a direção de prova achou melhor recomeçar o GP.

Fecharam na zona de pontos : Webber, em quarto, que não repetiu a atuação do ano passado, quando venceu a prova. Kobayashi, em 5º, novamente excelente, que só perdeu a 4ª posição no final e que foi, junto com Maldonado,  o melhor piloto da prova, fora os três primeiros. Hamilton, em 6º, e atrás do inglês Sutil, Heidfeld, Barrichello e Buemi. O brasileiro marcando os primeiros pontos para a Williams no ano nem comemorou muito, já que todas as atenções estavam voltadas para Maldonado que estava quatro posições à frente quando foi alijado da prova por Hamilton.

O pódium fez justiça aos três melhores pilotos da corrida.
Com três estratégias diferentes de pneus, no final 
pouco mais de 1 segundo os separavam

No final da corrida, duas polêmicas entraram em discussão : quem seria o vencedor se a corrida não tivesse sido interrompida e o comportamento na pista e fora dela de Lewis Hamilton.

Quanto a primeira questão, tenho a impressão que a Red Bull fez uma aposta. Com uma parada era certo que Vettel seria o líder e que Button e Alonso, com pneus em melhor estado, iriam pressionar o alemão. Mas os austríacos apostaram que eles não estariam tão rápidos para fazê-lo com segurança. Ultrapassagem em Mônaco é sempre um risco, pela liderança então beira o suicídio. Como Alonso e Button não são pilotos de forçaram ultrapassagens, a Red Bull achou que a melhor chance de vencer era fazer mesmo uma parada, já que a McLaren estava rapidíssima. O resto era contar com o talento de Vettel. 


Para a estrátégia da Red Bull dar certo, Vettel não poderia
cometer nenhum erro para poder suportar a pressão
de Alonso e Button. E o alemão foi impecável.

Mas mesmo com os pneus em mal estado, o alemão esteve perfeito como sempre e não cometeu erro algum, não dando a menor chance para que Alonso ou Button tentassem passá-lo. Se a corrida não fosse interrompida, acho que Vettel só deixaria de vencê-la se batesse ou se cometesse um erro que fosse suficientemente grande para que Alonso o superasse. Já o inglês só venceria se os dois batessem. Quando acabou a corrida, Alonso e Button admitiram que tentar passar Vettel seria uma forçação de barra. A Red Bull apostou que tanto o piloto da McLaren com o piloto da Ferrari seriam éticos o suficiente, para não passarem na "marra". Uma aposta mais do que correta.  Mas se o piloto fosse Lewis Hamilton talvez a Red Bull tivesse que rever a sua tática...


A Red Bull sabia que seria díficil para Alonso e Button
passarem Vettel. Mas para isso apostaram que
nenhum dos dois fariam uma manobra
suicída para obter a liderança

Assim que acabou a corrida, o inglês deu uma entrevista acusando os fiscais de pista de o perseguirem "talvez por eu ser preto". Depois chamou Massa e Maldonado de "ridículos e idiotas". Em primeiro lugar, Hamilton se esqueceu que Di Resta foi também punido pelos fiscais, numa tentativa de ultrapassagem  a Alguersuari, idêntica a que ele, Hamilton, fez com Massa, e que aconteceu antes de seu acidente, na mesma curva Loews. Agora, por acaso, Di Resta é negro ? Outra, nunca vi Hamilton engajado em nenhuma campanha contra a discriminação racial, então sua declaração foi completamente oportunista, desnecessária e imprópria. Tanto a tentativa de ultrapassagem sobre Massa como Maldonado foram duas manobras de "intimidação" do inglês, ou seja, quando Hamilton não conseguiu ultrapassar,  resolveu apelar, buscando passar de qualquer maneira, intimando o adversário a deixar passar, para não baterem os dois.


Hamilton gosta de bancar o "coitadinho", mas em toda a sua
carreira na F1 só pilotou McLaren, enquanto que Alonso
começou na Minardi, Vettel na Toro Rosso...

Já faz muito tempo, e nós já postamos aqui no GPW vários comentários  a respeito disso, que Hamilton tem uma postura completamente anti-ética e desrespeitosa em relação aos seus companheiros de profissão. Busca sempre desqualificar Vettel, dizendo que ele só vence por ter um carro muito melhor que o dele. Diz que é o único piloto que pode desafiar o mesmo Vettel este ano, ignorando totalmente Jenson Button, que tem o mesmo carro que ele e frequentemente trata com deboche qualquer piloto que "ouse" impedir uma tentativa de ultrapassagem sua, como Massa e Maldonado (video abaixo) fizeram agora em Mônaco.



Se faz de vítima constantemente e sempre que pode usa esse papinho de discriminação, esquecendo que são poucos os pilotos que tem o privilégio de entrar na F1 pela McLaren, como aconteceu com ele em 2007. É bom lembrar que Fernando Alonso começou na Minardi, Vettel  na Toro Rosso ( e venceu uma corrida lá... ), isso para não falar de Piquet na Ensign, Senna na Toleman, Schumacher na Jordan, e por aí vai...

Hamilton menospreza Vettel, mas o
alemão segue vencendo. Será
que o inglês esquece que Vettel
venceu até com um Toro Rosso ?
Privilégio é o que tem tido Hamilton até agora na F1 já que ele  só pilotou McLaren. É um grande piloto, mas que ainda não está no mesmo nível dos melhores como Alonso e Vettel. Frequentemente Hamilton gosta de se comparar a Senna, talvez na arrogância e na forma agressiva de pilotar ele seja parecido, mas na genialidade está ainda muito longe...

Por fim, uma grande corrida com pelo menos 5 atuações excelentes. Vettel, Alonso e Button estiveram impecáveis e qualquer um deles poderia ter vencido. Já Kobayashi e Maldonado estiveram quase no mesmo nível, se levarmos em conta, evidentemente, que eles não tem um carro a altura.

Após 82 anos de tradição, o G.P. de Mônaco parece mais forte do que nunca. "...que eles fiquem com o cassino e deixem as corridas para os outros" aconselhou a revista Autocar. Certamente hoje, o principado é muito mais conhecido mundialmente pelas corridas de F1 do que pelos cassinos...

O acidente de Petrov e Alguersuari hoje no G.P. de Mônaco



Um acidente envolvendo Paul Di Resta, Jaime Alguersuari e Vitaly Petrov provocou uma bandeira vermelha que interrompeu o G.P. de Mônaco a poucas voltas do final. Petrov acabou se ferindo com o choque frontal no guard-rail e foi levado ao hospital. Não foi divulgado ainda nenhuma nota a respeito do estado do piloto, mas a suspeita é que pode ter havido no máximo uma fratura na perna do russo.

Em nota divulgada agora a Renault informou que Petrov não teve nenhuma fratura, mas que o problema foi no tornozelo esquerdo e que o russo seguirá internado por precaução.

O acidente de Massa hoje no G.P. de Mônaco

sábado, 28 de maio de 2011

Em dia de acidente de Perez, Vettel larga na pole em Mônaco

Sergio Perez sofreu um grave acidente no final do Q3
que por sorte não teve maiores consequências
do que uma concussão cerebral.
Mexicano não corre amanhã.

Sebastian Vettel obteve hoje em Mônaco sua 5ª pole position no ano em 6 GPs disputados, sua 20ª pole na carreira e estabeleceu um novo recorde na pista de Monte Carlo, fazendo o tempo excepcional de 1'13"556. Mas o  acidente com o mexicano Sergio Perez acabou deixando tudo isso em segundo plano.

Faltavam pouco menos de 3 minutos para acabar o Q3 quando Perez perdeu o controle de sua Sauber após a saída do túnel. O carro guinou violentamente para à direita e atingiu com força o guard-rail,  deslizando em alta velocidade até bater em cheio no softwall que fica na saída do "esse". Logo ficou claro que o piloto estava inconsciente e todos imediatamente se lembraram de Karl Wendlinger, que bateu em 1994 no mesmo local, com o mesmo carro e que também desfaleceu com a pancada.


O socorro ao piloto mexicano interrompeu o treino por
quase 30 minutos, mas quando recomeçou
todos sabiam que Perez não corria
maiores riscos

Repetiu-se aquela angústia de não se saber qual é o real estado de um piloto após um grave acidente, até que depois de longos minutos chegou uma informação  que Perez tinha recobrado a consciência. Mais tarde, uma nota divulgada pela Sauber trouxe o alívio final :  "Sergio Perez sofreu uma concussão cerebral e uma entorse na coxa, mas que não foram encontradas fraturas, nem outras lesões." O piloto por uma questão de precaução, como é  de rotina nestes casos, vai passar a noite no hospital e está fora da corrida de amanhã.

O acidente de Perez despertou a F1 que parece viver, principalmente em Mônaco, uma espécie de conto de fadas, onde todos acham que tudo é lindo e maravilhoso, esquecendo, afinal, que o automobilismo é um esporte perigoso. Felizmente as consequências para Perez foram mínimas. É bom lembrar que a comparação com o acidente de Wendlinger terminou com o desmaio, porque o piloto austríaco correu sério risco de vida e ficou um bom tempo em estado de coma. Por fim, acabou sobrevivendo, mas teve sua carreira encerrada.

Depois do choque todos perceberam que Perez estava
desacordado. Por longos minutos muitas
pessoas imaginaram o pior...

A sorte de Perez é que mesmo tendo sofrido um acidente tão ou mais violento que Wendlinger, as consequências não foram as mesmas  devido a segurança dos carros da F1 atual e também por causa do softwall que amorteceu o impacto maior. No entanto o que deveria ser debatido é porque Perez perdeu o controle do carro e aí me parece estar uma questão que não tem sido muito discutida que são os pneus Pirelli. Desde que a FIA sugeriu para a marca não produzir compostos tão bons, era evidente que isso iria acarretar um bônus e um ônus. O bônus é que inegavelmente a disputa entre os pilotos ficou mais interessante com a diferença de desgaste de um composto de pneu para o outro, e o ônus, bem, o ônus estamos vendo agora em Mônaco...

Perez em Mirabeau um pouco antes
do acidente. Piloto mexicano era
junto com Maldonado a maior
sensação do treino
Foi só a F1 pousar em Monte Carlo que os problemas aconteceram. O Principado é a primeira pista realmente de rua na temporada ( Melbourne é um parque ) onde o desgaste e o pouco emborrachamento da pista tem sido críticos para os pneus de baixa qualidade da Pirelli. As consequências disso ? É que ocoreram dois acidentes feios nos treinos com Perez e Nico Rosberg ( este no treino da manhã  ) em que não houve nenhuma falha mecânica do carro e sim uma perda de controle dos pilotos. É lógico que Perez é arrojado ao extremo e pode ter exagerado ao abrir demais na curva, mas e Rosberg ?  É dos pilotos mais técnicos atuais, que raramente comete um erro. Não é "maluquinho" que nem Perez. Mesmo assim os acidentes foram idênticos (ver posts passados). Talvez um pneu mais "estável" pudesse ter evitado essas escapadas. Já faz um bom tempo que não ocorriam acidentes assustadores em Mônaco,  e agora num só dia, aconteceram dois. Coincidência ? Pode ser, mas que a FIA coloque as barbas de molho...

O acidente de Perez acabou, como dissemos, deixando todo o resto em segundo plano. Vettel acabou na pole quando muita gente achava que desta vez a Red Bull seria batida. A ameaça maior parecia vir de Lewis Hamilton, mas o inglês deu azar. Foi atrapalhado na primeira volta lançada do Q3 e deixou para decidir no final quando o acidente de Perez interrompeu o treino. Após a reaberta da pista conseguiu fazer apenas o 7º tempo, mas como cortou a chincana terminou punido e vai largar em 9º ( só não vai largar em 10º porque Perez está fora da corrida). Mas Hamilton com a arrogância que lhe é peculiar, disse que tinha certeza que seria o pole se não fosse os contratempos. Será ? A volta de Vettel foi fantástica e o alemão novamente tirou um coelho na cartola, fazendo um tempo que ninguém tinha conseguido em dois dias de treinos. Não ia ser nada fácil a tarefa do inglês, talvez um 2º lugar fosse mais provável.

Pela segunda vez consecutiva Pastor Maldonado se classifica
para o Q3. Já o seu companheiro na equipe Williams...

Quem deu razão a Hamilton foi Fernando Alonso que vai largar em quarto : “Hoje a McLaren estava muito rápida e eu acho que Hamilton provavelmente era o favorito a ficar com a pole. Não acho que o resultado do Q3 represente a ordem verdadeira, já que a bandeira vermelha atrapalhou os planos de muita gente. Para Hamilton foi muito ruim, enquanto deu tudo certo para a Red Bull, e nós ficamos na metade do caminho. Eu deveria ter dado duas voltas sem reabastecer, mas não consegui extrair o máximo dos pneus”.

Na frente do espanhol, além de Vettel, largam Jenson Button e Mark Webber. O inglês não escondia a satisfação por estar na 1ª fila, mesmo achando que poderia até ser o pole se não fosse a bandeira vermelha. Já Webber elogiou os tempos conquistados por Vettel e Button, destacando que o alemão tem uma "vantagem considerável" por largar na pole, mas não descartando a possibilidade de repetir a vitória do ano passado.


Quanto mais a frente você está no grid de largada em
Mônaco, mais chance você tem de fugir das confusôes.
Vettel, Button e Webber parecem respirar aliviados

Em 5º lugar,  atrás de Alonso, larga Michael Scumacher que igualou (Turquia 2010) o seu melhor resultado em treinos desde que voltou a F1 no ano passado : "Acho que me beneficiei um pouco das circunstâncias. Provavelmente, o sétimo posto seria mais realista". Ao lado do alemão sai Felipe Massa, não muito animado com sua posição na largada em um circuito como Mônaco e atrás do brasileiro Pastor Maldonado que pela segunda vez consecutiva passou para o Q3, novamente à frente de seu companheiro na equipe Williams, Rubens Barrichello.


Vettel é o maior favorito amanhã se não tivermos muitas
bandeiras amarelas. Mas se a corrida for acidentada
tudo é possível, até uma vitória de Hamilton.

O que acontecerá na corrida vai depender muito das bandeiras amarelas. Se tivermos uma corrida sem acidentes, Vettel é o maior favorito com Button e Alonso como maiores ameaças. Mas se tivermos uma corrida acidentada tudo é possível, até uma vitória de Hamilton, que sai em 9º. O inglês, inclusive, ganhou em 2008 depois de bater no "esse" da piscina e furar um pneu no início da corrida, caindo várias posições. O que o salvou foi uma bandeira amarela que o recolocou na disputa. Aliás, depois dos acidentes de Perez e Rosberg vamos torcer para que a "bruxa" não reapareça no domingo. Dá calafrios pensar naqueles pneus Pirelli se deteriorando em 78 voltas de corrida...

O acidente de Nico Rosberg na manhã de sábado em Mônaco



Nico Rosberg sofreu na manhã de hoje um acidente que poderia ter sido até pior do que aquele que ocorreu com Sergio Perez à tarde. Por muito pouco o alemão não atingiu o softwall em um ângulo e numa velocidade que poderiam lhe causar sérias consequências. Deu sorte. Como se pode notar, os acidentes foram bastante parecidos. Ambos os pilotos perderam o controle do carro que escorregou para à direita batendo no guard-rail e sendo ricocheteado em direção ao softwall. Só que um o atingiu e o outro não...

O acidente de Sergio Perez em Mônaco no Q3 de sábado



O piloto mexicano Sergio Perez sofreu um grave acidente hoje faltando 3 minutos para terminar o Q3. Perez perdeu o controle de sua Sauber na saída do túnel, o carro bateu no guard-rail direito e descontrolado foi se chocar com a proteção que fica na saída do "esse", mesmo local em que Karl Wendlinger, também com uma Sauber, bateu em 1994. O mexicano ficou desacordado alguns minutos mas depois recobrou a consciência. A equipe Sauber acabou de divulgar uma nota oficial que informa que Perez sofreu uma concussão cerebral e uma entorse na coxa, mas que não foram encontradas fraturas, nem outras lesões.

O mexicano escapou dessa. Merece, é um tremendo bota.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

"Grand Prix" ( 1966 ) As cenas de Mônaco



O filme "Grand Prix" produzido em 1966 por John Frankenheimer é o maior do gênero de corridas de automóvel junto com "Le Mans" de 1970 que foi estrelado por Steve McQueen. O filme de Frankenheimer revolucionou o modo que se faziam esses filmes, com câmaras no carros produzidos pela NASA que provocaram espanto em várias salas de cinemas no mundo todo. Esse trecho que mostramos aqui é o início do filme em que aparece o G.P. de Mônaco, que vale também como um documento histórico da pista na época.

Interessante perceber como o traçado de Mônaco foi modificado com o tempo. Entre 1929 e 1972 não houve praticamente nenhuma mudança significativa, e essas imagem do traçado de 1966 mostram como era a pista original, que podemos chamar de "Mônaco clássica". Em 1973, com o início da construção do Hotel Loews, o túnel foi triplicado de tamanho (reparem no filme como ele era bem mais curto), já que o Hotel ficou debruçado sobre o mar. A reforma de 1973 mudaria também todo o trecho após a curva da Tabacaria ( Tabac ). A pista "desceu" mais para o porto e surgiram as curvas do "s" da piscina e a La Rascasse, que é o nome de um restaurante inaugurado em 1972. Todo o setor que ficava depois da Tabac até a curva do Gasômetro virou a nova área dos boxes e foi desativado.

Tragicamente a chincana do porto, mesmo local da cena do
acidente no filme, foi cenário do desastre que matou
Lorenzo Bandini no ano seguinte, durante
o G.P. de Mônaco de 1967 ( foto )

Coincidentemente a chincana do Porto, local do acidente no filme dos pilotos fictícios Peter Aron (James Garner) e Scott Stoddard (Brian Bedford), seria marcada tragicamente por um acidente fatal no ano seguinte com o piloto da Ferrari, Lorenzo Bandini, durante o G.P de Mônaco de 1967. Bandini iria bater na barreira de feno, o carro capotaria e o piloto italiano morreria queimado. No filme, Garner cai na água...

Em 1986 devido a absurda velocidade que era atingida no local, a chincana foi substituída  por um "s", e a pista ganhou o seu local preferido para ultrapassagem, talvez o único...

The 60's ( VIII ) G.P. de Mônaco de 1968


Graham Hill entra na curva Portier com seu Lotus 49B no G.P. de Mônaco de 1968, prova que venceria. Seria a 2ª vitória seguida do piloto inglês na temporada e a 4ª no Principado ( Ele ganharia a 5ª em 1969, recorde que só seria batido por Ayrton Senna em 1993 ). A morte de Jim Clark em 7 de abril de 1968 levou Hill a ser o principal piloto da Lotus. Com três vitórias no ano (além de Mônaco, venceu na Espanha e no México) o inglês conquistaria o seu 2º título mundial. Essa curva Portier foi onde Senna bateu em 1988 quando liderava com facilidade, o que o impediu de conquistar 7 vitórias consecutivas em Monte Carlo já que ele triunfou em 1987 e de 1989 à 1993.

Foto : Rainer Schlegelmilch

Grandes Duelos ( VI ) Brabham x Rindt - Mônaco 1970



Para quem assistiu pela TV ao vivo ou estava lá, as últimas voltas do G.P. de Mônaco de 1970 são considerados um dos momentos mais espetaculares do esporte. Muitos que acompanharam aquelas voltas relatam que viram a maior exibição de um piloto a bordo de um carro de F1 em todos os tempos. O austríaco Jochen Rindt tinha se qualificado apenas em 8º lugar no grid de largada com seu velho Lotus 49C e parecia irremediavelmente fora da disputa pela liderança quando na 27ª volta de um total de 80, era ainda apenas o sexto colocado. Mas Rindt foi rapidamente subindo de posição tanto por quebras dos adversários como por ultrapassagens, até que na volta de número 60, era o 2º atrás apenas de Jack Brabham, faltando 20 voltas para o final.

Jochen Rindt no pódium com a família Real e uma
muito jovem Princesa Stephanie. Para muitos
a maior exibição de um piloto na história da F1
A diferença entre os dois era de 15 segundos, uma eternidade para um circuito de rua como Mônaco, mas mesmo assim Rindt foi a caça do australiano e dez voltas depois a diferença caiu para 12 segundos. Se em 10 voltas Rindt conseguiu descontar apenas 3 segundos, parecia impossível o austríaco tirar 12 segundos nas 10 últimas voltas, mas foi o que ele fez. Pilotando de uma forma inacreditável, saindo de lado em todas as curvas, Rindt conseguiu colar em Brabham na última volta. Mesmo assim parecia que o australiano ia ganhar a prova, até que aconteceu o último ato de uma batalha épica. Preocupado com a aproximação de Rindt, Brabham vê a sua frente o De Tomaso de Piers Courage e resolve fazer bem por dentro a curva do Gasômetro, a última antes da bandeirada. Mas Brabham trava os pneus, sai reto e bate na proteção de feno ao mesmo tempo em que Rindt o ultrapassa e ganha a corrida no instante final.

Rindt após a corrida confessaria que jamais havia pilotado tão rápido como aquele dia e esperava nunca mais ter que fazê-lo. O austríaco depois teria em suas mãos o sensacional Lotus 72 e venceria quatro corridas consecutivas até morrer nos treinos para o G.P. da Itália, apenas 4 meses depois da vitória de Mônaco, o que não o impediu de ser campeão póstumo tal a vantagem de pontos que tinha sobre Jacky Ickx, da Ferrari, que era  o segundo colocado.



Neste outro vídeo podemos ver o pódium desse G.P. de Mônaco e a bagunça generalizada que aconteceu. Primeiro percebe-se que Rindt chama sua mulher, Nina, para ficar ao  seu lado. Pela reação do austríaco dá para notar que os policiais franceses não permitem e o próprio Rindt vai buscá-la empurrando todo mundo. Depois a própria polícia faz um cordão de isolamento, "isolando" justamente Nina e Rindt que rí da situação. É preciso que Colin Chapman interfira e avise que o vencedor ficou para trás... Para piorar a situação um furioso Chapman quase parte para as vias de fato com um policial e acaba sem querer atingindo as costas de Rindt que leva um tranco e não entende nada. Para terminar foi tocado o hino britânico ( para a Lotus ) primeiro que o austríaco, e Rindt é chamado de volta para o pódium no qual aparece a princesa Stephanie, ainda uma inofensiva criança.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

The 70's ( IX ) G.P. de Mônaco de 1972


O G.P. de Mônaco de 1972 foi o primeiro disputado no Principado com chuva do início ao fim, fato que só seria repetido em 1984 e 1997. A prova marcou a primeira ( e única ) vitória de Jean Pierre Beltoise na F1 e a última da equipe BRM. Na foto vemos Emerson Fittipaldi com a linda Lotus 72D, que chegaria em 3º lugar, no ano em que o brasileiro obteria seu 1º título na F1. Na imagem vemos o "Rato" passando no trecho que  era conhecido como a "curva da estação", já que  lá existia uma estação de trem até meados dos anos 60.  Em 1975 foi construido o Hotel Loews, que daria o nome a curva durante muitos anos. Hoje, após três mudanças na rede hoteleira, o local é conhecido simplesmente como curva do hotel.

Foto : Rainer Schlegelmilch

26/05/1955 - Morte de Alberto Ascari completa 56 anos

Alberto Ascari : a sorte que o protegeu em um acidente
 em Mônaco em 22 de maio de 1955,  o abandonou
quatro dias depois em Monza

No dia 22 de maio de 1955, o Lancia de Alberto Ascari mergulhava no Mediterrâneo. O italiano, bicampeão da F1 em 1952 e 1953, disputava o G.P. de Mônaco e estava em 2º lugar quando perdeu o controle do carro e atravessou as cercas de proteção na chincana do porto, caindo no mar. Ascari foi retirado da água com pequenas escoriações, mas nada que o impedisse de voltar rapidamente as pistas. Quatro dias depois foi a Monza assistir o seu amigo Eugênio Castellotti testar uma Ferrari 750 para uma corrida de carros sport em que os dois fariam dupla. Ascari não levou o capacete e não estava nos planos de ninguém que ele fosse testar o carro também naquele dia. Mas o italiano tinha outros planos, queria provar para si mesmo que o acidente de Mônaco não passou de um susto e que quando mais rápido ele pudesse voltar para um carro de corridas seria melhor, para que o medo não tomasse conta. Ascari pegou o capacete de Castellotti e partiu... para não voltar.

O Lancia de Ascari é içado no porto de
Mônaco : o piloto quis voltar a correr
o mais rápido possível para superar
o trauma deste acidente

Na curva Vialone ( hoje chincana Ascari ), a Ferrari saiu da pista, capotando várias vezes. O piloto foi jogado para fora do carro,  morrendo quase imediatamente aos 36 anos, mesma idade em que seu pai, Antônio Ascari, um dos maiores pilotos do período entre guerras, morreu também em um acidente durante o G.P. da França de 1925.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Grandes Duelos ( V ) Senna x Mansell - Mônaco 1992



Um dos finais mais espetaculares já vistos em uma pista de corridas, e logo em Mônaco ! Nigel Mansell havia vencido as cinco primeiras corridas da temporada de 1992 e liderava a sexta, no Principado, com facilidade, quando à 8 voltas do final ele para nos boxes por causa de um furo num pneu. Mansell volta em segundo, muito atrás de Ayrton Senna, da McLaren Honda, que passa a ser o líder. Começa aí uma perseguição alucinante do inglês que quer alcançar o brasileiro de qualquer maneira. Para Mansell seria a primeira vitória em Mônaco e para Senna, a quinta, sendo a quarta seguida. O público presente assiste uma batalha épica que termina com a vitória do brasileiro que numa atuação antológica conseguiu derrotar, contra todos os prognósticos, um dos maiores carros de todos os tempos : o Williams Renault FW14B.

The 50's ( VI ) G.P. de Mônaco de 1959


Foto clássica da largada do G.P. de Mônaco de 1959. Jean Behra (Ferrari) toma a ponta na curva do Gasômetro, sendo seguido por Stirling Moss (Cooper) e Jack Brabham (Cooper). Behra lideraria durante 27 voltas até abandonar com problema nos freios. Brabham terminaria obtendo sua 1ª vitória na F1 e no final do ano seria o campeão, o primeiro com um carro de motor traseiro na história. Esta curva acabou com a reforma de 1973, que modificou toda a pista após a curva Tabac. Antigamente os carros passavam por detrás da reta principal, que terminaria justamente no Gasômetro. Em 1973, os boxes foram instalados nesse trecho e a pista "desceu" para mais perto do porto, sendo construídos os esses da piscina e a curva La Rascasse.

Posters ( XI ) G.P. de Mônaco de 1955


O G.P. de Mônaco de 1955 foi o segundo GP corrido nas ruas de Monte Carlo que valeu para o Mundial de F1 depois da prova de 1950. A corrida foi vencida pelo francês Maurice Trintignant com uma Ferrari. A equipe italiana depois desse triunfo passaria a sofrer um longo jejum sem vitórias no  Principado, que só seria quebrado 20 anos depois, em 1975, por Niki Lauda. Essa corrida de 1955 entraria na história por causa do acidente com o italiano Alberto Ascari, bicampeão da F1 em 1952 e 1953, que perdeu o controle de sua Lancia na entrada do porto. O carro atravessou as barreiras e caiu no Mediterrâneo. Ascari foi retirado do mar sem qualquer ferimento e o carro só foi içado na noite de domingo. O italiano, no entanto, não sobreviveria a um outro acidente quatro dias depois quando testava uma Ferrari Sport em Monza.

terça-feira, 24 de maio de 2011

G.P. de Mônaco de 1984 - BBC ( íntegra )



Íntegra do G.P. de Mônaco de 1984 com transmissão da BBC. A narração é de Murray Walker e os comentários do campeão mundial de F1 de 1976, James Hunt. A corrida é dividida em 8 partes no youtube, sendo que a de cima é a primeira. Como vocês podem ver durante a transmissão, dois pilotos foram geniais em Monte Carlo : Ayrton Senna, da Toleman, e o alemão Stefan Bellof, da Tyrrell. Os dois largaram muito atrás, Senna em 14º e Bellof em 20º, e foram passando todo mundo.  Todos se lembram que Senna estava alcançando o líder Alain Prost quando a corrida foi interrompida, mas poucos se lembram que, ao mesmo tempo, Bellof alcançava Senna ! Assim que passou Rene Arnoux, Bellof ficou em 3º lugar  e durante as últimas quatro voltas da corrida ele tirou 3 segundos e meio de diferença para o brasileiro. Quando a corrida foi interrompida, Prost tinha 7 segundos de vantagem sobre Senna, que tinha 13 segundos de vantagem sobre Bellof, faltando ainda quase 1 hora de prova. O que iria acontecer ? Ninguém sabe, Jacky Ickx resolveu acabar a corrida antes.

Nas últimas quatro voltas do G.P. de Mônaco de 1984, Bellof
foi mais rápido que Senna em todas, tirando 3 segundos
e meio de diferença, até que a corrida foi interrompida

Bellof  ficou tão decepcionado com a interrupção da corrida que nem foi ao pódium. Felizmente a história fez justiça com Senna, mas o mesmo não foi feito com Bellof.  A atuação do brasileiro foi bastante celebrada , mas a do alemão, não se sabe porque, não foi colocada no mesmo nível e Senna acabou ficando com todas as glórias.   Infelizmente, Bellof morreria no ano seguinte em um acidente nos 1.000 Kms de Spa, antes de colocar seu nome na história da F1. Muitos consideram o alemão o maior talento perdido no automobilismo. Mônaco 84 é a maior prova disso.

The 50's ( V ) G.P. de Mônaco de 1950


Já que estamos na semana do G.P. de Mônaco, vamos postar uma série de imagens e videos dessa  prova tradicionalíssima. Para começar uma foto da chegada do G.P. de Mônaco de 1950 que significou a 1ª vitória na F1 do argentino Juan Manuel Fangio, da Alfa Romeo. Essa foi a segunda corrida da história da F1 que tinha começado 1 semana antes com o G.P. da Inglaterra, em Silverstone. Reparem como eram modestas na época as instalações da cronometragem, e olha que estamos em Mônaco...  No fundo da imagem, os números com as colocações dos três primeiros :  34 (Fangio) ,  40 (Alberto Ascari) e 48 (Louis Chiron) e o número de voltas completadas ( 99 ) das 100 previstas.

domingo, 22 de maio de 2011

Vettel suporta pressão de Hamilton e vence na Espanha

Sebastian Vettel conseguiu suportar a enorme pressão
de Lewis Hamilton e ganhou sua quarta corrida
em 2011 em Barcelona

Durante as primeiras 18 voltas do G.P. da Espanha parecia que a F1 estava assistindo uma nova ordem. Fernando Alonso deu uma largada sensacional e pulou da 4ª para a 1ª posição, liderando o pelotão e sendo terrivelmente pressionado pela Red Bull e pela McLaren que não conseguiam, contudo, tomar a liderança do espanhol. Finalmente a Ferrari era o foco das atenções de todos no mundial de F1 de 2011, mas havia algo de estranho no ar. A melhor definição veio do próprio Alonso que falou após a corrida : " Aquela não era a nossa posição ( primeiro ) , não deveríamos estar lá, então o que aconteceu foi que desgastamos muito rápido os pneus macios e ficamos boa parte da corrida com os duros e então...". O "então" do espanhol é que ele acabou em um distante 5º lugar, simplesmente uma volta atrás dos pilotos da Red Bull e da McLaren. O que parecia ser uma corrida dos sonhos para a Ferrari, acabou em desastre.

No pódium a alegria dos dois melhores pilotos da corrida :
Vettel e Hamilton. Já Button  não entra nessa lista
pois fez uma largada vergonhosa

Quem tem todos os motivos para comemorar é Sebastian Vettel que resistiu a pressão de Lewis Hamilton na 2ª metade da prova e venceu sua quarta corrida das cinco que já foram disputadas em 2011. É o mais espetacular início de temporada desde 2004, quando Michael Schumacher venceu as 5 primeiras corridas do ano. Em 2009, Jenson Button venceu também quatro das cinco primeiras, mas em uma delas ( na Malásia ) foi computada apenas a metade dos pontos, já que a corrida foi interrompida bem antes do final devido as fortes chuvas. De qualquer maneira, vencer 4 vezes em 5 no início do Mundial não é algo que aconteça todo dia. Em 62 Mundiais isso ocorreu 15 vezes, sendo que apenas 9 nos últimos 46 anos.

A corrida




Com Mark Webber largando na pole ao lado de Vettel, todos imaginavam uma repetição das disputas do ano passado entre os pilotos da Red Bull para ver quem chegava na primeira curva na liderança. E de fato a disputa ocorreu, só que nenhum dos dois chegou lá primeiro. Webber ficou tão preocupado em se defender de Vettel que se esqueceu de Alonso. Este largando em quarto, deu um "chega pra lá" em Hamilton ( ver video ), e se colocou na parte interna da reta. Ao perceber que Webber deixou um buraco do lado direito se enfiou nele e tomou a ponta de forma brilhante. O australiano, atrapalhado pela própria indecisão, foi obrigado a freiar e perdeu também a 2ª posição para Vettel, caindo para o 3º lugar. Pior que Webber só mesmo Button que da 4ª posição no grid conseguiu terminar a primeira volta em décimo.


Preocupado em se defender de Vettel, Webber perdeu na 
largada não só a liderança para Alonso como
o 2º lugar para o próprio Vettel

Alonso, Vettel, Webber e Hamilton logo começaram a abrir dos demais e ficou claro que a disputa pela vitória ficaria entre eles. Ficou claro também que Alonso estava fazendo um esforço absurdo para segurar a ponta e o espanhol passou a andar num ritmo mais lento, mas que não era suficiente para Vettel conseguir uma ultrapassagem, devido ao eternos problemas aerodinâmicos causados pelo traçado do circuito de Barcelona. Com as primeiras paradas nos boxes na altura da 10ª volta, Hamilton conseguiu superar Webber e subiu para 3º. Alonso continuou na ponta mas por pouco tempo. Pouco mais de 10 voltas depois, Vettel antecipou a parada enquanto que Hamilton retardou-a ao máximo. Já percebendo que Alonso não conseguiria acompanhar Vettel e Hamilton, a Ferrari decidiu que o espanhol deveria "marcar" Webber e repetir o que o australiano fazia. Começou aí o desastre final que faria Alonso terminar a corrida uma volta atrás dos líderes.

Alonso deu a melhor largada do ano pulando de 4º para 1º.
Em compensação Button arruinou qualquer
possibilidade de vitória caindo de 5º para 10º.

Enquanto isso Vettel e Hamilton disparavam na ponta e a disputa pela vitória  se restringiria aos dois. O alemão, sem poder usar a asa móvel por ser o líder e com nítidos problemas no Kers, parecia ser um alvo fácil para o inglês, mas não foi o que aconteceu. Em primeiro lugar, Vettel fez uma corrida impecável sem cometer um único erro, não dando nenhuma oportunidade para Hamilton tentar a ultrapassagem. O segundo fator foi novamente o desastroso traçado de Barcelona, que mesmo possuindo uma das maiores retas da F1 não permite que uma simples ultrapassagem seja feita com segurança. Como o Red Bull era mais rápido na curva anterior a reta dos boxes, Hamilton nunca conseguia chegar perto o suficiente do alemão para buscar o seu vácuo. Quando se aproximava, a reta acabava e foi assim que foram disputadas as últimas 20 voltas. No final, quarta vitória de Vettel no ano, que foi seguido por Hamilton, Button e Webber, os únicos que terminaram na mesma volta do líder, e mais atrás ( bem atrás ) Alonso, Schumacher, Heidfeld, Rosberg, Perez e Kobayashi, fechando a zona dos pontos. 

Hamilton não conseguia se aproximar de Vettel na
reta para tentar a ultrapassagem. Quando
conseguia ( foto ) a reta acabava...

Na coletiva de imprensa após a corrida, Vettel não escondia a satisfação pela vitória mais dura que teve até agora na temporada : “Foi muito difícil e apertado, mas ainda bem que consegui um bom desempenho no último setor nas últimas duas voltas, o suficiente para manter a liderança. O Kers funcionava às vezes, por isso não foi fácil. Lewis dificultou muito a nossa vida. Foi um grande alívio entrar na reta dos boxes e ver a quadriculada. Estamos muito fortes, mas hoje não foi como esperamos. A Ferrari chegou e a McLaren andou muito bem. Quando eles me falaram que faltavam seis voltas para o fim e para eu não usar o Kers, não foi a melhor das mensagens que estava esperando. Eles sabem que isto precisa funcionar no futuro, é absolutamente necessário. É claro que, sem o Kers, não estamos onde queriamos. Mas estou muito feliz, foi um grande resultado."

Das 4 vitórias obtidas por Vettel em
2011, essa na Espanha foi com
certeza a mais difícil.
Se a vitória de Vettel não surpreendeu ninguém, a pressão exercida por Hamilton em cima do alemão, sim. Mesmo porque o próprio inglês se considerava carta fora do baralho no sábado, após ficar quase 1 segundo atrás da Red Bull nos treinos : “Nós largamos bem e pudemos pressionar a Red Bull pois Alonso estava os segurando. Acho que isso acabou nos favorecendo, porque não sei se conseguiríamos acompanhar o ritmo das Red Bull. Conforme a corrida foi passando, nós tivemos uma ótima performance, mas foi muito difícil passar Sebastian no final. Eles estavam muito rápidos nas curvas de alta velocidade e os níveis de downforce deles na última curva estavam incríveis. Mas o segundo lugar foi muito bom. Nós fizemos um bom trabalho se considerarmos que o carro deles é mais rápido que o nosso. Melhoramos o ritmo de corrida desde a última prova, então o saldo é positivo. Eu não conseguia seguir Vettel depois da curva 3, de alta, então na curva 9 e na última, eu não podia me aproximar o suficiente para manter a distância para usar a asa móvel. Mas eu estou muito feliz com o trabalho feito já que pressionamos a Red Bull considerando todas as circunstâncias”.

Hamilton junto com Vettel foram os dois grandes pilotos da prova, mas é ainda curioso como o inglês tenta diminuir os feitos do alemão. Há um tempo atrás disse que seu maior rival é Alonso, se comparou a Senna, enquanto que o espanhol seria Prost. Já para o inglês, Vettel seria Mansell, ou seja, um piloto que só está entre os melhores por ter um carro superior. Será que ela ainda pensa assim ? Em primeiro lugar, Hamilton esqueceu que Vettel teve problemas com o Kers e deixou de usá-lo em boa parte da corrida, e depois, o mais importante,  Mansell dificilmente conseguiria suportar uma pressão como a que Vettel suportou de Hamilton durante uma metade inteira de corrida sem cometer erro algum. O inglês sempre fraquejava nesses momentos. Já Vettel esteve impecável. Hamilton deveria rever seus conceitos, ou então, está dizendo isso para tentar desestabilizar o alemão. Mas se a tática for esta, o efeito está sendo o contrário...

Hamilton comparou Vettel a Nigel Mansell tentando
diminuir os feitos do alemão. Mas será que
Mansell resistiria a pressão que Vettel
sofreu de Hamilton em Barcelona ?

Uma prova que a Red Bull não esteve superior a McLaren em Barcelona é que ao lado de Vettel e Hamilton no pódium estava Button e não Webber. O inglês depois de uma largada desastrada, mudou a tática e partiu para 3 paradas nos boxes o que permitiu que chegasse 12 segundos a frente do australiano. O que não dá para entender é a imprensa de uma forma geral colocar Button nessa corrida no mesmo nível de Vettel e Hamilton, os melhores. Sua largada não pode ser tirada do contexto já que tirou qualquer possibilidade dele lutar pela vitória. Um erro que Button tem cometido com uma certa frequência. Depois, sim, fez uma corrida perfeita, bem ao seu estilo, limpa e sem erros : "A primeira volta foi um desastre.  Fiz uma largada muito ruim e seis carros  me passaram. Foi uma primeira volta frustrante, e inicialmente, não consegui passar os carros da frente. Depois alcançamos a velocidade, e o ritmo foi bom. Foi uma corrida divertida depois da primeira volta e é ótimo chegar ao pódio, mas seria mais interessante ver o que poderia ter acontecido se eu não tivesse problemas na largada. Para mim, fazer três paradas foi realmente mais fácil, e isso funcionou muito bem no final”.

No pódium, os três primeiros colocados comemoram em grande
estilo. A festa, aliás, está apenas começando, já que todos
estão de malas prontas para Mônaco...

Para quem largou na pole, chegar em 4º não era exatamente o que sonhava Mark Webber. Mas o australiano não contribuiu em nada para melhorar essa colocação. Preocupado em fechar Vettel na largada, acabou perdendo a liderança para Alonso e depois foi "marcado" pelo espanhol, ficando preso atrás da Ferrari boa parte da corrida. No final chegou 47 segundos atrás do vencedor e companheiro de equipe, Sebastian Vettel, uma eternidade. Mesmo assim, Webber  se defendeu das críticas : "Eu não acho que minha largada foi ruim, mas a de Alonso é que foi fenomenal. Depois foi como um jogo de xadrez, os pilotos estavam marcando as paradas um dos outros, e eu não tive muita corrida na pista. Fiquei frustrado com Alonso ter parado todas as vezes que eu parei. Em alguns momentos, eu fui rápido e em outros, não. E assim foi”.


Nick Heidfeld, da Renault Lotus, foi o piloto mais
combativo da corrida : largou em último
e chegou em oitavo

Sensação do início da corrida quando liderou as 18 primeiras voltas, Fernando Alonso terminou numa frustrante 5ª colocação à uma volta dos quatro primeiros. O que determinou um resultado tão antagônico ? A resposta pode estar no que aconteceu depois da largada. Ao ultrapassar Hamilton, Vettel e Webber, de forma espetacular, o espanhol se viu inesperadamente na liderança. Parecia evidente, contudo, que Alonso fazia um tremendo esforço para segurar a ponta e então ele tomou uma decisão : se iria privilegiar o resultado final ou o espetáculo. Provavelmente, por correr em casa e perceber o delírio do público por ver um espanhol liderando uma corrida na Espanha, Alonso optou pela segunda opção. E pagou caro por isso...

Entre o resultado e o espetáculo, Fernando Alonso optou por
este último. Resumo da ópera : liderou 18 voltas, mas
terminou em 5º, uma volta atrás do vencedor

Ao se manter na ponta durante muito tempo com os pneus moles, o espanhol teve que abreviar a parada para usar os duros, mas como a Ferrari não se adaptou a esse tipo de pneus, o que se viu foi o carro de Maranello se arrastando no final. Alonso reconheceu o risco tomado : "A melhor parte da corrida foi sem dúvida a largada, trabalhamos muito nesta área e fomos recompensados. Foi fantástico ver a torcida vibrando nas arquibancadas e tentei fazer o máximo, mantendo os pilotos mais rápidos atrás de mim por 20 voltas, mas depois não havia mais nada a fazer. Foi muito estressante, tentamos ao máximo copiar ou antecipar o que eles faziam. Então passei a metade da corrida com pneus duros, o que nos puniu fortemente e tornou a diferença maior do que é na realidade. De qualquer forma precisamos de mais pressão aerodinâmica e analisar por que, em duas semanas, perdemos terreno para Red Bull e McLaren". Embora o resultado final tenha sido ruim, é lamentável que o espanhol não tem um carro a altura do seu talento, dá pra imaginar o que ele faria se tivesse exatamente um Red Bull ou um McLaren nas mãos ?

Schumacher teve em Barcelona sua melhor atuação e
colocação do ano, terminando em 6º lugar, uma
posição a frente de seu companheiro na
Mercedes, Nico Rosberg

As Mercedes terminaram em 6º e 7ª lugares com Schumacher a frente de Rosberg. O Heptacampeão do mundo estava satisfeito com o seu desempenho e creditou o seu melhor resultado no ano a ter poupado um jogo de pneus macios no Q3 de sábado. De qualquer forma a equipe alemã não escondia a insatisfação de ter ficado uma volta atrás das Red Bull e das McLaren.

Atrás das Mercedes chegou Nick Heidfeld, da Renault, que foi o piloto mais combativo da corrida. O alemão largou em último e mantendo um bom ritmo a corrida toda conseguiu terminar em 8º, lamentando apenas que a prova não tivesse mais voltas, senão provavelmente teria também ultrapassado as Mercedes. Fechando a zona de pontos em 9ª e 10ª chegaram Sergio Perez e Kamui Kobayashi, da Sauber,  que formam uma das duplas mais interessantes da temporada. Para o mexicano foram os primeiros pontos ganhos na sua carreira, já que na Austrália ele chegou em 7º mas acabou desclassificado.
Kobayashi chegou em 10º com sua Sauber Ferrari. É a
quarta vez em cinco corridas que o intrépido
japonês termina na zona de pontos em 2011

Ao todo uma corrida que acabou não sendo do mesmo nível das demais do ano. Tanto a disputa das primeiras voltas entre Alonso, Vettel, Webber e Hamilton como a disputa final entre Vettel e Hamilton terminaram sem nenhuma ultrapassagem. O Kers, as asas móveis e os pneus de pouca durabilidade da Pirelli desta vez acabaram derrotados pelo eterno traçado sem qualquer atrativo da pista catalã. Não tinha falado, no post passado, que voltar a Montjuich não seria má idéia ?